29 de dezembro de 2015

Que em 2016 se propaguem menos mitos e mais informações corretas

2015 foi mais um ano cheio de propagação de mitos. Vamos relembrar um pouquinho?

Foi celebridade alegando x motivos por não amamentar...

Drama de Fernanda Gentil por não amamentar é comum, mas tem solução diz pediatra Dr Moisés Chencinski
http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2015/10/15/drama-de-fernanda-gentil-por-nao-amamentar-e-comum-mas-tem-solucao.htm

Teve gente anônima lançando comentários preconceituosos (e errôneos, lógicamente) na rede - vide a hashtag #pobrefazendopobrice...
Mulher diz em post que amamentar é "coisa de pobre" e gera indignação
http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2015/11/mulher-diz-em-post-que-amamentar-e-coisa-de-pobre-e-gera-indignacao.html

... E muitas, mas muitas informações falsas sobre vias de parto que ainda circulam realçando cada vez mais o medo e a insegurança nas mulheres: "falta de dilatação, bebê grande demais, bacia estreita, cordão enrolado, bebê passou da hora..."
Medos e Mitos no Parto Normal (Despertar do Parto)
http://www.despertardoparto.com.br/medos-e-mitos-no-parto-normal.html
Meshtre Yoda do Parto Cesáreo - Dr Frotinha (Facebook)

Indicações reais e fictícias para a Cesárea
http://estudamelania.blogspot.com.br/2012/08/indicacoes-reais-e-ficticias-de.html

Teve até a mídia noticiando informação falsa sobre a morte de uma enfermeira em São Carlos:
 “Preconceitos em relação ao parto natural e a cultura de cesariana brasileira, associados à falta de responsabilidade no compartilhamento de informações nas redes sociais e na mídia, levaram a divulgações equivocadas sobre o caso.” Aqui está uma parte da história. E desde já, meus sentimentos à família de Mariana.

A enfermeira Mariana morreu depois de uma cesárea. Não depois de tentar um parto em casa, afirma Universidade:
http://vida-estilo.estadao.com.br/blogs/ser-mae/a-enfermeira-mariana-morreu-depois-de-uma-cesarea-nao-depois-de-tentar-um-parto-em-casa-afirma-universidade/

Então, minha gente, meu desejo para 2016 é que se divulguem informações verdadeiras, sinceras. Chega de perpetuar mitos, de espalhar o diz-que-me-diz por aí.

A gente precisa de base sólida para formar nossas opiniões, tomar decisões.
É, eu sei. Existe o outro lado da moeda, também.
Existem pessoas que não QUEREM saber a verdade. E quando dão de cara com ela, se revoltam.
O que mais se vê é gente formando opinião em cima de mitos. Isso é muito triste.
No campo da Maternagem a coisa é muito séria, porque envolve vidas de duas pessoas: mãe e filho, e a saúde de ambos.
Cada um(a) tem sua própria forma de lidar com as informações. Mas desejo que cada vez mais e mais pessoas se abram para novas idéias, desenvolvam e exercitem o senso crítico.
Busque informações. Pesquise, questione, reflita a respeito.. 

Feliz 2016!



23 de dezembro de 2015

Sobre FEBRE nas crianças


Nós, pais de primeira viagem, sempre entramos em pânico quando detectamos algum nível de febre em nossos pequenos.
Mas depois de algum tempo a gente vai aprendendo alguns "macetes" para lidar com ela - a febre - e entendemos que nem é uma manifestação tão ruim assim.
Na verdade, a febre não é uma doença, mas um sintoma. É uma reação do organismo contra alguma anomalia. Ela ajuda o sistema de defesa a livrar-se do agente agressor.
Precisamos prestar atenção ao que vem com ela, pois alguns sintomas são sinais de alerta e necessitam de atendimento médico de emergência. Se depois da febre a criança estiver disposta, está tudo bem, mas se ela durar mais de três dias é preciso investigar.
Por isso é muito comum hoje em dia que os pediatras recomendem que a criança fique em observação, em casa, durante essas 72 horas.
Depois que o Pietro passou a frequentar a creche, o organismo dele foi desenvolvendo esse sistema de defesa e a imunidade sofreu alterações, o que é muito comum no desenvolvimento da criança.
Por outro lado, algumas famílias não gostam de voltar para casa sem receita de remédios, e muitas vezes o pediatra de plantão no pronto-socorro acaba receitando algum antibiótico.
Como eu detesto medicar meu filho sem real necessidade (principalmente com antibióticos que são fortíssimos), reuni algumas dicas para ajudar outras famílias que estejam passando pela febre. E tenham certeza de que é muito comum que as crianças tenham febre, justamente pelo que citei anteriormente envolvendo o desenvolvimento da imunidade.

Quando a febre deve preocupar: 
1. A criança tem menos de 3 meses de idade 
2. A temperatura corporal é maior do que 40ºC 
3. A criança está queixosa ou com choro inconsolável 
4. A criança chora ao ser tocada ou mobilizada 
5. Há dificuldade em acordá-la 
6. A criança apresenta rigidez de nuca 
7. Há petéquias ou manchas purpúricas na pele 
8. Dificuldade respiratória, mesmo após desobstruir as narinas 
9. A criança não consegue engolir nada 
10. Ocorreu uma crise convulsiva 
11. A criança parece muito doente 
12. A criança vomita sem parar 

O que eu costumo fazer:
Dou remédio só acima dos 37,5. Dosagem de acordo com o peso da criança.
Antes disso, vou dando banho morno.
Quando a febre estiver subindo, pode agasalhar a criança que está com frio.
Quando a febre estiver baixando e a criança começar a suar, pode tirar o agasalho e dar um banho morno. O banho frio pode fazer mais mal ainda porque é muito desconfortável para a criança com febre.
Lembrando que cada caso é diferente, e essa é minha experiência pessoal baseada nesses anos com o Pietro. Cada criança tem seu histórico pessoal que deve ser levado em conta em primeiro lugar.

Sobre convulsão febril
A convulsão febril é causada por uma predisposição genética, independente da febre estar relativamente baixa ou alta. Deve-se esperar a convulsão passar e ir ao pronto-socorro.
A criança que tem tendência a ter convulsão febril pode ser medicada antes dos 37,5.

Dente nascendo dá febre?
Na verdade, não é a erupção da gengiva causada pelo nascimento de um dente novo que pode causar febre. É que a imunidade baixa durante esse processo de dentição, e com isso pode ocorrer o aparecimento da febre, mas que normalmente é baixa.


  • Referências: O livro da maternagem da Dra Relva, experiências pessoais e orientações dos pediatras que atenderam o Pietro até hoje.

18 de dezembro de 2015

Despedida da creche: Pietro vai para o I ano do Fundamental

Pietro e a professora Cristina
Relatei aqui toda nossa "saga" com o início da vida escolar do Pietro.
Desde o momento em que começamos a sentir a necessidade de colocá-lo na creche, passando por todas as dificuldades de adaptação, a desistência, depois a re-adaptação e finalmente o processo de desenvolvimento dele com o grupo escolar.
Vale a pena dar uma relembrada:

No último dia 11/12/2015, houve a festinha de encerramento do ano e o Pietro assim como outros coleguinhas "se formaram" na creche e irão para o primeiro ano do ensino Fundamental em 2016.

Vídeo da apresentação de encerramento do ano da Turma do Coração I

Vídeo da apresentação de encerramento do ano da Turma do Coração II

A apresentação foi emocionante pra nós, porque todas essas situações que a gente viveu foram passando na minha memória como um filminho... Me lembrei do quanto me sentia mal em deixá-lo para ir trabalhar, quando o via chorando, e depois da adaptação ele se desenvolveu socialmente tão bem, fez novas amizades e lógicamente também desenvolveu habilidades manuais, a coordenação motora fina, e até a escrita. Aprendeu a escrever o próprio nome, reconhece letras e números.
Mas para nós, o que ficou de mais marcante foi nossa jornada nesses últimos quatro anos.
Não foi só o Pietro que se desenvolveu. Meu marido e eu amadurecemos e aprendemos junto com ele.

Obs: O Pietro ficou bem deprimido depois dessa despedida. Temos conversado bastante, explicamos que ele vai rever alguns coleguinhas que vão para a mesma escola que ele, mas infelizmente essa tristeza é algo que ele está tendo que aprender a lidar. Essa é uma das coisas que a escola da vida ensina...

E a história continua por aqui ;)

15 de dezembro de 2015

Caiu o primeiro dente do Pietro! (check up anual e a falta de apetite)

Todo fim de ano a gente faz um check up no pediatra, para acompanhar o crescimento e desenvolvimento do Pietro.
Ano passado escrevi no post 1 ano depois da "Pneumonia", do Vegetarianismo e a Saúde da criança amamentada sobre o ganho de peso do Pietro mesmo depois de ter virado Vegetariano, e como as coisas estavam indo super bem.
Só que na semana passada fomos à consulta anual, e para nossa surpresa ele perdeu peso.
O Pietro sempre comeu de tudo, e continua assim. Nunca deu trabalho pra comer legumes, frutas, verduras, grãos... Ele gosta até das sementes que eu como (linhaça, chia,etc). Come mais legumes, verduras e frutas do que eu quando era criança rs.
Ele estava engordando normalmente, tenho costume de pesá-lo na balança da farmácia pra ir acompanhando o crescimento dele. Mas nas últimas semanas ele vinha se queixando de falta de apetite e comido muito pouco.
De 2013 pra 2014 ele engordou 3kg. Estava com 19kg no final de 2014 e chegando nos 21kg agora. Na semana passada pesou 19.800kg.
Eu sei que ele estava engordando porque tenho hábito de pesá-lo na farmácia, e mesmo que essas balabças não sejam muito corretas, tenho acompanhado sempre o crescimento dele.
No começo fiquei bem chateada, apesar de entender que não temos uma genética propensa a sermos mais gordinhos, pelo contrário. E também ele cresceu 5cm e meio de altura. Mas fiquei pensando, e existem alguns fatores que podem ter contribuído:

  1. Mudamos de casa há uns 2 meses e ele está dormindo em quarto separado pela primeira vez; 
  2. Estou grávida, depois de 6 anos como filho único ele vai ter uma irmãzinha; 
  3. Ele estava com um dente mole, e não me deixava arrancá-lo. O que poderia estar incomodando bastante para comer.

De qualquer forma, o pediatra mandou fazer um hemograma, medir glicemia, colher 3 amostras de fezes e exame de urina.
Os resultados do hemograma e do exame de urina já saíram e estão todos normais. As amostras de fezes também, nada de vermes (foi a primeira vez que ele fez esse tipo de exame).

Depois dessa última consulta ele até tem melhorado um pouco, está se esforçando para comer um pouquinho mais, mas a gente não força. Eu às vezes tenho vontade de enfiar a comida na boca dele, mas meu marido é bem tranquilo quanto a isso. Ele diz que criança não passa fome, e se ele tiver fome vai comer. Então, o que eu faço é seguir os horários de café da manhã, almoço e janta e não o deixo comer petiscos perto desses horários.
E sei lá, mas ele está pesando em torno de 20kg e 400 gramas nas balanças das farmácias que tenho pesado... Enfim... Não vou ficar preocupada com essa questão do peso, porque sei o quanto ele está saudável.
E hoje, agora há pouco, finalmente ele me deixou arrancar o dente mole com uma linha. Foi muito rápido, pois o dente estava praticamente solto!


Muitos ciclos estão se fechando na vida do meu filhote mais velho.
Esse foi o último ano na creche (vou fazer um post separado sobre isso), cai seu primeiro dente de leite e ele deixa de ser filho único.
São coisas que para nós, já adultos, até parecem simples e sem muita importância. Mas tenho memórias muito vivas dos meus 6 anos, e sei que ele também terá. Daí a importância dele se lembrar que estávamos ao lado dele em todos esses momentos...

14 de dezembro de 2015

Ultrapassamos as 2 mil curtidas no Facebook!

Muito feliz com isso, gente!
Desde que criei o blog em 2009 enquanto estava grávida do Pietro, não imaginei que fosse me conectar com tantas mulheres maravilhosas que têm compartilhado suas experiências de maternagem comigo.
Obrigada por fazerem parte disso tudo, com vocês me sinto uma mãe nerd mais querida ;)



8 de dezembro de 2015

Louca dos gatos e a maternidade

Eu deveria estar dormindo, afinal de contas passa da meia-noite e sou a única da casa (fora as cachorras, que vez em quando latem ao perceberem algum movimento na rua) que está acordada aqui em casa.
Mas tenho tido um pouco de insônia, junto à azia que me queima a garganta... A natureza é tão perfeita, que no fundo acho que essa é uma maneira dela assegurar que a mãe, prenhe, vai defender seu ninho no meio da madrugada. Sem falar nas várias vezes que preciso ir ao banheiro para fazer xixi... Ainda bem que não tenho medo de me encontrar com uma assombração no corredor rs.

Meu aniversário está chegando, e esse vai ser meu primeiro ano com dois filhos. Um fora da barriga e uma dentro. Doido isso.
Fico pensando em como a maternidade me fez evoluir como ser humano, e em quanto ainda tenho para evoluir...
Aproveitei bastante meus momentos de idas à shows de rock, festas góticas, dormi em cemitério, bebi bastante vinho barato e destilados... Beijei muito, conheci todo tipo de gente, praticamente. E nunca desejei estar casada com filhos. Isso sim é doido!
Sempre via outras garotas sonhando em casarem na igreja, serem mães...
Eu já me imaginava morando com uns 50 gatos (o animalzinho felino mesmo), a "louca dos gatos".
Achava que casar era bobagem e que jamais lavaria cuecas de marido ( nem cogitei o uso da tecnologia e a máquina de lavar né. Brincadeira, é ele quem lava :p)
Mas eu aproveitei a solteirice, até que chegou em um ponto em que a coisa ficou sem graça. Ainda mais depois de superar um baque, uma época de depressão" braba" e ter conseguido sair do fundo do poço.
Bom, e agora...? A vida não pode ser só isso!
Daí conheci meu marido... E daí pra frente dá pra saber, lendo esse blog.
E o mais doido de tudo é que a quase-louca dos gatos não engravidou por acidente.
Eu quis ser mãe. Uma, duas vezes.
Nas duas vezes eu desejei, planejei. Sabe por quê?
Porque ser mãe é bom pra cacete!!!
É nascer de novo, se descobrir e se reinventar todo santo dia.

E hoje, vendo pessoas que continuaram naquele mesmo ritmo em que eu estava há uns 8 anos atrás, tenho a certeza do quanto essas experiências foram e têm sido transformadoras na minha vida: casar e ter filhos sem expectativas nem ilusões.
Sem achar que tudo seria um mar de rosas, uma fantasia.
Apenas aprendendo e quebrando a cara todos os dias, e amando tudo isso.
A verdade é que cada um escreve sua própria história. E a minha tem personagens maravilhosos: a minha própria família.
Aqui a gente se entende, se desentende, chora, ri, erra, pede desculpas... Passa por dificuldades financeiras, fica doente, cuida um do outro... A casa fica uma verdadeira zona durante a semana! É correria, então preferimos passar o pouco tempo que dá juntos, e deixar a faxina pra depois.
É isso. Nenhuma família é perfeita, mas é bom demais e faz tudo valer a pena.

7 de dezembro de 2015

Ultrassom Morfológico de 20 semanas [Cibele está crescendo!]

Nossa, como o tempo voa...
Estou práticamente na metade da gravidez, já. Os enjôos dimiuíram finalmente, sendo substituídos pela azia rs.
As mexidas da Cibele começam a ficar mais fortes de serem percebidas, e há uns dois dias tenho sentido uns chutinhos.
Hoje fomos fazer o ultrassom morfológico e a primeira coisa que a médica verificou foi a formação do crânio e o perímetro da cabeça, por causa desse surto horroroso de microcefalia no país.
Ela está crescendo normalmente e saudável. Mas imagino que todas as grávidas do Brasil estejam passando por essa mesma tensão que eu, infelizmente.
Saindo do laboratório, fomos à farmácia comprar o tal do repelente Exposis, que possui um componente capaz de repelir o Aedes Aegypti (mosquito transmissor da Dengue e de outras doenças como o vírus Zika, associado aos casos de microcefalia no Brasil). Fiquei revoltada com o preço: quase R$60,00 um frasco com 100ml!!!
O farmacêutico me disse que as grávidas estão comprando esse repelente aos montes, com medo do mosquito. Imaginem o quanto esse fabricante está lucrando em cima disso tudo...!
É revoltante, viu. E espero que descubram logo as verdadeiras causas desse surto.
Eu tô bem preocupada e chateada com tudo isso, pois o que era pra ser uma fase tranquila e feliz, acaba tendo uma tensão grande que pode passar para o bebê :(
Mas hoje estou feliz e mais aliviada. Cibelinha está crescendo!

6 de dezembro de 2015

Bancos de leite humano no Brasil

O banco de leite é uma local de referência para as mães com dificuldades em amamentar, pois conta com profissionais capacitados para auxiliar em relação à pega correta, por exemplo.
Além disso, a função principal do banco de leite é recolher e estocar leite materno para uso de bebês que nasceram prematuros ou estão passando por alguma dificuldade em que a mãe esteja impossibilitada de amamentar.
Encontre aqui a lista com a localização dos principais bancos de leite no Brasil.
http://www.redeblh.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=393

O Brasil possui a maior e mais complexa rede de bancos de leite do mundo. Atualmente, o País conta com 215 bancos de leite e 98 postos de coleta distribuídos em todos os estados brasileiros.
Para a atriz Maria Paula, embaixadora da Rede BLH amamentar  a doação é um ato de amor. “Ao doar você tem um vínculo eterno com os bebês que receberam o leite”, disse.  
Ministério da Saúde, campanha de doação de leite materno 2015
http://www.brasil.gov.br/saude/2015/05/saude-lanca-campanha-nacional-de-doacao-de-leite-materno-2015


2 de dezembro de 2015

Sempre vai haver espaço, meu filho

Noite passada você não conseguia dormir.
Reclamou de pesadelos, queria dormir com a mamãe.
Papai foi para a sua cama, você veio para a nossa.
Dormiu tranquilo, enquanto te admirava.

Filho, você sempre teve e sempre terá seu espaço no meu colo,
na nossa cama,
no meu coração.

Não importa quantos anos se passem, aqui você estará seguro.
E mesmo que eu não te proteja de todos os males desse mundo, é aqui que você se sentirá protegido.
Te agradeço hoje e sempre por me proporcionar os melhores momentos da minha vida.
Boa noite, durma sempre bem.

20 de novembro de 2015

Guest Post: Relato de Parto Natural Hospitalar da querida Ketib Kelian

Tenho 31 anos, sou mãe de um menino de 5 anos vindo de um parto normal na rede privada, ngravidei de mais um menino, tenho convênio com quarto privativo e uma gama de médicos e hospitais bons, meu parto vai ser respeitado, meu desejo de parto normal será respeitado, não sofrerei violência obstétrica e nosso filho será bem recebido também, certo? Errado!
Assim que engravidei senti um medo absurdo do parto, tudo que passei na gestação anterior veio a tona, o que era consciente e o que não era também, tive medo a dor, da solidão e do pós parto e olha que na época eu sai super satisfeita do hospital, foi tranquilo me atenderam bem e consegui meu parto normal em um hospital com 98% de cesáreas, minhas amigas que tiveram neném pelo SUS haviam sofrido muito mais, então decidi que queria uma cesárea, mesmo sendo a favor do parto normal e sabendo que seria melhor, mas a dor me assustou e passei a ver o parto como um evento sofrido, feio e assustador.
Eu estava querendo me recolocar no mercado de trabalho e não me lembro bem onde li algo sobre doulas e parto humanizado, achei interessante fazer um curso pois na minha cabeça eu conseguiria atuar com o que gostava agregar ao técnico de enfermagem e conciliar com a nova vida onde teria que cuidar de duas crianças. Fui fazer um curso de formação de Doulas e foi lá que tudo mudou.
Conheci mulheres maravilhosas, fortes e que haviam parido não um ou 2 mas 3, 4 filhos de parto normal humanizado, tive acesso a informações preciosas e vídeos de partos, foram dias de imersão total e tratamento de feridas, as fichas foram caindo e percebi que meu primeiro parto não havia sido tão tranquilo assim, poderia ter sido melhor e que muitos procedimentos realizados e tido como de rotina eram sim violência contra mim e contra meu indefeso filhinho, senti muita raiva e ndignação uma sensação de que eu havia sido enganada e que que meu filhinho havia sofrido coisas que não precisava, então já no meio do curso decidi que queria um parto normal e humanizado, natural como deveria ser, e assim começa a saga por equipe, médico e onde ter nosso bebe a angustia era presente pois eu não conseguia achar saída, pagávamos um convenio caro com regalias mas o nascimento do nosso filho deveria ser como eles queriam e muito provavelmente uma cesárea sem necessidade.
Entrei em grupos do facebook, completamente crua e cheia de medos comecei a perguntar tudo e troquei de médico.
Mas qual médico que atendesse pelo convenio e faria um parto no mínimo normal, não encontrávamos nenhum, foi então que uma colega do grupo de gestante me indicou um “fofo” ele dizia que respeitaria o parto dela e que ela ganharia sua bebe como desejasse, inclusive aceitava a Doula na sala de parto, enfim encontramos alguém que pudesse nos atender pelo convenio e nos acompanharia no momento do parto a um preço interessante, marcamos a consulta e fomos com 20 semanas de gestação, deixei claro já na primeira consulta que era contra cesárea desnecessária e que estava me informando, foi tranquilo ele falou q tudo bem e assim foi, eu nunca me senti confortável com ele, nunca confiaria nele se me encaminhasse para uma cesárea ainda que ele jurasse ser necessária e importante, eu o via como “ LOBO NA PELE DE CORDEIRO “ nunca se aprofundava na questão parto e sempre q podia dizia que tudo deveria correr bem SE NÃO eu não conseguiria meu tão sonhado parto normal ( como se PN fosse algo tão surreal assim), não fechamos o parto com ele, não tínhamos dinheiro o convenio consumia nossa sobra do mês, estava aflita encontrando formas de burlar o sistema e a família para ter nosso filho com dignidade era como se o mundo real caísse sobre a minha cabeça e o mundo de mentirinha quisesse abafar toda a realidade. Eu já havia me tornado militante não tinha outra forma do nosso filho nascer eu não aceitava e juro eu preferia que ele nascesse na porta do hospital a passar por todos aqueles procedimentos desnecessários. Então passei a pensar e me preparar para o grande dia, as possibilidades que eu tinha seria:
1. Ir para um hospital privado com plantonista no ultimo minuto e pagar pra
ver.
2. Ir para uma casa de parto em São Paulo
3. Ir para o Caism ,
4. Ter um parto domiciliar.
Eu estava determinada e nada me satisfazia por completo só a casa de parto, e o parto domiciliar, mas a missão seria convencer o marido, pois na casa de parto nós teríamos que ir toda semana para o pré natal e no dia do parto teria que contar com o transito e domiciliar então era coisa de índia maluca, como eu já imaginava a casa de parto e o PD estavam fora de cogitação para ele. O clima já estava bem tenso em casa ele não entendia o porquê eu não queria ter nosso filho como uma pessoa ¨normal ¨, pagamos um convenio bom eu estava inventando moda, chegamos ao ponto de passar meses sem falar no assunto parto e quando tentávamos falar era briga na certa, até que um dia ele
perguntou se eu queria ter nosso filho em casa se esse fosse meu desejo tudo bem, que era para eu procurar quem fazia e combinar, mas que ele não poderia garantir que estaria comigo pois ficaria muito nervoso, bom eu acabei por ficar feliz e fui procurar as enfermeiras obstétricas, lá elas perceberam o clima tenso e disseram que somente nos acompanhariam se os dois estivessem de acordo, ele aceitou meio a contra gosto e eu comecei a correr atrás de dinheiro para pagar a equipe, fiz vaquinhas, vendi coisas pessoais e pedi dinheiro emprestado para o meu pai além de combinar o valor com a equipe.
Com 37 semanas fiz um ultra som e que acusou um bebe grande com 4,750kg, eu já sabia que o quando o médico visse o exame faria uma pressão para induzir o parto ou fazer uma cesárea, mas eu estava ciente que bebê grande não era indicação expressa de cesárea, enfim quando chegamos na consulta ele bateu os olhos no exame e levou um susto, ai começou o terror, disse que eu deveria ser internada naquele instante e que deveríamos tirar o bebê pois ele corria o risco de morte, eu levei na brincadeira juro que não acreditei na hora, ele pegou o exame levou para esposa dele que também era obstetra, saiu falando alto pelo consultório que eu não poderia ter esse filho de parto normal, contou uma história de um bebe que ele ajudou a nascer e que teve distorcia de ombro e que nunca mais mexeu o braço, que nosso bebê nasceria com hipoglicemia e iria direto para a UTI, quando eu vi que a coisa era séria eu disse que NÃO, não iria entrar na faca com 37 semanas que eu iria esperar ao menos entrar em trabalho de parto, ele disse que eu era irresponsável e pediu para o meu marido chamar a polícia para mim caso eu insistisse em ter um parto normal, eu persisti e disse q naquele dia eu não iria para o hospital ele falou que era para eu pensar e ligar no dia seguinte para ele.
Fomos embora e já na porta do consultório começamos a brigar, eu disse que buscaria outra opinião e comecei a ligar e mandar mensagem para todo mundo, eu estava desesperada e meu marido ainda mais. Pior: ele estava com raiva de mim por que eu insistia no PN mesmo arriscando a vida do filho dele.
A opinião da família se dividiu e eu me mantinha firme, mas confesso muito abalada com tudo, não acreditava no que estava acontecendo, cheguei liguei para minha doula Lucya chamei a Tania de Filippis no Facebook e ela deu o telefone de uma das únicas médicas humanizadas de Campinas, a Dr Mariana Simões.

Liguei para ela que me tranquilizou e pediu para que fossemos em uma consulta no dia seguinte, quando chegamos lá meu marido ainda se mantinha arredio e muito nervoso ela esclareceu tudo, todos os risco e mitos e nos encaminhou para outro ultra som, mas deixou claro que somente nos acompanharia se nós dois estivéssemos em acordo. Fizemos o ultra som e pasmem o bebe estava com 3,700kg segundo o exame, ele ficou mais calmo, voltamos lá ainda sem nos falar, mas mais tranquilos, combinamos o valor a pagar, ela nos facilitou bastante e foi extremamente gentil, muitas amigas ligadas a humanização do parto e nascimento deram seus ombros e palavras de apoio além de me ajudarem financeiramente, eu juro que nunca pensei que seria tão apoiada e que teria tantas pessoas ao meu lado.
Completei 40 semanas e fomos na consulta com a Mariana ela perguntou se eu queria fazer o descolamento de membrana para induzir pq ela estava achando q pelo meu quadro clinico eu teria desenvolvido uma Diabetes Gestacional ( eu não fiz a curva glicêmica pois tinha medo de ser um prato cheio para o médico me enviar para cesárea) ela disse que a conduta para gestante com DG e gestação a partir de 40 semanas deveria ser monitorar e acompanhar o bem estar e desenvolvimento do bebe e já passou alguns exames para fazer na semana seguinte caso não entrasse em TP, topei mas não aguentei a dor naquele dia e desistimos, vim para casa comecei a caminhar mais para ver se acontecia naturalmente, a minha relação com o marido estava melhor e conseguimos conversar se queríamos mesmo induzir ou aguardar que tudo acontecesse naturalmente, decidimos conversar mais um pouco com ela antes de decidir, voltamos lá na sexta ela perguntou se eu queria tentar novamente eu topei estava preocupada e muito cansada da batalha, então ela fez o descolamento ( dói pra caramba).
Voltei pra casa meio desiludida com umas cólicas que ela disse q eu teria mesmo e teria sangramento não achava q aconteceria nada na verdade, de qualquer forma liguei pra Lucya e deixei ela a par do que estava acontecendo por volta das 11:00hs, ela me deu umas dicas de pontos de acupuntura para pressionar e pediu pra eu descansar pq as vezes a coisa toda rola no mesmo dia e as vezes não, desliguei o telefone e fiz tudo que ela falou até que dormi a tarde toda.
Quando levantei sentia cólicas que iam e vinham achei estranho, mas como ela falou q ia acontecer mesmo umas cólicas segurei aqui em casa mesmo, fazendo os exercícios de respiração, tomei um banho quente e comecei a sangrar, também não assustei pq ela me falou que iria acontecer isso estava preparada porém ainda não acreditava que tudo aconteceria na sexta feira mesmo, liguei para o marido e o tranquilizei dizendo q eu estava só com uma dorzinha, mas que estava tudo bem, por via das dúvidas pedi pra ele trazer uma comidinha pq eu não estava com pique pra cozinhar e lavar louça, pedi uns pãezinhos pra fazer um lanchinho, mas já falei para ele comer algo pois poderia precisar dele, fui lavar a louça e a dor ia aumentando aos poucos, mas dava pra continuar, dei uma arrumada na casa e esperei ele chegar, nesse meio tempo eu fiquei cronometrando as contrações que estavam de 5 em 5 as vezes 7 em 7 minutos. Então relaxei, desisti e fui fazer a carta de boas vindas ao Heitor, a cada palavra uma emoção e a cada frase que eu escrevia um parada para aguentar aquela dorzinha enjoada porém completamente suportável.
As 20:30hs meu marido chegou com uns pães e fomos cronometrar juntos, ele estava ansioso e se mostrava parceiro, eu tinha medo dele querer me levar cedo para o hospital já que a Dra pediu para ir qdo estivesse de 4 em 4 então eu dava umatapeada pq vinha uma mais forte e uma mais fraca e eu pulava para ficar irregular, eu sabia que podia aguentar mais que iria aumentar se fosse realmente o TP, mas teve uma hora que a dor aumentou e eu tive que abaixar na porta da cozinha achei melhor ligar para Lucya, médica e Tania que iria registrar, ligamos primeiro para Lucya mais ou menos umas 21:00hs que nos orientou e falou que naquele momento não poderia ir mas mandaria a Cristina no lugar dela depois ela iria, eu não via a hora dela chegar pq estava aumentando a dor e o marido ficando preocupado, falamos com a Mariana que pediu pra eu entrar no chuveiro e quando falei com ela no intervalo de uma contração com voz boa e ar de riso ela não acreditou, falou assim: - Ah, Ketib, você ta com a voz muito boa pra estar em TP...rs! - Eu falei que achava que estava mais no começo mas que as dores estavam aumentando, ela pediu pra Olivia ir fazer um toque pra ver como estava a dilatação enquanto eu ficava nochuveiro por 1 hora.
Entrei no chuveiro e as dores aumentavam o espaço de tempo entre elas estava diminuindo, além do sangramento estar mais volumoso então achamos melhor sair e a essa altura o marido já estava assustado com tanto sangue, querendo me levar para o hospital, e eu falava baixinho com Deus que eu não queria ir cedo, pedindo para as Doulas chegarem.
Enfim a Cris chegou eu já estava em cima do sofá apoiada de frente que aliás foi a melhor posição que encontrei, já tinha ensinado o marido a fazer a massagem na lombar e era uma delícia quando ele fazia, vocalizava a cada contração e realmente ajuda bastante, tentando manter a respiração que aprendemos, relaxando a boca, queixo e bochechas, a Cris chegou e foi organizando tudo e nos tranquilizando explicando sobre o sangramento e eu desconfio que ela fez um Reiki pois eu me sinti muito melhor quando sua mão encostou na minha lombar... Colocou uma musiquinha e manteve a luz baixa, cheguei a dançar, nós riamos e contávamos piada....rs... tentei agachar a cada contração, mas era muito ruim pra mim eu queria ficar de frente mesmo, de quatro mas não queria agachar, esse ritmo deixou o marido mais calmo e com certeza a presença da Cris fez muita diferença pra nós.
Ela me mandou para o chuveiro e controlávamos as contrações, já não sei mais que horas eram quando fui para o chuveiro, ai as dores aumentaram eu queria sair nos 45 min do 2º tempo e ela segurou, pediu pra eu ficar mais uns 15 minutos e eu topei sem ter noção de como estava minha evolução, lá fizemos um rebozo com lençol e quando a dor vinha eu me apoiava nele, a Lucya chegou eu ainda estava lá a voz dela me tranquilizou ainda mais, ela encostou perto de mim no boxe do banheiro e começou a cantarolar algo, como quem canta para um filho que sente dor, senti um amor tão maternal e aguentei mais um pouco, mas no final lá estava eu sem rebozo e de quatro no box senti que algo aconteceu e minha consciência tinha baixado um pouco, tinha perdido um pouco do pudor, não sentia vergonha de vocalizar ou de ficar nua tudo estava ocorrendo como tinha de ser.
O marido saiu um pouco e imagino eu que ele saiu para entender o que acontecia, ele estava calmo tinha tocado violão arrumado as coisas e seguindo as orientações das Doulas, ele estava lindo.
Quando pedi para sair do chuveiro outra vez as meninas acharam que já estava na hora e eu acho que fiquei muito mais de uma hora lá, perdi a noção do tempo, cheguei no meu quarto e uma contração forte veio e eu dei um grito diferente, já estava meio bêbada não sei explicar, mas posso dizer que eu já havia entrado na partolândia eu sentia isso mas ainda tinha consciência, notei que a Cris pedia pra achar a roupa q eu iria, então me vesti e ai uma certa correria aconteceu todo mundo organizando a saída para maternidade, eu só queria entrar lá chegar e ver nosso bebê.
Chegamos na maternidade a Mariana já estava esperando na porta, subimos e para minha surpresa dilatação total! Fiquei tão feliz, mas confesso que chegar na maternidade tirou meu ritmo um pouquinho já estava mais desesperada, minha bolsa ainda estava integra, eu queria tanto sentir aquela aguinha escorrer nas minhas pernas...rsrs...mas achamos melhor romper, quando fomos para o CO na saída do quarto uma contração daquelas e eu fiquei de quatro outra vez...rs.
Enfim chegamos no CO e sentar na banqueta não era confortável pra mim, eu tinha comigo que ele nasceria de quatro apoios não sei pq, mas acho q era porque estava me sentindo melhor, fizemos o procedimento e a coisa pegou um pouco mais.
Me desesperei e pedi anestesia, já tinha combinado com todos que se eu pedisse, implorasse que não era para me atender e eles foram firmes, eu pedi, pedi, pedi, e eles não me atenderam até que desisti e chamei a fera que estava presa em mim, ela veio de mansinho, faltava um pouco ainda, a Mariana falou pra eu fazer o que tivesse vontade porém me sugeriu que eu agachasse, mais uma vez e eu resisti um pouco, mas depois deixei o bicho que tem dentro de mim tomar conta, a Lucya estava perto a todo instante, me dando a mão e me ajudando no que eu quisesse fazer.
O corpo é muito sábio, minha consciência apagou dando claros indícios de que eu definitivamente estava na partolândia a dor já não era tão intensa e eu tomei as rédeas do meu parto naquele momento éramos eu e ele mais ninguém. Me lembrei de toda a luta para conseguir parir, lembrei do meu primeiro parto e naquele momento percebi o que eu realmente não queria para nós, um filme passou na minha cabeça a força foi crescendo e a medida que que essa força crescia meus gritos tomavam forma, uma forma determinada de soldado que se posiciona e sai correndo para lutar, sem medo, decidida, foram instantes onde pude perceber o que me causava medo, um mergulho em mim.
Enfim ele coroou, senti claramente o circulo de fogo, coloquei a mão e lá estava ele chegando ao mundo e cheio de cabelos..rs..Fui para a banqueta o marido sentou atrás de mim, me apoiando eu queria algo para segurar e quando encontrei um apoio dei o derradeiro grito esse mais forte e determinado, senti nosso Heitor escorregar de dentro de mim, quente, macio e rápido e surpreendentemente com duas circulares de cordão no pescoço, foi a sensação mais incrível da minha vida ele veio para o meu colo a emoção era tanta que eu só queria ficar ali abraçada com ele falando o quanto eu o amava, o quanto ele era desejado e querido por todos, olhei para o meu marido que estava com os olhos cheios de lágrima, perdido em meio as novas emoções e vi o porque de ter vivido tudo que vivi e ter ultrapassado todas as barreiras.
Aguardamos alguns minutos até que o cordão parasse de pulsar, ele continuava em cima de mim, pari a placenta e tive uma pequena laceração que precisou somente de cinco pontos superficiais que não me incomodaram em nada durante a recuperação, quando o cordão parou de pulsar meu marido cortou o cordão e foi com Maria Otilía Neonatologista para pesar e fazer os procedimentos com o Heitor, procedimentos esses que autorizamos ou não, escolhemos não usar colírio, não aspirar, não banhar queríamos dar o primeiro banho dele e que aproveitasse tudo que vernix poderia lhe oferecer queríamos que ele não saísse mais de perto de nós nenhum segundo se quer.
O Heitor nasceu pesando 4,450kg medindo 53,5cm e com duas circulares de cordão esfregando na cara da sociedade que bebes grandes nascem e que o cordão umbilical não é um assassino, ele nasceu gritando a plenos pulmões.
Nós não estávamos sozinhos em nenhum momento, nosso filho chegou sem nenhuma medicação em seu corpo, meu parto foi sim como sonhei, foi como deveria ser, meu marido entendeu o porquê de toda minha luta eu digo que naquele dia nos casamos novamente.
Não posso deixar de agradecer a equipe que me acompanhou e minhas amigas que acreditaram e cada uma a sua maneira me ajudaram, minha gratidão será eterna.

À procura de uma escola - Parte Final, e o início de uma nova etapa!

A primeira parte da nossa busca por uma escola de ensino fundamental para o Pietro cursar o primeiro ano em 2016, eu contei no post À procura de uma escola - Parte I - Escolas que rezam o pai-nosso. E hoje venho contar que finalmente encontramos uma escola que aparentemente está dentro do que procuramos pra ele no momento.
E sim, é uma escola pública Estadual. Vou contar como chegamos até ela.
Depois de conhecermos algumas escolas particulares da região, meu marido e eu ficamos com aquela sensação de que nenhuma era bem o que a gente procurava.
Além disso, eu acho que pagar caro por um ensino mixuruca não vale a pena.
Algumas das escolas particulares começam o primeiro ano com várias matérias. Considerando que o primeiro ano do fundamental é o "prézinho" da minha época, e eu nem sabia ler e escrever quando entrei nele, acho totalmente desnecessário colocar uma criança em um ambiente cheio de apostilas, matérias, vários professores e exigências.
Uma dessas escolas particulares nem tinha espaço suficiente para as crianças correrem, brincarem ao ar livre. O Pietro percebeu e fez esse comentário.
Aquilo me deixou tão encanada, porque não quero colocar meu filho numa "caixa" pra aprender português e matemática, ensino religioso e afins. Quero que ele tenha liberdade pra explorar o ambiente.
Mas daí, você pensa naquelas escolas com métodos construtivistas, Montessori, Waldorf... Mas elas custam TÃO caro, que eu fico pensando até que ponto também valeria a pena, já que ele tem nosso acompanhamento aqui em casa e nosso apoio para reflexão, questionamentos, exploração... E nem temos essa dinheirama toda, então infelizmente está fora de questão.
Enfim, me lembrei de um dia em que encontrei a mãe de um coleguinha da creche do Pietro, e ela me contou sobre uma escola pública ali da região que seria muito boa e que o filho estava adorando.
Falei com o marido e fomos ver a escola por fora, mesmo, pra saber como era e onde ficava.
A escola é toda colorida, tem pinturas nas paredes e muitas árvores e jardins. É uma escola só de ensino fundamental, bem com "cara de criança" mesmo. Me apaixonei só de olhar.
Saindo de lá, vimos uma casa para alugar bem pertinho. Como já estávamos à procura de outro lugar para morar, ligamos e acabou dando certo.
Conto mais sobre a mudança no post Aniversário de 6 anos, fim do "quarto-compartilhado" e mudanças.

Procurei perguntar para outras mães sobre essa escola e até para a diretora da creche em que o Pietro frequenta, e recebi muitos feedbacks positivos sobre ela.
E essa semana fomos fazer a matrícula na escola nova...
Até outro dia eu estava aqui, "chorando" e contando sobre o início na creche, todas as dificuldades que enfrentamos. E agora meu filhote está matriculado no primeiro ano do Fundamental.
Como o tempo voa!!!
Como sempre, estou ansiosa com as mudanças. Muita coisa muda quando a gente entra nessa fase da vida, não é mesmo?
E ano que vem, além de todas as mudanças na vida do Pietro, ainda vai ter um adicional bem singnificativo: a chegada da irmãzinha.
É, vou ter muito que escrever nesse blog rs.
Enfim, a busca pela escola se encerrou. Mas muitas novidades ainda estão por vir.

10 de novembro de 2015

Gravidez VeGetariANA


VeGetariANA e grávida: pronto!
O mundo cai só de pensar nos milhares de pitacos das pessoas dizendo que você deve comer carne, porque senão o bebê não vai crescer, você vai ficar anêmica e blá blá... O Veganismo é ainda mais complicado para explicar, então só de dizer "Vegetariana" já surte um "efeito" rs.
Muitas pessoas não fazem por mal, elas se preocupam mesmo até por falta de informações. Acho totalmente normal, então cabe a nós compartilharmos as informações corretas.
A verdade é que ninguém precisa voltar a comer animais e nem derivados se não quiser. Fazendo o pré-natal direitinho e se alimentando bem com uma variedade grande de legumes, frutas, verduras e grãos é essencial para qualquer gestação ser saudável, independente da mãe ser Vegetariana ou não.
Antes de descobrir a gravidez eu já tinha começado a suplementação de B12, pois é a única vitamina que não se obtem de vegetais. As proteínas são fácilmente encontradas em grãos, como feijões, lentilha, etc.
Hoje fui à nutricionista especializada em nutrição Vegetariana, e conversamos bastante sobre as sugestões de cardápio principalmente voltadas à gestação. Assim que as informações chegarem no meu email vou compartilhar aqui, com vocês!
Enquanto isso, ficam aqui alguns links bacanas:


Cibelinha já é Vegetariana desde sempre ;-)


9 de novembro de 2015

É menina mesmo: Cibele vem aí!

No último dia 02 (feriado de finados) fiz o ultrassom pra saber o sexo do bebê.
Achei a data bem sugestiva, já que enquanto alguns entes queridos se vão, outros ainda estão por vir. Fiquei tão feliz em confirmar que vamos ter uma menina!
Já tinha escolhido o nome, e dessa vez só tinha escolhido um nome feminino: Cibele.
Antes de ficar grávida do Pietro eu já tinha escolhido o nome dele, e não pensei em nenhum outro nome nem mesmo feminino.
Dessa vez levou um pouquinho mais de tempo, mas esse nome me veio à cabeça e eu procurava justamente por um nome simples, porém com forte significado.

Significado do Nome Cibele

Cibele: Significa “espírito criador do calor e da vida”, “espírito gerador do calor e da vida” ou “a grande mãe dos deuses”.
Cibele é um nome de origem incerta e que provavelmente surgiu a partir do grego Kybéle, a partir da evolução das onomatopeias primitivas Ja-berKa-belKy-belCybel-es, e significa “espírito criador (gerador) do calor e da vida”.
Este significado condiz com as qualidades da deusa frígia Cibele, que personifica a Natureza rude e selvagem.
Também conhecida como “deusa Mãe” ou “Mãe dos deuses”, Cibele pode ainda ser identificada como as deusas Maia, Reia e Diana.
A deusa Cibela é relacionada com ciclo da vida e da morte, ou seja, a vida, a morte e o renascimento (ressurreição).
No Brasil, Cibele é um nome predominantemente feminino e bastante comum, assim como outras variantes, como Cybele ou mesmo Sibele.
Normalmente, as pessoas batizadas com este nome recebem apelidos carinhosos de amigos e familiares, como Ci, Bele ou Bela, por exemplo.
Fonte: http://www.dicionariodenomesproprios.com.br/cibele/
Hoje estou com 16 semanas e tenho enjoado ainda. Ontem fomos ao Vegetalle e cheguei lá passando muito mal, fui ao banheiro e vomitei. Depois o Fabio fez um suco com bastante limão, gengibre e gelo e comecei a me sentir melhor de tomar, foi aí que consegui almoçar direito.
Não sei até quando vão esses enjôos, mas o importante é que estamos bem, as duas <3 p="">

30 de outubro de 2015

4 dicas para quem quer ter sucesso na amamentação desde a gravidez

E não é que tem gente ganhando dinheiro - e muito - com consultoria de maternidade??!
Muitas grávidas famosas estão pagando caro para terem sugestões sobre itens de enxoval, dicas de amamentação, etc.
Gente, vou dar uns conselhos pra vocês agora muito valiosos só que "de grátis", tá?rs. Porque PAGAR pra ter conselho mixuruca não dá não!

Quer se preparar e ter sucesso na amamentação, de verdade?
1- Não compre mamadeiras, chupetas e nem quaisquer tipos de bicos artificiais (sejam eles ortodônticos, hiper parecidos com os peitos da mãe, whatever) pra não cair na tentação de usá-los. Seus peitos são insubstituíveis!
2- Informe-se MUITO sobre o que fazer no caso de surgirem problemas desde os mais comuns (bicos machucados, invertidos, leite empedrar, mastite, etc) até os mais complexos, (como a alergia alimentar por exemplo) e tudo mais que envolve o tema. Esse é o ítem principal do enxoval pra quem tem vontade de amamentar. E lembre-se: amamentar NÃO é automático.
É como andar de bicicleta. No começo você se machuca, cai, se desespera... Mas depois que pega o jeito da coisa, é uma sensação única!
3- Esqueça os filhos das outras. Não fique comparando ganho de peso, porte físico, se acorda mais ou menos vezes pra mamar, se mama de pouco em pouco... Cada um de nós é um ser individual com suas próprias características, por isso nenhum bebê tem que ser padronizado.
4- Saiba filtrar o que é conselho que realmente vai te ajudar e o que não é. Muitas vovós, nossas mães (até mesmo alguns pediatras!!!), têm receitinhas, simpatias ou até mesmo tiveram experiências que acreditam ser úteis pra você. Mas hoje em dia a gente (obrigada Zeus!) tem acesso às informações mais atualizadas do que há 20 anos atrás, e se você cumpre com o item número 2 ali de cima, vai saber selecionar.
Agradeça com um sorriso, e siga seu instinto!
Gostou? As dicas são de graça porque o resultado não tem preço 


29 de outubro de 2015

Criança em acesso de fúria

Sobre o vídeo do menino quebrando as coisas na escola, que está sendo compartilhado no Facebook:
Em primeiro lugar, sou CONTRA esse tipo de exposição de imagem da criança, portanto NÃO vou compartilhar o vídeo aqui.
Em segundo lugar, só consigo ver um menino totalmente desorientado, desnorteado.
Em nenhum momento vi alguém tentando acolher o menino, acalma-lo, conversar com ele.
Ele está claramente perdido em um descontrole e o que senti com meu coração de mãe foi PENA.
Os tais "profissionais da educação" que estavam presentes apenas incentivaram o acesso de fúria dele (repare que dá pra ouvir frases como "isso, derruba tudo, vai...").
Se você fosse uma daquelas professoras, agiria da mesma forma? É pra isso que se estudam pedagogia, psicopedagogia e afins???
Faltou preparo da equipe pedagógica da escola, ética na hora de expôr uma criança dessa maneira nas redes sociais, e mais: humanidade para entender de onde uma criança tão pequena tira toda essa tensão. Afinal de contas, não é o comportamento natural de uma criança e não precisa ser muito inteligente pra se notar isso.
É no mínimo PATÉTICO clamar pelo fim da violência, incitando mais ódio com comentários do tipo: " esse menino precisava levar uma surra!".

Está mais do que na hora de pais e educadores adotarem práticas a favor da Disciplina Positiva e realmente ouvirem as crianças.

Lamentável e triste, muito triste.

26 de outubro de 2015

Difícil é se manter "Zen" durante a gravidez...

Não posso reclamar das coisas, porque estaria sendo muito ingrata. Estamos todos bem.
Acontece que a vida nunca é uma calmaria total, e não tem por que ser diferente duante a gravidez.
Estou com 14 semanas e ainda tenho sentido enjôos. Já não vomito há alguns dias, mas tenho estado "perto de" algumas vezes ao dia. Especialmente de manhã e a noite.
Além disso tenho tido fortes dores de cabeça assim como na gravidez do Pietro. Mas ainda bem que não tem nada a ver com pressão alta, a minha está super baixinha.
Mas além dos desconfortos normais da gravidez (que eu sempre relato aqui no blog para outras gsestantes perceberem que são comuns), o Pietro tem tido umas crises de agressividade que tem deixado a gente desnorteado. Ele não é uma criança violenta, muito pelo contrário.
É carinhoso, meigo, demonstra estar feliz e ansioso pela vinda da irmãzinha - ou irmãozinho até confirmação rs.
Acredito que seja a forma dele manifestar ciumes, cada criança externaliza isso de um jeito. Ele tem tido ataques de raiva, atira as coisas no chão, me chama de mentirosa... Tá difícil segurar os gritos.
Por mais que a gente brinque com ele, dê atenção e carinho, esses últimos dias têm sido punk.
Como se não bastasse, ainda tem a situação dos meus pais que me tira do sério.
Meu irmão e minha cunhada bem que tentaram me poupar das preocupações, mas não teve jeito. A coisa tá feia lá.
Eu bem que tento ficar longe dos problemas das pessoas, de gente com comentários maldosos, invejosos em geral, procuro lidar só com as nossas dificuldades daqui de casa (que assim como em qualquer família não são poucas) pensando no bebê, mesmo.
Ele (ou ela) não tem necessidade de sentir a tensão que tá rolando aqui fora.
E eu acredito sim, que a vida no ventre tem uma conexão muito forte com o que acontece externamente. O bebê sente.
Se pudesse, passaria os próximos meses em uma ilha deserta ou lugar bem longe daqui...


Nova visita ao trabalho da mamãe

Esse ano o Pietro participou novamente das atividades de Dia das Crianças no meu trabalho.
Houve uma apresentação circense e também oficinas para que as crianças aprendessem algumas brincadeiras, como andar com a perna de pau, equilibrar pratos, etc.
É sempre muito gostoso ter meu filhote no meu ambiente de trabalho, brincando com os filhos e filhas dos meus colegas.
Minha colega Jaqueline levou dois bolos deliciosos e os filhos dela são super fofos. Brincaram bastante com o Pietro.
As crianças se divertem, e a gente tem um dia diferente no trabalho :-)

17 de outubro de 2015

Terçol: sempre tem a primeira vez

Há alguns dias percebi um pequeno inchaço no cantinho da pálpebra do olho esquerdo do Pietro... Achei que tinha sido uma picada de pernilongo, então nem dei muita importância.
Fui observando com o passar dos dias, e hoje vi que estava um pouco mais inchado, daí abri a pálpebra e vi uma bolinha:
Fiquei me sentindo muito "menos-mãe", por não ter dado importância ao negócio que agora estava crescendo no olho do meu filho!
Assim que meu marido chegou, fomos ao pronto-socorro e o pediatra diagnosticou terçol.
Ele disse que não é bactéria, nem é transmissível. Disse que é tipo um entupimento de algum canal ali perto do olho, e receitou um antibiótico em forma de creme pra passarmos de 8 em 8 horas, durante uma semana.
Chegando em casa, o Pietro tomou um banho e já passei um pouco da pomada. Foi difícil, porque ele sente um pouco de dor quando mexemos na pálpebra. Mas estou mais aliviada em saber o que é, já que nunca tive isso em 30 anos de vida...
Espero que melhore logo, e que se alguma outra mãe estiver passando por isso, saiba que é bem comum e não é grave.

14 de outubro de 2015

Bebê mama no peito e não fez cocô? Relaxe, não precisa medicar!

Outro dia li um post sobre essa coisa da gente ficar desesperada quando tem bebê novinho, que mama exclusivamente no peito e que passa dias (às vezes até mais de uma semana) sem fazer cocô.
Inclusive fiz amizade com uma moça em um desses grupos de mães da minha cidade justamente quando ela pedia conselhos sobre o que poderia estar acontecendo com a bebê dela.
Muitas pessoas, talvez por falta de conhecimento sobre as propriedades do leite materno, ignoram o fato dele ser altamente aproveitado pelo organismo do bebê. Eis a razão de não haver a formação de bolo fecal - mais conhecido como cocô.
O bebê que está passando por algum pico de crescimento/ salto de desenvolvimento precisa de mais energia, portanto mama mais e o organismo utiliza tudo que o leite materno tem de melhor - ou seja - tudo.
Na primeira vez em que o Pietro teve um "episódio" desses, meu marido e eu ficamos desesperados achando que podia estar com prisão de ventre. Fizemos massagem na barriguinha dele, colocamos supositório e ... Nada!
Foi então que me explicaram no GVA sobre isso ser absolutamente normal com bebês que mamam exclusivamente leite materno.
(Espero que um dia o Pietro me perdoe por ter colocado supositório nele à toa haha...)
Isso aconteceu mais algumas vezes, e depois passou.
Fico chateada quando vejo pessoas indicando um monte de remédios, chás, sucos, comidas, nesses casos. Porque o bebê novinho que está em aleitamento exclusivo já é uma figura rara de ser encontrada... E se receber algum outro alimento, pode acabar desenvolvendo alergias ou ficar ainda pior!
Então, se você estiver passando por isso com seu bebê, ou se conhece alguém que esteja, a melhor recomendação que você pode dar é: "relaxe, isso é normal!".
Não medique um organismo tão frágil sem real necessidade.

Obs: o cocô do bebê que mama leite materno é amarelinho e mole. Não é diarréia, são só a aparência e consistência normais.

Algumas curiosidades sobre o cocô de bebês amamentados

Reproduzido da página do Facebook do Grupo Virtual de Amamentação (GVA)
Link para a postagem: https://www.facebook.com/notes/grupo-virtual-de-amamenta%C3%A7%C3%A3o/algumas-curiosidades-sobre-o-coc%C3%B4-de-beb%C3%AAs-amamentados/170990602953312
Por Carlos González, 2009. Comer, amar e mamar. Madrid: Temasdehoy p.317-319.
Tradução de Sandra CP.

O primeiro cocô do recém nascido é bastante líquido, negro e pegajoso, e se chama mecônio. Logo, durante uns dias, faz as chamadas deposições de transição, muito líquidas e de cor cinza esverdeadas. Por fim aparecem os cocôs típicos do bebê de peito, semilíquidas, de consistência molinha, de cheiro agradável (para o que pode ser um cocô, se entende) e de cor amarelo dourado, mostarda (ainda também se faz em versões marrons e esverdeadas).

Estas mudanças são reflexos das mudanças na alimentação do bebê- No útero, o bebê não come nada- ainda que engula muito líquido amniótico) e o mecônio é o resultado de digerir as células da mucosa intestinal que se vai descamando durante meses (uma dieta exclusiva de carne humana) Durante os primeiros dias depois do parto, o bebê come pouco (não por falta de leite, mas porque não precisa comer muito) e por isso suas deposições são pouco mais líquidas. Os cocôs típicos do bebê amamentados indicam que está tomando uma quantidade apreciável de leite materno e são diferentes dos cocôs dos bebês de mamadeira (normalmente mais espessos, mais escuros e que cheiram mal, às vezes duros, como bolas que não mancham a fralda).

Se por volta dos cinco dias após o nascimento o bebê todavia não fizer os cocôs típicos, amarelos, com grumos e a consistência de um purê, resta suspeitar que o bebê não está mamando o suficiente (consulte um profissional da saúde que entenda de manejo de amamentação para verificar pega correta no peito e outros parâmetros).
Quando, qualquer por motivo, o bebê -ou adulto- não come o suficiente, pode voltar a fazer esses cocôs muito líquidos, cinzas-esverdeados, chamados deposições de fome. Isto explica porque muitos bebês tem otites e diarreia, catarros e diarreia, anginas e diarreia...não é diarreia verdadeira, mas sim cocôs líquidos porque, ao estar doente, se perde o apetite. Também se explica porque se abandonou o antigo costume de colocar dieta no bebê ou adulto com diarreia. Ao não comer ou comer pouco, a diarreia se prolonga, comendo de tudo a diarreia se cura antes.

Durante as primeiras semanas, as deposições normalmente são muito frequentes. Os bebês fazem cocô a cada mamada, parece que se não cabem as duas coisas num corpinho tão pequeno, para meter algo se deve expulsar algo. Mas alguns não fazem tantos, senão “só” quatro ou cinco vezes ao dia. E outros fazem ainda mais cocô entre uma mamada e outra, inclusive, mais de vinte vezes ao dia.

Tudo isso é completamente normal, não é diarreia, e portanto, não se deve fazer nada: nem deixar de lhe dar o peito, nem lhe dar água, nem outros líquidos, nem medicamentos, nem nada. É difícil que um bebê que só tome leite materno tenha diarreia de verdade. Ainda que, com certeza, pode acontecer.

A diarreia se detecta por uma mudança repentina nas deposições muito mais líquidas e abundantes que o dia anterior, ou por presença de outros sintomas, como sangue na cocô ou febre. Sem dúvida, muitas diarreias leves em bebês de peito passam completamente desapercebidas, fica como se ele tivesse feito 6 ou 8 cocôs ao dia!

Pouco depois, entre 1 mês e meio e 6 meses (alguns pouco antes ou depois), ainda que o mais frequente seja entre 3-5 meses, os bebês amamentados exclusivamente passam por uma temporada em que quase não fazem cocô. Então, se esse bebê exclusivamente amamentado tomar um pouco de LA, já muda seu cocô.

Há algumas décadas eram muito pouco comuns os bebês espanhóis que chegavam aos 3 meses amamentados, e não digamos exclusivo. Então, muitas mães e avós, assim como muitos pediatras e enfermeiras, não sabem que isso é normal.

Mas atualmente, cada vez mais bebês são amamentados exclusivamente por 6 meses. Nesses casos, vemos que realmente é raro que o bebê faça cocô todos os dias. A maioria faz a cada 2-3 dias, muitos a cada 5 ou 7 dias. Se você frequenta um grupo de mães lactantes, não lhe será difícil conhecer algum bebê que esteve 10 ou 12 dias sem fazer cocô. Pessoalmente, já vi um bebê que esteve 24 dias sem evacuar, e o Dr. Jack Newmam, médico canadense especialista em amamentação, já relatou dois bebês (amamentados exclusivamente) que estiveram mais de 30 dias sem fazer cocô.

Então esses bebês, quando finalmente fazem cocô, é completamente normal, semilíquido ou pastoso, como costumava fazer antes. E fazem em grande quantidade. Não pense em pesar o bebê antes e depois de fazer cocô, , porque você levaria um susto de morrer. Tudo isso é perfeitamente normal, mas não é prisão de ventre. Repito, não é prisão de ventre porque não fazem bolas duras e secas.

Entretanto, você encontrará alguns pediatras que não sabem que um bebê pode passar dias sem evacuar, e tratará ao seu filho como se estivesse com prisão de ventre verdadeira. Algumas avós ou cunhadas “enchem o saco”, mas mantenha-se firme! Não se deve dar NADA ao bebê: nem água, nem suco de laranja, nem outros sucos, nem chás de ervas, nem remédios naturais, tradicionais, laxantes. Não se deve fazer-lhe lavagem, nem colocar supositórios de glicerina, nem de nenhum tipo, nem meter no bumbum do bebê um termômetro, nem raminho de salsa, nem azeite de oliva...Nada de nada!!

Algumas mães asseguram que o seu filho está incomodado e choroso, quando leva uns dias sem fazer cocô, e que quando faz, lhe passa todos os males. Mas, a maioria diz que seu filho está super bem. É pouco arriscado colocar em dúvidas o que uma mãe afirma, porque ela quase sempre tem razão, mas para mim é bastante difícil crer que esse cocô mole, às vezes, líquido, possa causar dores ou incômodos sérios nos bebês.

Na verdadeira prisão de ventre sem dúvida, o bebê sente dores: evacuar essa bola dura deve doer e é possível que comece a doer antes, antes que saia, a medida que vai passando pelo intestino. Mas, um cocô mole? Me parece que ao não fazer cocô ocorre o mesmo com os dentes: coloca culpa em algo que é pura coincidência...

Se o seu filho não passa por esta fase, se segue fazendo vários cocôs ao dia durante toda a amamentação, não há problema algum, isso também é normal.

Se ao contrário, durante o primeiro mês ou um mês e meio, não faz vários cocôs ao dia, também pode ser normal, mas comprove o peso. A essa idade, alguns bebês fazem pouco cocô porque não mamam o suficiente. Se o peso vai aumentando o suficiente, então não há problemas.

Se desde o mesmíssimo dia do nascimento, seu filho faz cocô uma vez cada vários dias, se não passou nenhuma temporada- curta ou longa- de fazer várias vezes ao dia, consulte o seu pediatra. Poderia ser normal, mas também poderia ter um problema digestivo. Preste atenção, se ao menos, o bebê solta um peidinho, é um bom sinal.

Observação- no GVA costumamos chamar essa ‘constipação’ do bebê amamentado exclusivamente, de acordo com a literatura em língua portuguesa, de ‘pseudo-constipação do lactente’.


13 de outubro de 2015

Ultrassom de Translucência nucal, 12 semanas [aí vem uma menina!]

Hoje o dia começou com várias emoções rs.
Acordei toda ansiosa porque finalmente chegou o dia do ultrassom de Translucência Nucal:
Translucência nucal é uma medida tirada no ultrassom morfológico do primeiro trimestre, um exame de rotina. Seu principal objetivo é ajudar a detectar o risco de síndrome de Down e outras anomalias cromossômicas, além de problemas cardíacos.

Ainda será cedo para detectar com certeza o sexo do bebê só pela imagem, embora ultrassonografistas experientes arrisquem dar um palpite, com precisão máxima de 80%. 

Veja mais: http://brasil.babycenter.com/a25008303/transluc%25C3%25AAncia-nucal#ixzz3oUTyQcFW
E então, o telefone toca e a moça do laboratório me diz que a máquina do ultrassom estava que-bra-da! 
Ou seja, ela estava cancelando meu exame.
Comecei a ligar em vários lugares, mas não estava conseguindo encontrar nenhum em que pudesse fazer o exame ainda nessa semana. Esse ultrassom precisa ser feito entre 12 e 13 semanas, e como estou com uma diferença de alguns dias da data da última menstruação x ultrassom, fiquei desesperada. Xô, urucubaca!
Foi então que me ligaram novamente da clínica, avisando que a máquina tinha sido consertada e que eu poderia fazer o exame - ufa!!! Haja adrenalina, viu...
Gostei muito do atendimento lá na clínica, e a médica que fez meu ultrassom era a mesma que me atendeu no PS da maternidade, daquela última vez em que estava com dor. Super simpática, viu todos os detalhes do bebê e foi me explicando direitinho (eu pergunto tudo, sou chata mesmo).
Fiquei super feliz e aliviada em saber que está tudo bem com o bebê, e que provavelmente (segundo a médica, com 70% de chance) de ser umA meninA!

Chorei de alegria, eu queria MUITO uma menina mesmo!
Não pra viver uma espécie de "sonho cor-de-rosa", criá-la como uma princesa bobona e indefesa (graças aos desenhos mais modernos essa imagem de princesa bobóca está aos poucos se modificando), mas criar uma mulher é uma responsabilidade tão grande como criar um homem pra que ele não seja machista. E eu estou muito feliz, pois terei uma companheira :-)
É difícil explicar agora tudo o que passa pela minha cabeça, mas eu estou realmente feliz.
A vida tem valido a pena, desde que me curei da depressão e resolvi vivê-la de verdade.
É isso. Esse amor não tem explicação, ele transcende qualquer coisa.