25 de maio de 2014

O Renascimento do Parto - Eu assisti!

O mês de Maio tem o Dias das Mães. E esse ano, na empresa em que eu trabalho, a data foi comemorada com a exibição do documentário O RENASCIMENTO DO PARTO.
Eu poderia ficar aqui falando sobre as informações preciosas que o filme contém, falar sobre o absurdo de como os partos são tratados no Brasil, e pior: de toda a violência obstétrica que as mulheres sofrem durante o que considero o momento mais surreal da vida, que é colocar outra vida no mundo.
Mas o que quero dizer mesmo, é que eu chorei.
Chorei por ter visto as diferenças entre um bebê que vem ao mundo de forma respeitosa, e a forma como a que eu quis que meu filho viesse (cesariana).
Por medo. Insegurança. Falta de informação, de preparo.
De bom aconselhamento da profissional que me acompanhou todos os meses do pré-natal e em nenhum momento me incentivou a ter um parto normal.
Ela sabia que eu tinha medo, e nem se esforçou pra que eu mudasse de ideia.
Pelo contrário, só falou dos "benefícios da cesariana". Marcou a minha, e o Pietro acabou nascendo prematuro. 
Contei com a sorte, e só por causa dela - a sorte - (e da nossa crença numa energia superior) é que meu filho não precisou ficar numa incubadora.
Escapou da UTI neonatal pelo bom peso. Senão, seria mais um a entrar para as estatísticas.

Ao contrário de muitas mulheres que optaram pela cesariana, não carrego esse complexo de "menos-mãe".
Quando vejo minhas amigas ativistas na luta pelo Parto Humanizado, fico feliz que as mulheres estejam se unindo para exigir o respeito que nos foi tirado.
Tenho orgulho delas, e sinto que precisava sim ter me informado e me empoderado muito mais.
Mas ao invés de ficar só lamentando e brigando numa disputa de egos, prefiro também ajudá-las a divulgar todas essas informações que não tive na época em que o Pietro nasceu.
Convido a todas que leem o meu blog a fazer o mesmo: assistam o documentário, leiam muito e empoderem-se!
A Mãe Natureza é sábia :-)

O primeiro passeio da escola

Essa última semana foi bem tensa pra mim.
Pela primeira vez, o Pietro foi com a professora e coleguinhas da escola em um passeio.
Ano passado ele ficou doente nas duas vezes em que houveram passeios na escola. Nada sério, mas acabou ficando em casa, em observação.
Só que esse ano ele foi, e mesmo ficando com o coração apertado, não posso proibi-lo de vivenciar as coisas, de ter liberdade.
Chega uma hora em que não tem mais como segurar.

O passeio foi no Bosque, e apesar de eu pessoalmente ser contra a exploração dos animais e saber sobre as condições em que eles vivem lá, deixei ele ir para ver com os próprios olhinhos como vivem os animais presos nas jaulas.
Sempre converso com meu filho sobre isso. Explico que os animais precisam viver livres, nos habitats deles.
Infelizmente poucos pais têm consciência sobre a vida em cativeiro para poder explicar e conscientizar as crianças.
Muitos acabam passando uma ideia fantasiosa de que os animais de Bosques e Zoológicos vivem felizes...

Descubra os mitos dos Zoológicos

Mas enfim, o passeio também teve outras atividades como apresentação teatral, e foi a primeira experiência do Pietro sem a mamãe e o papai.
Apesar dele ainda não ter nem 5 anos, o fato é que cada vez mais vai ficando naturalmente independente. Aquela coisa de que "não criamos filhos para nós mesmos, e sim para o mundo". - É a mais pura verdade.

11 de maio de 2014

Dia das Mães. E as aranhas com isso?

Pietro chegou da creche com um convite que ele mesmo pintou. O convite é para as mães passarem um dia na escola, fazendo atividades junto aos filhos, como comemoração pelo Dia das Mães.
Cada criança pintou o que quis.
Alguns pintaram flores, outros corações, e várias coisas diferentes.
O Pietro pintou o que seria uma "aranha - gigante - robotizada", segundo ele:

Agradeci, elogiei, mas fiquei pensando sobre o que tinha a ver o Dia das Mães com aquela aranha...
Pensei que poderia ter sido alguma "viagem" da cabecinha dele, e resolvi deixar pra lá. Mas durante uma conversa com a minha sogra, não é que a minha ficha caiu? rs.
Dias atrás, eu e o Pietro estávamos vendo uma página no Facebook com várias fotos de natureza.
E ele se interessou muito (aliás eu também) por essa imagem aqui:


Parece um "saquinho" com ovos, perfeitamente cercado por uma teia.
Não sei se há informações sobre qual inseto o teria feito, mas aparentemente seria uma aranha. Achamos aquilo tão perfeito, que ficamos maravilhados.
Mas eu já tinha me esquecido disso, e o Pietro começou a ficar falando que haviam teias de aranhas em todos os lugares. Daí expliquei pra ele que a aranha deposita seus ovinhos e faz seu ninho em lugares que ela acha que são seguros, pros filhotes.
Assim como a mãe-aranha protege seu ninho, as mamães-humanas também o fazem.
Foi então que a aranha no meu convite de Dia das Mães passou a fazer sentido :-)

Aproveitando esse post de Dia das Mães, vejo toda essa publicidade com fins comerciais e reflito sobre o quê realmente necessitam as mães brasileiras...
Em primeiro lugar, essas discussões sobre quem é menos ou mais mãe são extremamente banais e só servem pra gerar discussões intermináveis, egos feridos e desinformação. Quando há união, há força. E é dessa força que precisamos para lutar a favor de direitos básicos.
Temos tantas obrigações como mães e pouquíssimos direitos, que na grande maioria das vezes não são respeitados. Começando pelo direito à própria escolha de ser mãe, por exemplo.

  • O direito de ter um acompanhamento pré-natal de qualidade, com profissionais comprometidos verdadeiramente com a saúde da mulher e do bebê,
  • Direito à um parto respeitoso,
  • Direito à uma licença-maternidade mais longa, para a mãe que precisa trabalhar fora,
  • Apoio e incentivo no aleitamento materno, inclusive por parte de empregadores e profissionais de saúde.
  • Reconhecimento pelas tarefas domésticas,
  • Suporte do pai da criança, tanto moral quanto financeiro. Afinal, a criação também não é responsabilidade só da mãe.

Feliz Dia das Mães às que exercem o papel de mãe durante todos os dias do ano, com amor no coração e muita força pra encarar as batalhas da vida!
Não somos como nas propagandas de TV. Somos de diferentes tipos-físicos, condições sociais, etc.
Choramos, sorrimos, xingamos e falhamos.
Somos diariamente guerreiras.

6 de maio de 2014

Desfralde - Dicas do Dr Harvey Karp

O desfralde é apenas frustrante se você tem expectativas inadequadas. Você pode impedir seu filho de comer doces, mas você não pode necessariamente fazer seu filho comer brócolis. O treinamento para desfralde é uma questão que os pais realmente não têm controle. Você tem que fazer a criança querer fazê-lo , em vez de forçá-la. Crianças de dois anos têm muitas outras coisas que preferem fazer, então seu objetivo como mãe/pai ou cuidador deve ser tornar algo divertido e interessante para eles.

Não há uma idade específica para uma criança começar a treinar o desfralde. Em vez disso, existem cinco sinais clássicos que você deve observar, que indicam quando uma criança está pronta para começar. Esses sinais são:
  • A criança diz "sim" em cada vez mais situações.
  • Andar a pé não é mais novo e excitante, e a criança está disposta agora a sentar-se sozinha em um só lugar.
  • A criança tem palavras para cocô e xixi (totô, pipi, etc) .
  • A criança gosta de te imitar.
  • A criança está interessada em organizar as coisas em grupos, e em  limpeza.

Quando uma criança demonstra essas tendências, você deve obter um penico, e acredite ou não, ele não tem que ser colocado no banheiro imediatamente. Você pode até mesmo colocar a cadeirinha na sala de jogo. Dessa forma, eles se acostumam com isso estar em um lugar divertido para se sentar. O importante é colocá-lo em um lugar que a criança gosta de se sentar , ler ou jogar quebra-cabeças.
Se o seu filho expressa uma vontade de usar o penico, o maior erro que você pode fazer é saltar para cima e para baixo, aplaudir, e fazer um grande alarde sobre ele. Se você exagerar, isso vai se voltar contra você. Sua reação pode assustar o(a) garoto(a). Eles podem começar a pensar que é muito importante e não vão querer fazê-lo. Algumas crianças vão usar isso contra você quando estiverem com raiva.
Quando uma criança usa o penico, seja positivo, mas não acenda fogos de artifício. Seja discreto. Use um elogio grande quando a criança se sentar, mas use um elogio discreto para quando fizer cocô. Você ainda pode usar o que eu chamo a técnica de " fofoca " . No final do dia , você pode " sussurrar " a um ursinho de pelúcia ou um colega de trabalho : "Ei, Bobby fez xixi . " Estando alto o suficiente na frente do filho para que ele ouça , mas não dizendo diretamente para a criança. Assim, eles tornam-se muito orgulhosos de si mesmos quando ouvem você falar positivamente sobre eles.
Se o desfralde simplesmente não está funcionando, lembre-se que por vezes, as crianças podem estar constipadas ou podem ter medo. Elas podem estar nervosas por estarem sentadas no alto ou podem estar intimidadas, se você está exagerando a situação. Às vezes , eles estão apenas confusos. Eles sabem que algo está sendo pedido a eles, mas não sabem o que é. É por isso que quanto menos pressão, melhor . Seu objetivo não deve ser o cocô no penico, mas para fazer do penico um lugar divertido onde as crianças gostam de estar. O cocó vai acontecer eventualmente.


Harvey Karp , MD
Pediatra e autor do livro " A Criança Mais Feliz do Pedaço"

Tradução de artigo do site A place of our own.

5 de maio de 2014

Alimentação, Sobreviventes e Dica de documentário

Eu sou uma adulta que vivenciou a infância no final da década de 80 e década de 90.
Não que nos dias de hoje não existam porcarias - existem e muitas! - mas na minha época a tecnologia e informação não eram tão acessíveis como nos dias de hoje.

Hoje em dia ainda somos bombardeados por produtos industrializados e pouquíssimos nutricionais, voltados ao público infantil. Vivemos nadando em uma enxurrada de propagandas, e podemos apenas contar com nosso próprio bom-senso para analisar o que dar ou não às nossas crianças.
Porém, como mencionei anteriormente, a internet possibilita maior troca de informações. Além disso as pesquisas avançam dia após dia, resultando em informações mais precisas. Como pais, mães, educadores e adultos conscientes, não podemos ignorar o tanto de informação que está práticamente ao alcance de todos.
Pensando nisso, procuro me manter informada na medida do possível para que meu filho tenha uma qualidade de vida pelo menos melhor do que a minha. Acho que toda mãe/pai deve levar isso como prioridade na vida, certo?
Assisti um documentário brasileiro muito informativo chamado Muito Além do Peso, sobre obesidade infantil lançado em novembro de 2012, que revela que já há no Brasil uma geração de crianças condenadas a morrer cedo ou ter problemas de saúde em função de maus hábitos alimentares.
O documentário relata que 56% dos bebês brasileiros com menos de um ano de idade tomam refrigerantes. 
Um terço das crianças brasileiras está acima do peso ou obesa: 33% têm obesidade, sendo que quatro de cada cinco delas deverão manter-se nessa condição até o fim da vida.
Até o século passado, metade das mortes eram provocadas por doenças infecciosas. Hoje são as doenças crônicas, causadas principalmente pelo estilo de vida inadequado. Segundo a OMS, a previsão é de que, em 2030, as doenças crônicas respondam por 70% do total de mortes.

Para ser mais saudável não é preciso "viver de luz", gastar muito mais dinheiro ou abusar de exercícios físicos. Pequenas mudanças na rotina podem melhorar muito não só a saúde como a qualidade de vida. (Inclusive preciso praticar atividades físicas)
Depois que aderimos ao Vegetarianismo aqui em casa, passamos a nos preocupar muito mais com a qualidade nutricional dos alimentos e sempre comprando coisas dentro do nosso orçamento familiar. Ou seja, essa coisa de que saudável é caro, não é verdade.
A mãe/pai que prioriza uma alimentação saudável dos filhos é chamada(o) de chato, de radical, de neurótica(o) às vezes. Até meus familiares tiram sarro, dizendo que quando era criança, eu comia certas coisas que hoje não dou ao meu filho. Mas se já sabemos onde isso tudo vai dar, é melhor evitar, não é mesmo?
Eu penso que não existe melhor maneira - e mais eficaz - de criar hábitos saudáveis, do que dando exemplo às crianças.
Se elas vêem os pais/cuidadores/adultos se alimentando bem e corretamente, acabam fazendo o mesmo. Ledo engano quem pensa que criança não presta atenção nessas coisas... Prestam sim!!!
É preciso mudar hábitos para não encurtar a vida.

Assista ao documentário Muito Além do Peso, na página oficial: