29 de junho de 2015

Volta ao trabalho, Ordenha e estoque de Leite Materno

Conforme vai chegando o momento da mãe que trabalha fora voltar à sua rotina de trabalho, vai batendo uma ansiedade e insegurança tremendos.
"Será que consigo ordenhar meu leite?"
"Será que vou ter a quantidade suficiente para deixar pro meu bebê"?
"Será que o leite do peito não vai estragar?"
"Será que devo ir treinando para meu bebê se acostumar a pegar mamadeira?"

Essas são as dúvidas mais frequentes, mas existem muitas outras.
Tudo que uma mãe precisa nessas horas é de informação e apoio.

Nesse ano de 2015 a SMAM - Semana Mundial do Aleitamento Materno tem como tema Amamentação e Trabalho: vamos fazer funcionar! (24ª Waba: Breastfeeding and Work - Let's Make it Work!) e o foco principal da campanha é orientar mulheres sobre seus direitos enquanto trabalhadoras e auxiliar para que o tempo de amamentação exclusiva se estenda.
Em 2008, 41% das mães brasileiras amamentavam exclusivamente nos primeiros seis meses de vida do bebê. Atualmente, o Ministério da Saúde trabalha na elaboração de novo estudo e, observando a tendência de crescimento, estima um aumento, nos últimos sete anos, de 10,2% no número de crianças sendo amamentadas exclusivamente até seis meses. Estudos mostram que o leite materno é capaz de reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos. Mais do que é evitado pela vacinação ou pelo saneamento básico, segundo a OMS. Fonte: Ministério da Saúde
Algumas dicas
Sobre a ordenha - extração manual de leite materno ou com ajuda de bombas extratoras
Ordenhar exige bastante disciplina. É importante criar uma rotina de ordenha, com horários fixos (ou próximos) para que o corpo se acostume.
Criando essa "rotina", o organismo se acostuma a produzir a demanda necessária.

Sobre a quantidade a ser ordenhada e o prazo de validade do leite materno
Essa informação é importante porque todo o leite materno que o bebê não mamou deverá ser descartado. O leite materno só pode ser congelado uma vez, ou seja, não pode ser re-congelado pois perde suas propriedades. Dessa forma, evitamos desperdício do leite. 
Dependendo do tempo que você se ausentará e da idade do bebê, o cuidador pode oferecer seu LM em intervalos fixos de 2-3 hs. Calcule a dose de cada "mamada" assim 20-25mL x peso do bebe (K). para um bebe de 6 K a dose está entre 120-150 mL de LM. Esse calculo é emprestado das necessidades calóricas de um bebê que toma formula. Ele nos serve na amamentação apenas como um guia, pois deve-se prestar atenção nos sinais de satisfação do bebê.
Bebês que mamam em livre demanda tem maior controle da sua capacidade gástrica e sabem quando devem parar de comer, por isso bebes com pesos maiores podem não consumir todo o LM sugerido pela formula em uma mamada só.
Para consumo do próprio bebê quando a mãe trabalha fora, o LM pode ser congelado por um período que vai de 1 a 2 meses. Fonte: GVA (Grupo Virtual de Amamentação)

Sobre começar um "treinamento" para o bebê se acostumar com a volta ao trabalho da mãe
Nossa, essa era minha maior dúvida, e eu sei que não é NADA fácil deixar seu bebê todo indefeso nas mãos de outra pessoa, mesmo que essa já tenha mais experiência.
Pra mim, foi como cortar o cordão umbilical pela segunda vez. Imagino que para o Pietro tenha sido tão difícil quanto.
Mas não vejo necessidade de ir privando o bebê de ficar com a mãe como se fosse um treinamento. Pelo contrário, é melhor aproveitar cada minuto juntos antes da separação.
É uma oportunidade para fazer com que o bebê se sinta seguro. Uma boa dica é incluir essa pessoa que vai cuidar do bebê enquanto a mãe estiver fora, na rotina.
Além disso, não é necessário que se use mamadeiras, já que elas podem causar confusão de bicos e desmame precoce. Uma boa alternativa são os copinhos de bico rígido, fáceis de manusear, limpar e não causam desmame - ver álbum Alternativas à mamadeira.



Links importantes:

Eu, particularmente, acredito na importância do aumento da licença-maternidade para que todas as mães tenham a possibilidade de continuarem amamentando e de deixarem leite materno para seus bebês, porque no cenário atual da mulher que trabalha fora, fica difícil manter o aleitamento quando a criança frequenta um bercário público, por exemplo.
Vejam o absurdo - e pior que é verdade: Costumo olhar o cardápio da escola municipal em que meu filho frequenta e só tem "leite artificial" no cardápio do bercário. Não precisei deixar meu filho lá, na época em que ele era bebê, mas imagino que as mães que precisam recorrer às creches públicas encontrem esse tipo de dificuldade. Veja a matéria:

Creches impedem mães de levar leite materno para os filhos

Acredito que se várias mães se unissem, daria pra mudar isso, já que o próprio Ministério da Saúde recomenda aleitamento materno até 2 anos ou mais.
Mas essa é mais uma causa dentro da luta pela licença estendida.

Alergia ao leite de vaca x Intolerância à lactose

Nunca tinha falado sobre a Alergia ao leite de vaca e a Intolerância à lactose aqui no blog, porque o Pietro nunca deu sinais de nenhuma das duas situações. Mas percebi que sabia muito pouco sobre elas e tenho visto um número cada vez maior de relatos em grupos de maternidade.
Sendo assim, fiz uma pequena pesquisa a respeito e compartilho com vocês as informações que achei mais úteis.
Em primeiro lugar, vale ressaltar mais uma vez a importância do Aleitamento materno.
Ele (além de ser de graça e natural) protege a criança contra infecção respiratória e otites, além de diminuir o risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatite atópica e de outros tipos de alergias, incluindo asma e sibilos recorrentes.
Porém, existem casos em que o bebê é descoberto com Alergia à proteína do leite de vaca (APLV) mesmo sendo amamentado exclusivamente com leite materno. Nesses casos, o recomendado é que se mantenha a amamentação, e que a mãe faça uma dieta restrita, retirando leite e derivados de seu cardápio.
No caso das crianças que não são amamentadas ao peito, o leite deverá ser substituído por uma fórmula especial. Existem várias no mercado, mas o profissional que acompanha a criança é quem deve indicar a mais apropriada.

E qual a diferença entre a Alergia e a Intolerância?
(Quadro reproduzido a partir do site http://www.alergiaaoleitedevaca.com.br)



APLV Intolerância à Lactose
O que é Reação do sistema imunológico à(s) proteína(s) do leite de vaca Dificuldade do organismo em digerir e absorver o açúcar do leite (lactose) devido à diminuição ou ausência de lactase (enzima que digere a lactose).
Em que idade é mais comum? Muito mais comum em crianças, especialmente em bebês. Adultos raramente têm alergia à proteína do leite de vaca. É mais comum em adultos e idosos do que em crianças. Também pode ser uma consequência, às vezes temporária, em casos de diarreia prolongada ou doenças inflamatórias intestinais.
Quais os sinais e sintomas? Um ou mais dos seguintes sintomas: digestivos (vômitos, cólicas, diarreia, dor abdominal, prisão de ventre, presença de sangue nas fezes, refluxo, etc.), cutâneos (urticária, dermatite atópica de moderada a grave), respiratórios (asma, chiado no peito e rinite), reação anafilática, baixo ganho de peso e crescimento. Podem ocorrer em minutos, horas ou dias após a ingestão de leite de vaca ou derivados, de forma persistente ou repetitiva. Apenas intestinais: Diarreia, cólicas, gases, distensão abdominal (barriga estufada). Podem ocorrer em minutos ou horas após a ingestão do leite de vaca.
Como é feito o diagnóstico? Pelo médico. Inicia-se pela história clínica, associando os sintomas à ingestão do alimento suspeito. Alguns exames podem ajudar, mas o diagnóstico é confirmado apenas quando há remissão dos sintomas durante a dieta isenta das proteínas do leite e retorno após o Teste de Provocação Oral. Esse teste consiste em reintroduzir o leite em pequenas e progressivas doses e deve ser realizado na presença do médico. Pelo médico, por meio da observação dos sintomas associado à ingestão do alimento com lactose. Em alguns casos são solicitados exames específicos.
A mãe pode continuar amamentando o filho no peito? SIM, e DEVE. Neste caso, a mãe que amamenta deve seguir uma dieta especial isenta de leite, derivados e alimentos que possuem as proteínas do leite, sempre sob a orientação de um médico e/ou nutricionista. SIM. O leite materno deve ser sempre o principal alimento oferecido ao bebê. É muito raro ocorrer intolerância à lactose durante o aleitamento materno, pois apesar do leite materno ser rico em lactose ele possui agentes facilitadores que auxiliam sua digestão.
Se o bebê não estiver mais mamando no peito, é preciso que ele siga alguma dieta especial? SIM. É necessário retirar o leite de vaca e seus derivados da dieta, além de todos os alimentos preparados com as proteínas do leite. ATENÇÃO aos alimentos industrializados, que podem conter leite ou ingredientes derivados (como, por exemplo, caseína, caseinato, soro do leite ou proteínas do soro). SIM, mas o tratamento da IL é dose-dependente, ou seja, o aparecimento dos sintomas depende da quantidade de lactose ingerida. Não é necessário fazer a exclusão total de leite e derivados na dieta, apenas definir quanto o indivíduo consegue tolerar. Algumas pessoas conseguem consumir derivados de leite sem apresentar sintomas, uma vez que eles possuem menos lactose que o leite.
Bebês não amamentados precisam de algum leite ou fórmula especial? SIM, O médico e/ou nutricionista irão indicar a fórmula mais adequada de acordo com a idade e o tipo de reação que a criança apresenta (veja o material comparativo entre as fórmulas no site). ATENÇÃO – leite de cabra ou de outros mamíferos (ovelha, búfala) não são indicados para APLV, pois suas proteínas são semelhantes às do leite de vaca e podem causar as mesmas reações na criança. SIM. Crianças de 0 a 2 anos podem utilizar fórmulas especiais isentas de lactose. Acima de 2 anos os produtos com baixo teor de lactose são bem tolerados.


  
 É importante observar que ambos os casos devem ser diagnosticados pelo médico, através de exames clínicos.
Para mais informações, consulte um especialista. 

Leitura recomendada:

Aleitamento materno e Veganismo: Fazendo a conexão


27 de junho de 2015

Música em Família: do Jazz ao Rock Gótico.

Sinceramente, não sei dizer por que é que nunca escrevi sobre música aqui no blog.
Nossa família é toda musical, e apesar de eu não saber tocar nenhum instrumento (que vergonha rs) sempre gostei de música.
Cresci ouvindo músicas infantis do final da década de 80/90 de grupos como Balão Mágico, Xuxa, Trem da Alegria... Era isso que a gente ouvia na época.


Mas meu irmão e eu ouvíamos também os LPs de Heavy Metal que nosso tio colocava pra gente, quando nós íamos na casa da vó.
Apesar de passar por várias "fases musicais", o gosto pelo Rock foi ficando mais evidente.
Passei por uma fase mais Punk Rock, depois a coisa toda foi para o Heavy Metal, Hard Rock, Classic Rock, Rock anos 80, Rock Gótico, Darkwave, Post-Punk...
Hoje em dia ouço um mix de todos esses estilos.
Meu marido sonhava em ser jogador de futebol, mas na adolescência conheceu o Rock através dos colegas e desenvolveu o gosto pela guitarra. Depois de muitas bandas e estudos, se formou no Conservatório de Tatuí e hoje é guitarrista por profissão, de música instrumental, mais pro lado do Jazz.
Ao contrário dele, eu nunca estudei algum instrumento. Tinha as bandinhas com colegas da escola mas gostava mais de ficar no microfone. Chegamos a fazer aulas de música por pouco tempo (meu irmão e eu), e nos divertíamos bastante.
O tempo passou, Antonio e eu nos casamos, o Pietro nasceu... E procuramos sempre incentivar o gosto pela música, nele.
Durante a gravidez eu ouvia bastante música clássica, porque dizem que é bom para o desenvolvimento do bebê ainda no útero da mãe. 
Leia mais em:

Música na gravidez ajuda no desenvolvimento do bebê


Acompanhava meus maridos nas apresentações dele também durante a gravidez. Hoje em dia logicamente ele sempre estuda guitarra em casa, levamos o Pietro à apresentações, acompanhamos gravações, etc.
Pietro sempre se mostrou interessado por música. Ainda não tem um instrumento favorito, pois já teve fase de querer ser baterista, e agora diz que quer ser guitarrista como o pai.
A gente ainda não o colocou para fazer aulas de música porque ele está começando a ser alfabetizado, e se for da vontade dele aprender um instrumento, com certeza iremos incentivar.
Só não dá para impôr nada, porque daí acho que a tendência seria ele desenvolver um asco por música, já que nada que é imposto é natural. Vamos ver como vai ser...
A tendência é ele gostar sim, e em casa tem o gosto musical da mamãe e do papai. Pode ser que ele acabe gostando de outros estilos, também não vejo problema nisso. Ele adorava A Galinha Pintadinha, Papati & Patatá, Palavra Cantada - que ainda curte muito.
Mas esse ano, por exemplo, ele já deixou claro que quer a festinha de aniversário com o tema da banda de Hard Rock Kiss - virou fã da banda e principalmente do Gene Simmons (baixista):

É bacana ter influências, como a do meu tio quando eu era pequena. Acho que arte é sempre arte e vale a pena incentivar, seja qual for a forma de arte: música, desenho, pintura, etc etc etc!

22 de junho de 2015

Pietro escrevendo ao contrário [escrita espelhada]

Eu já tinha reparado algumas vezes que o Pietro estava escrevendo o nome dele ao contrário, mas não tinha dado muita importância.
Hoje compramos um conjunto de canetinhas novas e um caderno de desenhos, porque quero incentivá-lo a treinar mais a coordenação com as mãos e acho que desenhos são ótimos para isso. Além do mais, adoro os robozinhos que ele faz :-)
Daí ele caprichou nas cores e nos detalhes do robô que fez pra mim, e quando foi me entregar eu o alertei para a assinatura no final do desenho.
Ele me perguntou: "Posso assinar colorido?"
E então me entregou o desenho assim:

Fiquei curiosa porque o Pietro tem aprendido sobre letras e números na escola, tem reconhecido algumas palavras, apesar de ainda não estar alfabetizado. Ele frequenta o que seria o antigo "prézinho", da minha época.
E eu me lembro que os professores do ensino municipal não costumam alfabetizar as crianças dessa faixa etária.
Não me preocupo com o fato dele ainda não ser alfabetizado, porque acho que ainda é cedo para cobrar escrita e leitura de uma criança de 5 anos. Criança tem que brincar, e além disso elas começam no ensino fundamental mais cedo, hoje em dia, aos 6 anos. Ou seja, ano que vem ele já começa a ser alfabetizado.
Mas minha curiosidade foi pelo fato dele escrever assim, ao contrário.
Ele mesmo me disse que sempre costuma escrever assim, e que aquele é o jeito certo pra ele.
Não o repreendi, mas na hora fiquei pensando em como dizer para ele que aquilo estava "errado". Então, fui no banheiro e trouxe um espelho pequeno.
Daí mostrei pra ele que o nome ficava na direção certa quando a gente via pelo espelho. E que o jeito que eu tinha escrito embaixo, ficava ao contrário:

Tentei mostrar a diferença entre as duas formas de escrever, e expliquei que nós escrevemos da esquerda para a direita. Mas vou conversar com a professora dele e ver no que ela pode ajudar.
Acredito que a escola tenha um papel muito importante nesse sentido.
Procurando pelo Google, achei alguns artigos bem legais. Destaco esses dois:

Quando a criança escreve ao contrário - Revista Crescer

Escrita Espelhada. Que bicho é esse? - Blog Psicosol

Depois de conversar com a professora, volto aqui pra contar como foi!

*****Atualização 01/07/2015*****
Conversei com a professora dele e ela me disse que a escrita espelhada nessa fase é totalmente normal. Disse que com o tempo e no decorrer da alfabetização, isso tende a não acontecer mais ;-)

19 de junho de 2015

Camiseta manchada, constrangimento e as lições da vida

E depois de uma semana pesada de trabalho na empresa e em casa, ouço o Pietro falar para o pai:
"- A professora falou que minha camiseta estava suja, manchada, e que a mamãe precisa lavar."
Aquilo pra mim foi o golpe final para me derrubar de vez, depois do cansaço.
Primeiramente, porque a camiseta em questão é o uniforme do ano passado, e que ele vem usando até agora  já que a prefeitura não mandou o uniforme novo (estamos no meio do ano!).
Qualquer pessoa leiga sabe que crianças se sujam, principalmente com tintas e materiais que usam na escola. Algumas manchas não saem, por mais que você lave, esfregue, e coloque aquele tecido de péssima qualidade de molho com algum produto tira-manchas.
O máximo que vai acontecer ( e esse é o caso), é a camiseta desbotar e encolher.
O que quero dizer, é que a camiseta estava limpa apesar de manchada.
Em segundo lugar, aquilo me incomodou porque não acho ético falar isso para uma criança de 5 anos que não sabe lavar a própria roupa, expondo-a na frente dos coleguinhas.
Pietro estava de banho tomado, cabelo penteado, unhas cortadas... E com uma outra camiseta por baixo. E ficou "taxado" de sujo, por causa da bendita camiseta de uniforme.
Ainda estou digerindo isso tudo, e como ele está resfriado nem foi à escola hoje.
Para não ser injusta, vou ouvir o que a professora tem a dizer. Sempre procuro resolver as coisas com diálogo, acho que essa é a melhor forma de esclarecer qualquer mal entendido.
Mas isso me fez pensar nos momentos em que não estarei presente para evitar constrangimentos, situações embaraçosas... Momentos em que ele terá que lidar sozinho com frustrações, com dificuldades.
E isso sim me assusta. Isso sim é complicado, bem mais difícil do que trocar fraldas ou perder horas de sono com amamentação e cólicas...
A vida é mesmo uma grande escola, e algumas pessoas podem até carregar diplomas de professores. Só que na verdade são meros aprendizes como todos nós. E erram feio, também.



10 de junho de 2015

Pietro aprendendo a falar

Esse vídeo foi gravado quando o Pietro tinha por volta de uns 7 meses, mais ou menos
Nesse último final de semana tive que fazer um backup dos arquivos de um computador bem antigo nosso, e encontrei muitas fotos e vídeos legais!
Tem um vídeo de quando eu ainda estava grávida, depois dele recém-nascido, vários em que ele está mamando, tomando banho de balde, etc.
Nostalgia total!
Por isso sempre digo às outras mães: precisamos aproveitar ao máximo nosso tempo com esses seres especiais, porque passa tudo muito rápido. Pietro já vai fazer 6 anos!


4 de junho de 2015

7 maneiras de se criar vínculo (Bonding) com seu bebê

Já ouviu falar em "Bonding", aplicado à maternidade?
O verbo "to bond" em inglês significa "juntar, unir" - lembra daquela cola especial chamada Super Bonder? Pois é.
Bonding é um termo muito utilizado para designar a criação de vínculo entre mãe e bebê, assim que ele nasce. Por isso a importância de se amamentar ainda nas primeiras horas de vida, do contato pele a pele, a troca de olhares.
Nsse texto, o Dr Sears dá algumas dicas de como criar esse vínculo importantíssimo para ambos, e que vai refletir em toda a formação desse novo ser humano.

Como um modo de criação com apego e de resposta rápida faz com que você e seu bebê fiquem cada vez mais próximos
Por William Sears, M. D.

No início de nossa carreira como pais, um amigo disse para minha esposa, Martha, "Deve ser bom se casar com um pediatra uma vez que ele sabe tudo sobre bebês."
Martha astutamente respondeu: "Na verdade, o que ele sabe é como cuidar de bebês doentes."
Ela estava certa: eu tinha sido bem treinado no tratamento de doenças físicas, mas tinha pouca experiência na promoção do bem-estar emocional.
Então, eu transformei meu escritório em uma espécie de laboratório experimental, observando aqueles pais que pareciam curtir mais seus bebês e, reconhecidamente, cujos filhos eu mais gostava.
Após 10 anos de observações, eu cheguei ao conceito de Attachment Parenting (Criação com Apego), baseada no toque, e de alta resposta,  que eu acredito que traz o melhor à você e seu bebê.
Pense nisso desta maneira: Se você e seu recém-nascido ficassem em uma ilha deserta - sem a orientação de livros sobre bebês, pediatras ou a sua sogra - e você tivesse apenas seus instintos maternos básicos para orientá-lo, eu acho que a Criação com Apego é o que você faria instintivamente.
O Attachment Parenting (Criação com Apego) é basicamente um conceito simples.
Faz-se através do desenvolvimento de um relacionamento amoroso, baseado em aprender a ler e responder às necessidades do seu bebê.
Eu chamo isso de enxergar através dos olhos de seu bebê - você pode criar uma criança confiante e solidária , e que tem uma base sólida para se tornar um adulto seguro e empático.
Para ajudar os pais a aprenderem a ouvir os seus instintos naturais e incorporá-los em suas vidas cotidianas, eu desenvolvi sete ferramentas de apego:

1. As primeiras semanas de vida do seu bebê ajudam a definir o cenário para o relacionamento de vocês. 
Eu recomendo que os pais passem o maior tempo com contato pele-a-pele e olho-no-olho possível - o que eu chamo de ligação no nascimento (birth bonding)- afinal de contas, afagar seu bebê novinho em folha é uma das recompensas mais ricas da maternidade/paternidade.
Se complicações médicas atrapalharem este tempo de apego, não se desespere. A ligação no nascimento não é como a tal "super cola"; é o início de um processo ao longo da vida.
Como o membro mais valioso da equipe médica do seu bebê, você ainda pode encontrar maneiras de se conectar com seu recém-nascido através do seu toque, sua voz e seu leite.

2. Amamente o mais rápido e maior tempo possível. 
Além de fornecer ao seu bebê o leite mais perfeito da natureza, é um exercício de leitura do bebê.
O contato íntimo promove a conexão através da leitura das expressões faciais do seu bebê, e também a sentir a sua linguagem corporal, enquanto que o próprio ato de amamentar ensina ao bebê que você é uma fonte de cuidado e conforto em que ele pode confiar.
Se uma complicação médica ou estilo de vida a impede de amamentar, você pode ter esse momento de muito toque e comunicação também enquanto dá a mamadeira. A mamadeira também dá ao pai a chance de se conectar com o bebê de forma carinhosa. Seja qual for o método, pense no momento de alimentação como uma oportunidade para se conectar e se comunicar, além do fornecimento de alimento.
 - Veja o vídeo sobre recém-nascidos que engatinham até o seio da mãe aqui.

3. Quando os novos pais entram em nosso escritório para o primeiro exame de seu recém-nascido, damos-lhes um curso intensivo sobre Slings, carregadores de bebê (baby-wearing). 
Eu gosto de demonstrar a técnica com os pais. É um deleite para as novas mães que me assistem montar o sling do bebê sobre o pai, posicionar o bebê confortavelmente dentro e então ver o pai passeando ao redor do escritório.
Além de desfrutar de uma conexão física com um dos pais, um bebê pode aprender muito nos braços de um cuidador ocupado: Podendo visualizar a mãe, o bebê também pode entrar em sintonia com seu ambiente e as pessoas ao seu redor. É também uma forma de envolver o pai na Criação com Apego. Na verdade, algumas mães inclusive relataram que uma vez que os seus companheiros aprendem o jeito de usar o sling para carregar o bebê, ficam "viciados".

4. A Academia Americana de Pediatria recomenda que os bebês durmam no mesmo quarto em que a mãe, em superfícies separadas, para praticarem o apego noturno. Quando deitar perto de bebê, procure usar uma co-cama (cama menor junto à cama de casal), um berço de cabeceira que se anexe de forma segura à sua cama, para manter o bebê dentro do alcance dos seus braços e em um ambiente seguro de sono.

5. O choro de um bebê é a sua maneira de se comunicar com você.
Ouça e acredite no valor da sua "linguagem". Os bebês choram para se comunicar, não manipular.
Aprendendo a decifrar os gritos do seu bebê e respondendo de forma apropriada - seja com uma alimentação, uma mudança de fralda ou um simples toque reconfortante, o bebê aprende a confiar em você para entender suas necessidades e cuidar dele.
Como esse vínculo cresce, e você se sente mais segura para antecipar suas necessidades antes que o bebê fique aborrecido, você pode até achar que ele chora menos.

6. Tenho certeza de que você já ouviu amigos e parentes bem-intencionados com suas instruções pessoais de "como fazer" as coisas": "Estabeleça horários", "Deixe que ele chore senão vai manipular você", ou "Você está estragando seu bebê, carregando-o tanto no colo".
Tome cuidado com esses "sistemas de treinamento de bebês!"
Certamente você deve modificar a Criação com Apego para ajudar seu bebê a se encaixar em sua família e seu estilo de vida. Afinal, ser focada na criança não é a mesma coisa que ser indulgente.
(Na verdade, eu tenho baseado a Criação com Apego na idéia de que ser sensível ao bebê em última análise, ajuda a desenvolver as ferramentas e a confiança para que ele se torne auto-confiante e independente.) Mas, quando levados ao extremo, esses sistemas de disciplina para bebês são sinônimo de perda.
Ao seguir à risca alguma dessas fórmulas preconcebidas para disciplinar seu bebê, você perde a confiança em sua própria capacidade de ler e responder aos sinais dele, enquanto ele perde a confiança  de que você acredita e valoriza esses sinais.

7. Quando nosso filho Matthew era um bebê (e um bebê high-need), minha esposa, às vezes se lamentava que ele precisava tanto dela que ela nem sequer tinha tempo para tomar um banho.
Soa familiar?
Eu procurava lembrá-la de que o que um bebê precisa mais é de uma mãe feliz e descansada. Lembre-se: A dose certa do remédio certo é a cura, mas uma overdose às vezes pode prejudicar.
O mesmo se aplica à Criação com Apego. É por isso que eu acho que o equilíbrio e limites são tão importantes.
Na ânsia de dar muito para o seu bebê, você acaba negligenciando as suas próprias necessidades e as de seu casamento. Logo no início do processo da Criação com Apego, pergunto aos novos pais: "Isso está funcionando para vocês? Seu bebê está prosperando? Vocês estão prosperando? Se não, vamos modificar as coisas."

Na medida em que você usa e adapta essas ferramentas para melhorar a sua vida familiar, devem experimentar doação mútua. Embora a Criação com Apego inicialmente possa parecer algo complexo, na verdade é sobre pais e bebês lidando uns com os outros.
Quanto mais sensível você for com o seu bebê, mais sensível ele será com você.
Antes que você perceba, os princípios vão se tornar totalmente naturais para todos, e você estará no seu caminho para criar uma família feliz e unida.

Traduzido e adaptado do site Parenting.com