25 de agosto de 2013

Quer ser mãe? Informe-se!

Se me pedissem pra dar um conselho para as mulheres que vão ser mães, eu diria: informem-se.
Também poderia dizer que seu sono nunca mais será o mesmo - pura verdade - mas isso também tem a ver com informação.
Fazemos coisas, criamos expectativas e tomamos decisões muitas vezes baseadas em mitos, conselhos alheios e naquela velha justificativa de que " fulana fazia assim e os filhos dela sobreviveram"...
Eu mesma não tenho a mesma cabeça de quando engravidei. Não tinha ideia sobre muitas coisas importantes, tinha muito medo. Talvez porque não achava que seria mãe algum dia (nunca sonhei com isso). Achei que seria a "louca dos gatos"! Mas se pudesse voltar no tempo, teria me informado mais, com certeza.
Teria me informado mais sobre parto, sobre amamentação...
E então fui aprendendo algumas coisas "na marra", nas dificuldades que foram aparecendo - e ainda aparecem. Mas descobri que a tecnologia pode ajudar e muito quando se trata de informação.
É claro que nem toda informação é boa e verdadeira. E é aí que entra o tal instinto materno. Ele é aquela vozinha lá no fundo que diz: "Será mesmo que preciso fazer isso? Não acho que vai ser bom pro meu filho...".
Daí você descobre que existem vários estudos comprovando que o melhor para mães e bebês é simplesmente o mais natural possível. Legal não?
É importante entender que a maternidade não tem uma fórmula pronta e padrão, que serve para todas as mulheres.
Você precisa se armar de informação, muita paciência (respirar fundo tá valendo muito!) e acreditar em si mesma. Essa confiança vai se abalar várias vezes, você vai se sentir perdida... E essa vai ser a hora de respirar fundo e ouvir a tal "vozinha" lá no fundo, falando de novo dentro de você. Usar os sentidos para entender toda essa transformação. E a vida é feita de transformações, de ciclos e aprendizado, o que a torna mais interessante ainda.

4 de agosto de 2013

Semana Mundial do Aleitamento Materno 2013 e o meu relato

Começou hoje, dia 1/08/2013, em 170 países, a Semana Mundial do Aleitamento Materno.
No Brasil, o Ministério da Saúde lançou uma campanha para incentivar o aleitamento até os 2 anos de idade, e o envolvimento de toda a família. E o tema desse ano é "aconselhamento".
Mas qual a importância disso?
O leite materno salva vidas, pois é insubstituível em nutrientes para os bebês. E além de alimento, também é aconchego. 
O tema desse ano da SMAM tem tudo a ver com minha experiência de mãe mamífera. Se não fossem os conselhos que recebi do Grupo Virtual de Amamentação (quando ainda era no Orkut) e minha intuição de mãe, aliada ao apoio do meu marido, não teria tido sucesso no maior investimento na saúde do meu filho: a amamentação.
Meu filho nasceu de uma cesárea eletiva, e assim como sobre muitas outras coisas, não tinha informação alguma sobre amamentação. 
No final da gravidez comecei a notar colostro vazando dos meus seios. Acordava com a camisola um pouco molhada, mas nem imaginava como seria amamentar e ainda mais com peitos tão pequenos rsrs.
Logo após o nascimento, colocaram o Pietro ao meu lado na sala de pós-operatório, e comecei a entrar em desespero ao vê-lo sugando as mãozinhas, como se estivesse com fome.
A enfermeira me disse que assim que a anestesia começasse a passar, e quando eu conseguisse mexer minhas pernas, poderia então amamentá-lo.
Pra quem não sabe, a sensação da anestesia da cesareana é como se você tivesse ficado paraplégica. Bem perturbadora. E esses minutos pareciam durar séculos, até que finalmente consegui mexer o dedão do pé e avisei a enfermeira, pois queria amamentar.
Vieram duas enfermeiras me ajudar a colocar o Pietro no peito. Uma apertou bastante meu seio pra ver se saía colostro (aff como doeu) e a outra o colocou na posição. E assim, ele saiu sugando.
Confesso que foi a sensação mais estranha que já tive na vida, pelo menos até hoje. Mas com o tempo fui me acostumando.
Não tive problemas com rachaduras, só um pouco de sensibilidade na pele, afinal de contas meu organismo estava se adaptando.
No hospital fiquei com o Pietro no colo praticamente o tempo todo, porque as enfermeiras começaram a medir a glicemia dele e disseram que estava baixa. Se não aumentasse, teríamos que passar mais um dia no hospital. Desesperada, fiquei com ele no peito quase que as 72 horas inteiras.
Chegando em casa, sem descansar e muito menos dormir, continuei com ele no colo. Ainda bem que tinha meu marido pra me ajudar, e bem que ele tentou fazer o Pietro dormir várias vezes para eu poder descansar, mas o Pietro só pegava no sono quando estava no meu peito.
Depois de alguns dias quase caindo desmaiada de sono durante a madrugada, resolvi amamentar deitada. Santa cama compartilhada!
Me contaram várias "histórias de terror" sobre os perigos da cama compartilhada, mas meu marido e eu sempre tomamos muito cuidado. Além disso, logo que o Pietro completou 4 meses, tive que voltar a trabalhar. Portanto ia tirando minhas dúvidas e trocando experiências com outras mães do grupo no Orkut e com minha amiga Carol, que teve a filha alguns meses antes do Pietro nascer.
Nunca tivemos problemas em relação ao crescimento dele. Assim que saiu da maternidade ganhou peso rápido, apesar de ter nascido bem miúdinho. Em alguns momentos tivemos um pouco de insegurança pra saber se ele estava dentro da curva de crescimento normal, mas era pura insegurança de pais de primeira viagem.
O único "problema" maior era que ele tinha muita necessidade de ficar no meu colo. Hoje eu entendo muito melhor, mas quando você acabou de ter um filho e está cheia de incertezas misturadas ao cansaço e falta de informação útil, pode acabar cedendo e fazer coisas que não queria realmente fazer.  Por exemplo, eu não queria dar chupeta pro Pietro. Principalmente porque o uso da chupeta não trouxe coisas positivas pra mim. Mas acabamos achando que seria uma solução para a necessidade de sucção dele, e oferecemos. A sorte é que ele não gostou da chupeta, e a cuspiu.
Também chegamos a oferecer leite artificial por recomendação de "terceiros" (aquele papo de que talvez o leite materno não estivesse sustentando) e nessa época eu já estava participando do GVA, e já tinha uma noção de que aquilo poderia prejudicar a amamentação. E mais uma vez, o Pietro (mesmo tão novinho, recém-chegado ao mundo) já sabia o que queria: a mamãe.
Até hoje, com quase quatro anos, o Pietro não gosta de leite de vaca. Nunca pegou chupeta.
Exigiu muito colo sim, muito peito e aconchego. Tive que aprender a deixar a casa para arrumar depois, meu marido aprendeu a cozinhar. E eu também aprendi a confiar mais nos meus instintos e deixar conselhos de lado (mesmo de pessoas que se dizem muito experientes).
Meu filho é uma criança saudável, que nunca teve nenhuma infecção de qualquer tipo. É um menino amoroso, que se sente seguro comigo e com o pai. E é muito esperto.
Pietro mamou até os 2 anos e 3 meses, e posso dizer que valeu muito a pena.
Se eu puder dar um conselho para as mães que querem amamentar, digo que não é fácil como nos contos de fada. Precisa ter muita paciência e insistir bastante. Mas vale MUITO a pena.
E posso dizer com certeza que não existe leite fraco, peito pequeno também não é obstáculo, e dá pra amamentar sim depois de uma cesárea eletiva.
A cada dia surge uma novidade, mas a amamentação com certeza foi um grande investimento na saúde da pessoa mais importante para mim.