29 de junho de 2015

Volta ao trabalho, Ordenha e estoque de Leite Materno

Conforme vai chegando o momento da mãe que trabalha fora voltar à sua rotina de trabalho, vai batendo uma ansiedade e insegurança tremendos.
"Será que consigo ordenhar meu leite?"
"Será que vou ter a quantidade suficiente para deixar pro meu bebê"?
"Será que o leite do peito não vai estragar?"
"Será que devo ir treinando para meu bebê se acostumar a pegar mamadeira?"

Essas são as dúvidas mais frequentes, mas existem muitas outras.
Tudo que uma mãe precisa nessas horas é de informação e apoio.

Nesse ano de 2015 a SMAM - Semana Mundial do Aleitamento Materno tem como tema Amamentação e Trabalho: vamos fazer funcionar! (24ª Waba: Breastfeeding and Work - Let's Make it Work!) e o foco principal da campanha é orientar mulheres sobre seus direitos enquanto trabalhadoras e auxiliar para que o tempo de amamentação exclusiva se estenda.
Em 2008, 41% das mães brasileiras amamentavam exclusivamente nos primeiros seis meses de vida do bebê. Atualmente, o Ministério da Saúde trabalha na elaboração de novo estudo e, observando a tendência de crescimento, estima um aumento, nos últimos sete anos, de 10,2% no número de crianças sendo amamentadas exclusivamente até seis meses. Estudos mostram que o leite materno é capaz de reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos. Mais do que é evitado pela vacinação ou pelo saneamento básico, segundo a OMS. Fonte: Ministério da Saúde
Algumas dicas
Sobre a ordenha - extração manual de leite materno ou com ajuda de bombas extratoras
Ordenhar exige bastante disciplina. É importante criar uma rotina de ordenha, com horários fixos (ou próximos) para que o corpo se acostume.
Criando essa "rotina", o organismo se acostuma a produzir a demanda necessária.

Sobre a quantidade a ser ordenhada e o prazo de validade do leite materno
Essa informação é importante porque todo o leite materno que o bebê não mamou deverá ser descartado. O leite materno só pode ser congelado uma vez, ou seja, não pode ser re-congelado pois perde suas propriedades. Dessa forma, evitamos desperdício do leite. 
Dependendo do tempo que você se ausentará e da idade do bebê, o cuidador pode oferecer seu LM em intervalos fixos de 2-3 hs. Calcule a dose de cada "mamada" assim 20-25mL x peso do bebe (K). para um bebe de 6 K a dose está entre 120-150 mL de LM. Esse calculo é emprestado das necessidades calóricas de um bebê que toma formula. Ele nos serve na amamentação apenas como um guia, pois deve-se prestar atenção nos sinais de satisfação do bebê.
Bebês que mamam em livre demanda tem maior controle da sua capacidade gástrica e sabem quando devem parar de comer, por isso bebes com pesos maiores podem não consumir todo o LM sugerido pela formula em uma mamada só.
Para consumo do próprio bebê quando a mãe trabalha fora, o LM pode ser congelado por um período que vai de 1 a 2 meses. Fonte: GVA (Grupo Virtual de Amamentação)

Sobre começar um "treinamento" para o bebê se acostumar com a volta ao trabalho da mãe
Nossa, essa era minha maior dúvida, e eu sei que não é NADA fácil deixar seu bebê todo indefeso nas mãos de outra pessoa, mesmo que essa já tenha mais experiência.
Pra mim, foi como cortar o cordão umbilical pela segunda vez. Imagino que para o Pietro tenha sido tão difícil quanto.
Mas não vejo necessidade de ir privando o bebê de ficar com a mãe como se fosse um treinamento. Pelo contrário, é melhor aproveitar cada minuto juntos antes da separação.
É uma oportunidade para fazer com que o bebê se sinta seguro. Uma boa dica é incluir essa pessoa que vai cuidar do bebê enquanto a mãe estiver fora, na rotina.
Além disso, não é necessário que se use mamadeiras, já que elas podem causar confusão de bicos e desmame precoce. Uma boa alternativa são os copinhos de bico rígido, fáceis de manusear, limpar e não causam desmame - ver álbum Alternativas à mamadeira.



Links importantes:

Eu, particularmente, acredito na importância do aumento da licença-maternidade para que todas as mães tenham a possibilidade de continuarem amamentando e de deixarem leite materno para seus bebês, porque no cenário atual da mulher que trabalha fora, fica difícil manter o aleitamento quando a criança frequenta um bercário público, por exemplo.
Vejam o absurdo - e pior que é verdade: Costumo olhar o cardápio da escola municipal em que meu filho frequenta e só tem "leite artificial" no cardápio do bercário. Não precisei deixar meu filho lá, na época em que ele era bebê, mas imagino que as mães que precisam recorrer às creches públicas encontrem esse tipo de dificuldade. Veja a matéria:

Creches impedem mães de levar leite materno para os filhos

Acredito que se várias mães se unissem, daria pra mudar isso, já que o próprio Ministério da Saúde recomenda aleitamento materno até 2 anos ou mais.
Mas essa é mais uma causa dentro da luta pela licença estendida.

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