Muito se tem falado sobre as famigeradas divergências na criação de filhos.
Muitas vezes, elas acontecem por causa do tom de julgamento com que algumas mães se tratam, e outras porque simplesmente não estão abertas para troca de experiências.
Daí foram surgindo termos como "menasmain" (menos-mãe), devido aos comentários do tipo "Eu não sou menos-mãe porque faço assim, ou assado...."
Já falei sobre isso aqui no Blog, mas tenho visto muitos outros textos sobre esse assunto pipocando na Blogosfera. E ainda que eu ache muito massante ficar batendo na mesma tecla, gostaria de apontar para um fator muito bom nessa discussão toda, que tem passado despercebido.
Até pouco tempo atrás, a sociedade via e tratava bebês e crianças meramente como propriedades de seus pais. Eu tenho impressão de que isso ainda acontece nos dias de hoje, mas com menos intensidade.
Por exemplo: Quando furam as orelhas de bebês recém-nascidas, justificando que bebês não sentem dor. Ou quando os deixam chorando no berço, para que aprendam a dormir e não ficarem mimados. "Ele(a) é muito novinho ainda, não sabe o que quer, ou está tentando manipular os pais (visões super contraditórias, porque se um bebê é novo demais para saber o que quer, como tem a capacidade de arquitetar planos malignos?).
Não tenho coragem de fazer essas coisas nem com meus gatos ou cachorras... Quanto mais com um ser que foi gerado dentro de mim. Mas muita gente ainda tem. É certo? É errado? Há de se pensar sobre.
Também notamos que crianças são vistas como propriedade e sem importância, quando dizem que "criança não tem que querer algo", ou que está chorando por frescura.
O fato é que crescemos e nos esquecemos do quanto éramos sencientes (!!!).
Depois ficamos procurando razões para nossos problemas, porque somos adultos ansiosos, com dificuldades de expressar emoções, temos depressão, síndrome do pânico...
Por quê será, se não sabíamos de nada, não sentíamos nada...?
Mas então, devemos achar os culpados disso tudo, ou prestar mais atenção para não provocarmos as mesmas consequências em nossos filhos?
É aí que eu, particularmente, acho que está o lado bom de se discutir sobre criação de filhos. O bom é que essa discussão exista!
Palavras como Criação com Apego, Disciplina Positiva, crianças High-Need, a preocupação com a introdução alimentar, maternidade e paternidade conscientes... Para mim, representam uma grande evolução, e eu nunca tinha ouvido falar em nada disso antes de me tornar mãe.
Existe a idéia na maternidade, de que "quando nasce uma criança, também nasce uma mãe". E é verdade até certo ponto, porque assim como a criança que acaba de nascer, também precisamos aprender muitas coisas. E esse aprendizado é contínuo e nunca acaba. Uma mãe não "nasce"sabendo de tudo.
Então, ainda que algumas pessoas prefiram assumir uma posição de vítima nessas discussões (que também é uma posição cômoda, pois não demanda nenhuma mudança) e fiquem repetindo o mantra do "eu não sou menos...", há as que se beneficiam da troca de experiências e passam a refletir mais sobre suas ações.
Eu sou uma dessas pessoas, e espero que mais e mais mulheres se unam por essas mesmas causas, sem comodismo.
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