18 de maio de 2015

A Antropologia de compartilhar a cama com o seu bebê

Por Penny Johnston
Tradução do artigo no site ABC Melbourne

É um marco da criação de filhos hoje em dia, o fato de que nós sabemos mais sobre o que não devemos fazer com bebês, do que sobre o que devemos fazer... Somos advertidos a não confiar em nossos instintos, mesmo quando as estatísticas e pesquisas recomendam outra coisa. 
Assim, com o nosso estilo de vida moderno que se opõe a muitas "práticas tradicionais", o peso da opinião pública sobre a maneira "certa" para se criar um bebê e promotores da saúde pública nos dando bons conselhos, o que você faz quando se encontra"quebrando algumas regras", especialmente quando se trata de dormir com eles na sua cama? 
Aqui estão alguns conselhos do departamento de Antropologia e Professora Helen Ball da Universidade de Durham:

A Professora Helen Ball é professora de Antropologia da Universidade de Durham, no Reino Unido. Ela também é diretora do laboratório do sono infantil em Durham, onde ela e seus colegas estudam o sono de recém-nascidos e seus pais.
A pesquisa foi originalmente criada para estudar os primatas, mas foi desenvolvida para oferecer aos pais e seus bebês, recomendações para o sono que vão contra algumas das orientações do sono atuais.
Como você pode imaginar, primatas dormem com seus recém-nascidos, como fazem muitas culturas tradicionais em todo o mundo. No entanto, não é algo que os profissionais de saúde na Austrália e em muitos países ocidentes recomendam (e, de fato, um relatório recente da Victorian Coroners Report  é fortemente contra a atividade conhecida como "co-dormir" com os bebês novinhos).

No laboratório do sono de pais-bebês da Universidade de Durham, o foco de pesquisa abrangeu estudos do sono de bebês e crianças, desenvolvimento do sono, segurança do sono, síndrome da morte infantil repentina (SIDS ou Síndorme da Morte Súbita), o sono dos pais, cuidados com o bebê de noite, práticas alimentares, comportamento do sono infantil de gêmeos e fisiologia, ambientes de ala pós-natais e sono materno-infantil, práticas culturais cruzadas nos cuidados do lactente, e a avaliação das intervenções que afetam o sono dos pais e da criança.

Então, o que a pesquisa mostra? Estamos programados geneticamente para sermos capazes de dormir em segurança com o bebê? 
O ato de cuidar de um bebê muito novo significa muitas vezes, uma noite quando um dos pais (vamos encarar que geralmente é a mãe e sempre no caso da amamentação!) Se levanta para alimentar o bebê. Será que os nossos antepassados ​​ficariam se batendo no escuro para chegar a um outro quarto, ou manteriam seus bebês por perto?

A Professora Ball explica que muitos pais pensam que estariam "acidentalmente" partilhando a cama com seu bebê que mama no peito porque é mais fácil de cuidar do bebê na cama durante a noite na fase de amamentação intensiva. Mas não admitem isso publicamente. "Os pais estão com medo de falar com os profissionais de saúde em alguns casos, e esta é uma das coisas que  impede a transmissão de informações sobre como fazê-lo com segurança."

Muitos de nós vai admitir que dormiu com o bebê na cama pelo menos uma vez e espero que todos saibamos o que torna isso seguro:
  • Sem consumo de drogas, álcool ou cigarros (ou que tenham sido consumidos) por qualquer pessoa na cama.
  • Não espremer o bebê, que deve estar livre para se mover para que não fique preso em qualquer lugar na cama.
  • A cama deve ter um bom colchão firme, não um sofá ou uma cama dobrável.
  • Se seu bebê era pequeno no nascimento ou prematuro (antes de 37 semanas), o compartilhamento de cama não é recomendado.

Professora Ball acredita que muitas das mortes por Síndrome da Morte Súbita no Reino Unido foram devidos outros motivos, e que muitas das "velhas" estatísticas eram parte de figuras muito maiores de mortalidade infantil que eram comuns 50 a 100 anos atrás.
A pesquisa tem contribuído para o NICE (National Institute for Health and Care Excellence) e suas diretrizes, que recomenda que os profissionais de saúde discutam práticas seguras de sono, e não tirem de vez a opção de compartilhamento de cama/ cama-compartilhada.


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