Tenho ciência de que cada pessoa tem um ponto de vista diferente, opiniões diferentes, histórias de vida diferentes também. E eu tinha uma idéia de que a maternidade transformava a mulher em outra pessoa totalmente diferente do que ela era. E não queria aquilo pra mim.
Não queria ter que mudar minha personalidade para poder me encaixar num "grupo". Ser considerada uma "mãe perfeita", quase um ser mítico que deixa todos seus sonhos e planos de lado, para se dedicar exclusivamente ao marido e aos filhos. Queria continuar aprendendo, questionando, buscando.
Pensando bem, hoje vejo que acreditava nisso devido aos exemplos que tinha perto de mim...
Só que com o tempo veio a vontade de ser mãe. E todas aquelas idéias que eu tinha antes, todas as dúvidas e a vontade de continuar aprendendo não foram embora. Elas permaneceram e ainda estão tão presentes na minha vida, que acho que até cresceram!
Não mudei minha personalidade, pelo contrário. Sendo mãe eu tenho mais uma área na vida pra aprendizado. Mais dúvidas surgem a cada dia que passa, e vou lendo, vivendo, estudando, acertando e errando. E o barato de tudo isso é que quando acho que tenho certeza sobre alguma coisa, aparecem mais dez outras coisas novas rs. Ou seja, não existem fórmulas pré-estabelecidas, é tudo mutável no campo da maternagem.
Eu adoro, por exemplo, aprender sobre novas descobertas científicas sobre o desenvolvimento das crianças, e ao mesmo tempo encontro a maioria das respostas na simplicidade da natureza, no natural do ser humano de animal mamífero que é.
Por outro lado, me incomodo quando vejo pessoas que não têm nem um pingo de vontade de se atualizarem... Me sinto frustrada, tenho vontade de gritar: "Acorda, você não precisa ficar repetindo hábitos cegamente sem ao menos refletir sobre eles!". Mas também entendo que isso é algo pessoal meu, uma característica que tenho que aprender a trabalhar em mim e não ficar tentando mudar os outros.
Existem pessoas que acham mais fácil seguir modelos pré-estabelecidos e apenas repetem o que seus pais fizeram, seus avós, etc. Outras preferem buscar maneiras próprias de lidar com as situações, procurando informações e experimentando idéias novas.
Nenhuma das duas está certa ou errada, é melhor ou pior. São apenas posicionamentos diferentes.
E analisando minha "roda de amigos", constatei que ela é composta na maior parte por pessoas que seguem essa mesma linha de pensamento, e que não são acomodadas.
Isso é outra característica do ser humano, a de ter por perto pessoas com afinidades em comum.
E não me refiro somente ao campo da maternagem, mas também em relação a outros assuntos como por exemplo: tenho colegas ativistas na causa animal, Veganxs, Feministas, Libertários, Espiritualistas, e por aí vai.
Tenho amigas que muito antes de eu me atentar pra questão da humanização do parto, por exemplo, já estavam ativamente participando de manifestações, grupos e discussões sobre o tema. Também ativas na promoção do aleitamento materno, na criação com apego, disciplina positiva... Então elas acabam servindo de inspiração para aqueles momentos em que sinto que estou "remando contra a maré." E foi depois de me tornar mãe que vim a ter contato com esses termos e muitos outros que vou aprendendo todos os dias.
Como já mencionei ali acima, nesse meio não existe o melhor e o pior, o certo e o errado. Só acho que é tudo uma questão de bom-senso e de escolha mesmo.
E sim, optar por ser mãe / pai conscientes é algo que adiciona+, não subtrai- nada na vida e nem na personalidade de ninguém.
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