31 de outubro de 2014

Pediatras que fazem a diferença no mundo - Dr José Martins filho

Já declarei aqui que sou fã do Dr. Carlos González, pediatra espanhol que, ao meu ver, é um grande ativista pelo Aleitamento materno e a Criação com Apego (Attachment Parenting) baseada em evidências científicas.
O Dr. José Martins Filho, aqui no Brasil, desenvolve um trabalho tão importante quanto ele.
"Dr. José Martins Filho, Pediatra graduado em Medicina na USP e Doutorado em Medicina na UNICAMP. Professor titular de Medicina, Professor Emérito da UNICAMP e Vice Reitor depois Reitor da mesma universidade.
Também foi diretor da Faculdade de Medicina, após ter sido Chefe do Departamento de Pediatra por doze anos. Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, honrado recentemente com o título acadêmico, ocupando a cadeira número 21 da Academia Brasileira de Pediatria.
Escritor de oito livros publicados, pediatra atuante, conferencista e âncora do Programa Conexão Brasil, TV Século 21 de Campinas. Luta pela causa do Aleitamento Materno há mais de 40 anos.
Lutou  pelo aumento da licença de três meses para quatro meses através do grupo de estímulo ao aleitamento materno da Sociedade Brasileira de Pediatria e do Ministério da Sáude, no INAN (Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição)."
 
Assim como já falei sobre os "pediatras-dinossauros", que insistem em fundamentos antigos que já caíram por terra, não apóiam verdadeiramente o aleitamento materno, etc; é mais importante ainda que a gente valorize (e muito) quem faz um trabalho oposto, pro bem.

Mais do que pediatras, profissionais de saúde como o Dr. Martins, são importantes ativistas pela maternidade e infância.

E então, ontem tive a oportunidade de ir pessoalmente ver uma pequena palestra do Dr. Martins, no lançamento de seu novo livro: "O nascimento e a família: Alegrias, surpresas e preocupações" pela editora Papirus.
Chegamos um pouco atrasados (eu, marido e Pietro), e sentamos lá no fundo. Como o auditório é pequeno, pude ouvir muito bem, e ao final algumas pessoas fizeram perguntas.
O Dr Martins falou sobre as consequências de se ignorar o choro das crianças. Falou sobre as pesquisas sendo feitas pelo ramo da neuropsicologia, e em como a falta de carinhos dos pais afeta mentalmente e físicamente a saúde das crianças.
Eu acho incrível e tenho a impressão, como leiga que sou, de que essa área da medicina deu um salto enorme em questão de comprovações científicas pra coisas que antigamente nem se falavam sobre.
Até pouco tempo (me refiro à minha época tá? :P) se falava somente em criar adultos independentes, e pra isso a frieza dos pais era fundamental.
Deixar chorando (vide o post do Nana Nenê), não pegar no colo, não amamentar no peito, um monte de "nãos" que foram afastando pais e filhos e consequentemente resultando em adultos inseguros, depressivos, e afins.
Culpa dos pais? Não acho.
Há tempos atrás a informação vinha dos profissionais de saúde e dos livros, já que não existia internet. E graças às novas pesquisas e estudos, temos a oportunidade hoje em dia de fazermos diferente. Fazermos melhor.
Bom, é isso. Estou super feliz de ter dado um abraço no Dr Martins, e ter meu livro autografado.
Depois conto o que achei sobre o livro, mas tenho certeza de que é uma leitura que vale a pena e só vem a agregar coisas boas à aventura de ser mãe. 
[site] Dr.JoséMartinsFilho: http://pediatrajosemartinsfilho.wordpress.com

[vídeo] Os primeiros mil dias das crianças (Instituto Alana):  
https://www.youtube.com/watch?v=90D56DzIz1Q

[vídeo] ALIENAÇÃO PARENTAL(Canal Webfilhos): 
https://www.youtube.com/watch?v=urHD80ZKUwg

20 de outubro de 2014

Herrar é umano - Pedir ajuda não te enfraquece, te fortalece!

Quando comecei a participar de grupos sobre maternidade no Orkut, pude conhecer pessoas muito interessantes que fazem parte da minha vida ainda hoje.
Aprendi muitas coisas, e recebi muitas orientações que me ajudaram (e ainda ajudam bastante) a entender melhor essa aventura doida de ser mãe.
Porque o fato é que SIM, precisamos de ajuda! No momento em que você se vê com um ser humano pequeno e frágil no colo, todo indefeso, é que a gente sente um baita peso da responsabilidade nos dois ombros.
Tem horas que a gente se sente completamente perdida em meio a palpites de familiares, vizinhos, colegas de trabalho, os cachorros na rua, etc. E ainda por cima tem a pressão da sociedade para que você faça tudo perfeitamente.
Existe isso? Alguém que seja perfeit@? Não, né.
Além de toda pressão que as mulheres sofrem da sociedade, a maioria ainda sofre com a ausência do pai do bebê. (Mas isso é assunto para outro post, hoje vou falar específicamente sobre nós, mães.)

O problema desses grupos online de mães hoje em dia, é que tudo que você posta tem a tendência de ser interpretado como ofensa/julgamento.
Alguém vai lá, faz uma pergunta, e se você responde algo diferente do que ela esperava, pronto: tá sendo radical.
Eu não ligo, mas gostaria realmente que isso parasse! Já falei aqui sobre como é importante o compartilhamento de informações, a união entre as mulheres, o acolhimento... Mas não tem como acolher quem não quer ser acolhida. É contraditório demais pra mim rs.
E acolhimento não significa concordar com tudo. Não é assim que aprendemos, que nos empoderamos de informações, que nos fortalecemos.
Ser conivente com tudo é abandonar @ outr@ à sombra da ignorância e da dúvida. 
Virar as costas e deixar "que se lasque". É mais fácil "lavar as mãos", do que comprar briga...
Sabe aquela coisa do "cada um sabe o que é melhor pro próprio filho"? E como vamos saber o que é melhor, se não formos apresentadas a outras opções, outras alternativas?
Como vamos nos sentir mais confiantes de que estamos fazendo o melhor?

Tive a oportunidade de observar um exemplo recente, onde uma mãe comentou que tinha feito introdução alimentar com a bebê dela de 4 meses oferecendo petit suisse, o famoso danoninho.
Ela foi orientada então, a ler esse artigo importantíssimo e atual sobre os petit suisse Tudo que você queria saber (ou não) sobre os Petit suisse e também que a introdução alimentar deveria ter sido iniciada aos 6 meses, como a Organização Mundial de Saúde recomenda... Adivinha qual foi a reação dessa pessoa?
Sejamos honestas: ninguém curte ser julgada por qualquer coisa, mas essa síndrome de julgamento tem que acabar! E não, não havia sequer um tom de julgamento no que estava sendo dito.
Com essa discussão me lembrei de algo que aconteceu com o Pietro, quando ele tinha 1 ano e 9 meses e eu ainda não era Vegana.
Como sempre achei "normal" ver outras crianças consumindo esses petit suisse, assim como eu mesma e meu irmão comemos bastante, resolvi dar pro Pietro.
Eis o resultado: Pietro e o episódio do danoninho 
Até então eu não sabia que eles são recomendados pra consumo a partir dos 4 anos, segundo o próprio fabricante (é só olhar no site da Danone). Depois disso, nunca mais ofereci, pois concluí que os malefícios seriam muito maiores que os benefícios na saúde dele.
Então, acredito que seria MUITO mais positivo se ao invés de nos sentirmos "julgadas", fôssemos atrás de informações.
Que houvesse muito mais interesse e união, do que briguinhas e mania de perseguição.
Sabe, não consigo ser omissa em nada na vida. Não conseguiria ver algo e não fazer nada a respeito, nem que seja dar um toque educadamente pra pessoa.
Acho que todxs temos direito à fazer escolhas, e se mesmo assim a pessoa insistir em seguir por um caminho "diferente", ao menos ela teve a chance de conhecer outras alternativas.
Informar é compartilhar alternativas.
Mas o "buraco" é mais embaixo, e enquanto algumas pessoas conseguem entender o que está sendo dito, outras colocam o ego em primeiro lugar.
Talvez seja mesmo devido essa pressão da sociedade pra que tudo saia perfeito, pra que a mãe não erre. Algumas acabam pirando com isso, literalmente...
Herrar é umano!!!
E eu erro pra cacete. Só assim é que eu aprendo.
(e "No more" danoninho).

17 de outubro de 2014

Guest post: Rubi, a "maternagem" e seus caminhos

Sou a Rubi, amiga da Carol (que a maternidade me presenteou), e coincidentemente também mãe aos 24, da Ayla ( 7 anos de luz), agora do Luigi (quase 2 meses de pura fofura).
Temos nossas diferenças e afinidades, nos respeitamos e sempre estamos trocando idéia! 
Me vejo sempre gostando de coisas alternativas. Na infância decidi não comer mais carne vermelha por achar ruim e nojento, na pré adolescência decidi não ir para igreja que era católica e sem contar um lado hippie e roqueira. Essas diferenças foram me guiando e de certa forma selecionando minhas aspirações! O que percebo é que sempre fui de buscar algo novo e tinha curiosidade de saber se aquilo que repetimos seria realmente o "único caminho". Com isso tive a oportunidade de conhecer e fazer amizades com tipos bem diferentes de pessoas! 
Na criação de filhos afirmo que não existe o "unico caminho", mas o melhor que cada mãe e pai podem ser
Acredito no respeito como via de mão dupla, me ofereço pra dar um apoio se a mãe precisar, e se pedir conselho passo a informação! O que não cabe é de qualquer lado um tentar impor ou zombar da opinião para o outro! 
Tipo, fiz cesarea eletiva na primeira gravidez, tive um pós operatório péssimo e decidi buscar formas melhores pra parir e nascer. Encontrei o parto humanizado. 
Pois bem, nesta gravidez muitas pessoas mesmo sabendo da minha vontade de parir por vias naturais, me indagavam se realmente ia ter coragem. Sempre procurei explicar os porquês todos, mas algumas pessoas mesmo assim diziam que a cesarea seria melhor e bla bla bla...
Poxa vida, estou explicando que hoje para mim não acho mais viável cesarea sem necessidade, que estou bem informada dos riscos e benefícios de ambos e mesmo assim insistem, me tacham de louca e coisitas mais? Gente, informação está aí fácil, pra quem quiser! Só que respeito pq já tive meu momento de fazer a cesarea e achar melhor! Eu sei que toda essa curiosidade e personalidade alternativa me fizeram e fazem refletir dia após dia!

Na amamentação foi assim, tive pitacos de gente dizendo sobre leite fraco! Fui curiosa e busquei informação, uma vez que escutamos tanto que o leite materno é melhor, e....bingo, constatei que não era fraco! 

Minha filha tinha dificuldade pra dormir. Em um momento de cansaço meu, fiz o teste "nana nenem" e deixei ela chorando no berço. Não rolou, não aguentei e fiquei mais cansada ainda, e fui me informar de outra coisa que pudesse ajudar, encontrei! E assim foi e é!

Finalizando: não existe um único caminho, existe sim o melhor no momento, o melhor pra mãe, melhor pro bebê e a importância de saber que existem vários caminhos. 

Caminhos que seguem a tradição, caminhos mais práticos, caminhos que precisam de mais dedicação... Afinal maternidade cansa sim, e muito! 
É bom ter sempre em mente que amor, carinho e afeto nunca são demais e que o tempo passa muito rápido, então aproveitar o máximo seus filhos, a infância e a maternidade é algo urgente!
Tem que ser feito agora, não há tempo pra deixar pra amanhã. 
A infância é mágica! :-)

 Rubi Naves
Mãe e doula.

16 de outubro de 2014

"Maternagem" tem tudo a ver com quem você sempre foi

Tenho ciência de que cada pessoa tem um ponto de vista diferente, opiniões diferentes, histórias de vida diferentes também. E eu tinha uma idéia de que a maternidade transformava a mulher em outra pessoa totalmente diferente do que ela era. E não queria aquilo pra mim.
Não queria ter que mudar minha personalidade para poder me encaixar num "grupo". Ser considerada uma "mãe perfeita", quase um ser mítico que deixa todos seus sonhos e planos de lado, para se dedicar exclusivamente ao marido e aos filhos. Queria continuar aprendendo, questionando, buscando.

Pensando bem, hoje vejo que acreditava nisso devido aos exemplos que tinha perto de mim...
Só que com o tempo veio a vontade de ser mãe. E todas aquelas idéias que eu tinha antes, todas as dúvidas e a vontade de continuar aprendendo não foram embora. Elas permaneceram e ainda estão tão presentes na minha vida, que acho que até cresceram!
Não mudei minha personalidade, pelo contrário. Sendo mãe eu tenho mais uma área na vida pra aprendizado. Mais dúvidas surgem a cada dia que passa, e vou lendo, vivendo, estudando, acertando e errando. E o barato de tudo isso é que quando acho que tenho certeza sobre alguma coisa, aparecem mais dez outras coisas novas rs. Ou seja, não existem fórmulas pré-estabelecidas, é tudo mutável no campo da maternagem.
Eu adoro, por exemplo, aprender sobre novas descobertas científicas sobre o desenvolvimento das crianças, e ao mesmo tempo encontro a maioria das respostas na simplicidade da natureza, no natural do ser humano de animal mamífero que é.
Por outro lado, me incomodo quando vejo pessoas que não têm nem um pingo de vontade de se atualizarem... Me sinto frustrada, tenho vontade de gritar: "Acorda, você não precisa ficar repetindo hábitos cegamente sem ao menos refletir sobre eles!". Mas também entendo que isso é algo pessoal meu, uma característica que tenho que aprender a trabalhar em mim e não ficar tentando mudar os outros.

Existem pessoas que acham mais fácil seguir modelos pré-estabelecidos e apenas repetem o que seus pais fizeram, seus avós, etc. Outras preferem buscar maneiras próprias de lidar com as situações, procurando informações e experimentando idéias novas.
Nenhuma das duas está certa ou errada, é melhor ou pior. São apenas posicionamentos diferentes.
E analisando minha "roda de amigos", constatei que ela é composta na maior parte por pessoas que seguem essa mesma linha de pensamento, e que não são acomodadas.
Isso é outra característica do ser humano, a de ter por perto pessoas com afinidades em comum.
E não me refiro somente ao campo da maternagem, mas também em relação a outros assuntos como por exemplo: tenho colegas ativistas na causa animal, Veganxs, Feministas, Libertários, Espiritualistas, e por aí vai.
Tenho amigas que muito antes de eu me atentar pra questão da humanização do parto, por exemplo, já estavam ativamente participando de manifestações, grupos e discussões sobre o tema. Também ativas na promoção do aleitamento materno, na criação com apego, disciplina positiva... Então elas acabam servindo de inspiração para aqueles momentos em que sinto que estou "remando contra a maré." E foi depois de me tornar mãe que vim a ter contato com esses termos e muitos outros que vou aprendendo todos os dias.
Como já mencionei ali acima, nesse meio não existe o melhor e o pior, o certo e o errado. Só acho que é tudo uma questão de bom-senso e de escolha mesmo.
E sim, optar por ser mãe / pai conscientes é algo que adiciona+, não subtrai- nada na vida e nem na personalidade de ninguém.

13 de outubro de 2014

Nódulo na Tireóide, SOP e "engolir sapos"

Já contei aqui que estou com um baita nódulo na tireóide e mais dois cistos, e que fiz alguns exames mas que acabaram não sendo conclusivos pra saber o que são esses nódulos, de onde vieram e pra onde vão... Agora terei que fazer uma punção, ou seja, retirar líquido do nódulo para saber se é algo ruim ou se vou ter que "conviver com eles".
Tenho procurado evitar pensar nisso o tempo todo, sabe. Pelo menos no ultrassom não apareceu calcificação em nada, o que seria indício de câncer, segundo uma amiga que teve. Mas confesso que estou triste.
Triste porque estava tudo normal até esse caroço aparecer.
Triste porque pode não ser cancerígeno agora, mas e se virar?
Imagem: Gato da Ansiedade (Facebook)
Triste porque tudo que eu quero na vida é poder criar meu filho.

Daí acontece um treco desse, e a gente já começa a pensar em mil bobeiras.
Eu sou assim, oras. As pessoas falam em pensamentos positivos, não me preocupar porque não vai ser nada e tal. 
Mas sou ansiosa e sofro por antecipação mesmo... 

Sobre a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), também já contei sobre a minha "saga" durante o tratamento que tenho feito todos esses anos, tomando anticoncepcional desde os 16 anos.
Só que desde o início desse ano parei de tomar o Diane 35, e os policísticos voltaram.
A última crise de enxaqueca com aura que tive foi tão forte, que achei melhor parar com o que pra mim é a causa principal dessas enxaquecas.
Minha pele voltou a ficar oleosa, meu ciclo desregulado, meus cabelos caem bastante... Mas ao menos não tive mais nenhuma crise de enxaqueca!
Fui recentemente à consulta com uma nova ginecologista, indicada por algumas mães de um grupo pela humanização do parto em Campinas, e ela me pareceu bem confiável pois explicou em detalhes algumas coisas que eu não tinha entendido muito bem. Como por exemplo o uso de Metformina para que eu engravidasse, quando tive o Pietro. Então, vou começar a usar a Metformina novamente, só que acompanhada de uma "mini-pílula" para evitar a gravidez e ao mesmo tempo tratar da SOP.

"Hans Halbe – Como já disse, não existe tratamento para curar a síndrome. É sempre um tratamento sintomático. Assim, independentemente da idade, quando uma mulher tem hiperinsulinismo, uma das tentativas é dar metformina, uma substância que aumenta a sensibilidade à insulina. De 40% a 50% das pacientes respondem bem a esse esquema terapêutico, as menstruações se regularizam, os níveis de testosterona baixam e elas engravidam.

Drauzio  Quer dizer que um remédio para diabetes faz com que elas engravidem?
Hans Halbe – Elas passam a menstruar regularmente e o hirsutismo melhora bastante. É uma pena que nem todas respondam tão bem a esse tratamento. Há uma coisa, porém, em que eu ponho muita fé. Acredito que a simples diminuição de resistência à insulina seja capaz de diminuir o risco de problemas cardiovasculares que essas pacientes possam ter mais tarde. No entanto, a droga ideal ainda precisa ser descoberta, porque a metformina tem efeitos colaterais, assim como os têm os outros medicamentos utilizados.

OUTROS RECURSOS TERAPÊUTICOS
Drauzio – Como devem ser tratadas as mulheres magras resistentes à insulina e com ovário policístico?
Hans Halbe – Essas pacientes pertencem a um grupo mais resistente do que as obesas, uma vez que contam com a chance de reverter o quadro se emagrecerem. Como as magras têm resistência à insulina consolidada, elas podem beneficiar-se com a metformina e, se necessário for, pode-se induzir a ovulação com clomifeno ou fazer a cauterização videolaparoscópica."
Leia a entrevista completa do site do Dr Dráuzio Varella aqui.

E então, com tudo isso acontecendo comigo além da correria com o trabalho e coisas de casa, ando mais sensível que o "normal"... Percebo que só meus pais, minha madrinha e minha sogra têm se preocupado comigo. São os únicos que me perguntam se estou bem, fora meu marido e meu filho, claro.
Algumas atitudes de pessoas próximas têm me chateado bastante, mas PRECISO me desligar disso.
Pro meu próprio bem, pra minha própria sanidade.
É difícil, mas a maioria das pessoas está enfrentando batalhas pessoais, e não poderia ser diferente comigo. É que tem horas que cansa ser "forte" e a gente precisa desabafar...
Às vezes sinto que se eu não der um primeiro passo pra aproximação, ninguém mais ao menos tenta.
E tenho que ser compreensiva, tenho que respeitar, que compreender. E nunca posso me alterar e chutar o balde, quando é exatamente disso que estou com vontade.
E enquanto isso, vou "engolindo meus sapos" e cultivando meus cistos pelo corpo...

Gostaria de começar meus 30 anos mudando alguma coisas na minha vida pessoal, na minha personalidade. E a primeira delas seria deixar de ser boba.
Sinto que preciso ajudar as pessoas ao meu redor, principalmente quando vejo que estão em alguma situação difícil, mas a verdade é que nem todos querem ajuda. E a mais prejudicada sou eu, que saio taxada de chata, de radical, e por aí vai.
Cansei. Preciso cuidar de mim.

12 de outubro de 2014

Andador: perigoso e desnecessário.

Estava procurando algum artigo sobre os famosos "andadores infantis", pois me lembro que a venda deles tinha sido suspensa no país inteiro, só que hoje mesmo vi esse produto pra vender em uma loja de brinquedos.
Eu já via com maus-olhos esse trambolho, porque parece que força o bebê a ficar num a posição em que os bebês não estão preparados ainda... E acho que o pediatra que escreveu esse artigo "matou a pau" qualquer tipo de dúvida que as pessoas tinham sobre o uso  do andador ser benéfico ou não.
Acompanhe e reflita se vale a pena arriscar a saúde do seu bebê:

Fonte: Conversando com o Pediatra (SBP)

Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente

Desde 2007, é proibido vender, importar, e mesmo fazer propaganda de andador para bebês no Canadá. Apesar de ainda muito popular no Brasil, para bebês de 6 a 15 meses, o andador não é recomendado pelos pediatras. Os pais alegam alguns motivos para colocar o bebê no andador. Dizem que ele dá mais segurança às crianças (evitando quedas), mais independência (pela maior mobilidade), promove o desenvolvimento (auxiliando no treinamento da marcha), o exercício físico (também pela maior mobilidade), deixam os bebês extremamente faceiros e, sobretudo, mais fáceis de cuidar.

A literatura científica tem colocado por terra todas estas teses. A ideia de que o andador é seguro é a mais errada delas. A pesquisadora sueca, Ingrid Emanuelson publicou uma análise dos casos de traumatismo craniano moderado em crianças menores de quatro anos, que considerou o andador o produto infantil mais perigoso, seguido por equipamentos de playground. A cada ano são realizados cerca de dez atendimentos nos serviços de emergência para cada mil crianças com menos de um ano de idade, provocados por acidentes com o andador. Isto corresponde a pelo menos um caso de traumatismo para cada duas a três crianças que utilizam o andador. Em um terço dos casos, as lesões são graves, geralmente fraturas ou traumas cranianos, necessitando hospitalização. Algumas crianças sofrem queimaduras, intoxicações e afogamentos relacionados diretamente com o uso do andador, mas a grande maioria sofre quedas; dos casos mais graves, cerca de 80% são de quedas de escadas.

É verdade que o andador confere independência à criança. Contudo, um dos maiores fatores de risco para traumas em crianças é dar independência demais numa fase em que ela ainda não tem a mínima noção de perigo. Colocar um bebê de menos de um ano num verdadeiro veículo que pode atingir a velocidade de até 1 m/s equivale a entregar a chave do carro a um menino de dez anos. Crianças até a idade escolar exigem total proteção.

O andador atrasa o desenvolvimento psicomotor da criança, ainda que não muito. Bebês que utilizam andadores levam mais tempo para ficar de pé e caminhar sem apoio. Além disso, engatinham menos e têm escores inferiores nos testes de desenvolvimento.

O exercício físico é muito prejudicado pelo uso do andador, pois, embora ele confira mais mobilidade e velocidade, a criança precisa despender menos energia com ele do que tentando alcançar o que lhe interessa com seus próprios braços e pernas.

Por fim, trata-se de uma grande falácia dizer que a satisfação e o sorriso de um bebê valem qualquer risco. Um bebê de um ano fica radiante com muito menos do que isso: basta sentar na sua frente, fazer caretas para ele e lhe contar histórias ou jogar uma bola.

Dizer que o andador torna a criança mais fácil de cuidar revela preguiça, desinteresse ou falta de disponibilidade do cuidador. Caso o adulto realmente não tenha condições de ficar o tempo todo ao lado do bebê, é mais seguro colocá-lo num cercado com brinquedos do que num andador. Cercá-lo de um ambiente protetor, com dispositivos de segurança, como grades ou redes nas janelas; estas são medidas de proteção passiva, muito mais efetiva. O andador definitivamente não se enquadra neste esquema.

Existe um movimento muito intenso na Europa e nos Estados Unidos visando a implantar uma lei semelhante à canadense, uma vez que todas as estratégias educativas têm falhado na prevenção dos traumatismos por andadores.

Enquanto este progresso não chega ao Brasil, continuamos contando com o bom senso dos pais, no sentido de não expor os bebês a um produto perigoso e absolutamente desnecessário.


Para os interessados em informações mais detalhadas sobre o assunto:

• American Academy of Pediatrics. Committee on Injury and Poison Prevention. Injuries associated with infant walkers. Pediatrics. 2001;108:790-2. http://pediatrics.aappublications.org/cgi/content/full/108/3/790.

• Taylor B. Babywalkers. BMJ. 2002;325:612. http://bmj.bmjjournals.com/cgi/content/full/325/7365/612.

• Health Canada. Baby Walkers (Banned) & Stationary Activity Centres. http://www.hc-sc.gc.ca/cps-spc/child-enfant/equip/walk-marche-eng.php

10 de outubro de 2014

O fim da Cama-Compartilhada.

Acredito muito que cada criança tenha seu próprio tempo para aprender, desenvolver e assimilar coisas que são totalmente novas para elas. Afinal de contas, até mesmo nós que somos adultos temos dificuldades em aceitar certas novidades não é mesmo? Imagine para quem saiu do ventre da mãe há tão pouco tempo!

E cabe a nós entendermos isso e aceitar o tempo de cada um, pra que essas "novidades" não sejam estabelecidas na base da pressão psicológica, acarretando traumas, ansiedade, baixa-estima e outros tipos de problemas a longo prazo.
Foi assim com a amamentação, com o caminhar, com o desfralde, a fala, e lógicamente com a cama-compartilhada.
Já contei aqui sobre o início de nossa experiência com a CC e como foi útil e importante nossa opção, até mesmo para que o sucesso com a amamentação acontecesse. Portanto faço questão de defender essa prática que além de segura, é também muito positiva pra mães e filhos.
Cheguei até a escrever um relato sobre os 5 anos de CC após o aniversário do Pietro, e estava tudo "dentro dos conformes" quando resolvi pedir pro meu marido desmontar o berço que o Pietro usou esporádicamente quando era bebê, e decidi vendê-lo.
Como o berço foi desmontado, recuperamos um bom espaço no quarto, e então tive a idéia de colocar a cama do Pietro lá.
Ficamos inseguros quanto a reação dele, então assim que ele chegou da escola, foi pro quarto pegar um brinquedo e viu a cama encostada na parede, separada da nossa. E me perguntou:
-"Mamãe, por quê minha cama está daquele jeito?"
Pensei rápido e respondi:
-"Você viu que legal, filho? Seu pai desmontou o berço e então pudemos colocar sua caminha ali, perto da janela. Ali você vai poder olhar o quintal, vai ter o sol batendo em cima. Legal né?"
"É verdade, que legal!"
E assim tem sido. Ele já caiu duas vezes (coitado rs) da cama durante a madrugada porque se mexe muito, então colocamos uma grade de proteção, mas até agora ele está curtindo a idéia e nunca mais pediu pra dormir com a gente.
Eu acho que quando a gente respeita o tempo de cada criança, sem criar muitas expectativas em cima, muita pressão, as mudanças são sempre efetivas.
Da mesma forma aconteceu com o desfralde.
Gradualmente, e da noite pro dia ele parou de usar fraldas, e nunca mais fez xixi na cama.
Acho que chegou a fazer umas três vezes no máximo, só.

 

Mais uma etapa cumprida. E que venham muitas outras! ;)


Pietro e a visita ao trabalho da mamãe

Quando você trabalha em uma grande empresa, e principalmente se é home-office, e vai apenas alguns dias da semana ao escritório, o mistério parece ainda maior sobre como seria o lugar onde a mamãe trabalha.
Essa semana tive a oportunidade de levar o Pietro pela primeira vez ao meu local de trabalho, e foi muito gostoso pois pude mostrar à ele quem são as pessoas com quem trabalho, assim como os lugares que frequento dentro da empresa.
Me lembro de ter essa curiosidade quanto ao trabalho do meu pai, quando era criança. Mas nunca pude conhecer seu local de trabalho, então acredito que foi uma oportunidade que ele nunca vai esquecer.
Primeiro almoçamos no restaurante que costumo almoçar.
Depois fomos até o escritório, e lá ele conheceu meus colegas e ambiente de trabalho. Também haviam outras crianças, e ele logo se enturmou.
Participamos de uma contação de histórias, e depois de uma oficina de criação de fantoches.
O fantoche teria que parecer com a mãe ou pai da criança (e quando criança), então fizemos uma "mini-Carol"
Foi muito divertido, e tenho certeza de que o Pietro adorou brincar com as outras crianças.
Realmente uma experiência pra guardar na memória :-)

4 de outubro de 2014

Sobre respeito e autonomia - Pietro agora usa brinco

Bebês não conseguem fazer escolhas, pois ainda se encontram em fase de desenvolvimento e amadurecimento cerebral. Mas crianças já conseguem - e devem - ter o poder de fazer algumas escolhas sob orientação dos pais.
Sempre achei péssimo querer obrigar um outro ser humano a ser, vestir-se e se comportar de acordo com as expectativas alheias. Afinal, devemos ser livres para tomarmos nossas próprias decisões não é mesmo?
No caso das crianças, me refiro a decisões mais simples como o que querem vestir, com que brinquedo preferem brincar... Acho que dando a opção de que se faça uma escolha, vai-se incentivando a autonomia de que ela vai precisará para o resto da vida...

Nos últimos dias, o Pietro começou a me pedir para colocar brinco.
"- Quero um brinco azul, de menino, em uma orelha só mamãe."
Na primeira vez que ele pediu, não dei bola. Achei que logo ele esqueceria.
No dia seguinte, a mesma coisa.
"- Mas filho, vai ser como colocar um piercing, vai doer e você não vai gostar. Você já me viu fazendo piercing e tatuagem, dói. Tem que querer MUITO."
"-Mamãe, eu quero MUITO pôr um brinco."
Falei pra ele pensar, tentei mostrar que ele poderia sentir dor... Mas nada adiantou.
Foi uma semana inteira nos pedindo pra furar a orelha. Pois bem.
Fomos até a farmácia do shopping, e chegando lá ele escolheu o brinco. O funcionário da farmácia nos chamou na salinha para fazer a perfuração, e fomos os três, juntos.
Confesso que eu já estava suando frio, nervosa. Meu marido também comentou depois que tinha ficado bastante apreensivo, pois tínhamos receio dele sentir dor e se desesperar.
Nada disso aconteceu.
Pietro ficou calmo enquanto o farmacêutico preparava aquela "arminha", e foi conversando com ele o tempo todo.
Seguramos as mãozinhas dele pra mostrar que estávamos ali, o apoiando. E então ele soltou um "Ai!" - e foi isso.
Ele saiu da salinha da farmácia já de brinco, todo orgulhoso e feliz.
Na hora de passar no caixa, a moça disse que eu era uma "mãe legal" por ter deixado meu filho furar a orelha. E eu fiquei pensando em quantas coisas a gente ainda carrega mesmo depois de anos...
Por quê achamos NORMAL (culturalmente) furar orelhas de meninas recém-nascidas, e DIFERENTE fazer o mesmo com uma criança, menino ou menina já crescida?
Não sou uma "mãe legal", uma mãe moderninha, alternativa ou sei lá mais do quê gostam de rotular pais que procuram melhorar, ao invés de repetir cegamente coisas que não foram legais no passado... Estou fazendo minha obrigação, que é de oferecer escolhas pro meu filho, sobre o próprio corpo.
É a nossa chance de criarmos adultos mais conscientes e responsáveis pelos seus atos. Só acho.

Uma matéria que achei bacana, pra gente refletir um pouco:

Contra vaidade, mães optam em não furar orelha das filhas

Segundo a pediatra, é mito dizer que o bebê sente menos dor do que uma criança para furar a orelha ou tomar vacina, por exemplo. “Existe uma cultura de que ‘bebês não sentem dor’ e que se furar quando a menina é recém-nascida ela sente menos do que quando é maior, o que não é verdade”, relata.

Leia na íntegra aqui.