24 de janeiro de 2014

Ai, que fase! rs.

De uns tempos pra cá, o Pietro tem reagido com um pouco de agressão quando é contrariado. E não é exagero!
Ele sempre foi um menino muito carinhoso e gentil, porém tem se mostrado agressivo quando peço para fazer alguma coisa. 
Por exemplo, digo: "Filho, guarde esses brinquedos por favor." - e do nada ele responde que guarda se quiser, que não vai fazer, que não mando nele... Me xinga e me manda sair :-(
Parece mentira, porque ele NUNCA tinha feito isso, e agora tem feito com frequência. Meu marido e eu buscamos sempre criá-lo na base do diálogo, sem bater, não discutimos na frente dele, mas agora não sei se na escolinha as crianças comentam que apanham dos pais e ele quer testar a gente pra ver o que acontece, sei lá. Tenho me sentindo frustrada porque além de tudo isso ainda tem os pitacos alheios de gente que fica falando que somos muito bobos, que temos que bater e tal.
Sei que bater não resolve, portanto gostaria de saber onde estou errando e o que posso fazer pra mudar essa situação.
Já tentamos pôr de castigo também (e também não adiantou), mas depois de algumas sugestões em grupos sobre disciplina positiva, começamos a utilizar uma estratégia nova que tem funcionado: falamos com ele calmamente até ele se acalmar também. Dou um abraço, e assim ele se "desarma" e acaba parando de fazer escândalo. Para isso, temos que estar calmos também, senão entramos na mesma "vibração" e discutimos, o que não é legal.
Peguei umas sugestões de livros sobre Disciplina Positiva e Criação com Apego e espero poder ler a maioria durante o ano. São eles:

A Criança Mais Feliz do Pedaço - Harvey Karp
Comunicação Não-Violenta - Técnicas para Aprimorar Relacionamentos Pessoais e Profissionais - Marshall B. Rosenberg
*The Science of Parenting - Margot Sunderland
O Poder do Discurso Materno - Introdução À Metodologia de Construção da Biografia Humana - Laura Gutman
A Maternidade e o Encontro Com a Própria Sombra - Laura Gutman
*Attached at the Heart: 8 proven parenting principles for raising connected and compassionate children - Barbara Nicholson e Lysa Parker

*Infelizmente alguns ainda não têm tradução para o português.
Melhor buscar alternativas positivas! E muita paciência...

19 de janeiro de 2014

Primeira ida ao cemitério

O Pietro já tinha passado recentemente por duas situações envolvendo o assunto morte, ou desencarne, como preferimos falar aqui em casa: a perda do nosso gatinho Nikolas, que ficou doente e acabou não resistindo. E o Shiva, cachorro do meu marido que também faleceu depois de muito velhinho.
Há pouco mais de duas semanas, uma tia-avó minha (tia do meu pai) que estava lutando contra o câncer, veio a desencarnar. Fiquei em dúvida se levaria o Pepê no enterro, pois talvez ele ficasse muito impressionado. Por outro lado, já conversamos com ele algumas vezes sobre esse assunto, portanto achei que não adiantaria adiar muito até que ele passasse pela experiência de ir a um cemitério e presenciar esses rituais ocidentais de morte.
Enfim, como não sou apegada a esses "rituais" de velório, fomos apenas para o enterro e evitei que ele olhasse para o corpo no caixão. Temos ensinado pra ele que o corpo morre como uma máquina que pára de funcionar. Mas que o espírito continua vivo em algum outro lugar.
Admiro muito mais a visão oriental da morte como um processo natural, assim como o nascimento. Queria ter nascido e sido criada com esse tipo de pensamento, acredito que traz menos sofrimento do que essa versão dramática e melancólica. Enfim, voltando à experiência do Pietro, ele ficou quietinho no colo do pai e depois fomos ver as estátuas e monumentos pelo cemitério. Foi um dia chuvoso, bem deprimente mesmo.
Mas até que correu tudo bem quanto ao comportamento dele, que de vez em quando pergunta uma coisa ou outra pra entender melhor o ocorrido.
Não sei como vai ser o entendimento dele sobre a morte, mas espero que seja com um pouco mais de naturalidade. Ao menos é o que estamos tentando passar pra ele...

2 de janeiro de 2014

A primeira noite fora, final de 2013 e início de ano novo.

Faz um tempinho que não posto aqui no blog, mas também esse ano de 2013 foi um tanto quanto caótico na minha vida. Espero conseguir fazer com que 2014 seja melhor.
Bom, no último mês de Dezembro foi meu aniversário, e como forma de me presentear meu irmão me chamou para irmos a um bar de rock comemorar. Foi a primeira vez que o Pietro passou a noite na casa da minha mãe, ou mais precisamente, sem estar comigo.
A princípio ele não queria, reclamou até a gente chegar na casa da minha mãe. Meu pai foi conversando com ele, distraindo, até conseguirmos sair.
Minha mãe disse que ele dormiu tranquilo depois dela contar uma histórinha pra ele. Ufa!
No dia seguinte mesmo cansados, acordamos cedo pra ir buscá-lo quando ele acordou.
Fazia muito tempo que não saía, acho que foi a primeira vez que meu marido e eu saímos sozinhos depois que ele nasceu. Mas eu mesma não me sentia muito segura pra isso, então não posso "culpar" meu filho por não ter saído tanto. Mas me diverti muito!
Bem, últimamente tenho lidado com muitos ataques de nervos do Pietro. Ele fica agressivo de repente, joga coisas no chão... Não estamos acostumados com isso, já que na maior parte do tempo ele é um menino tranquilo e amoroso. Tenho buscado ajuda em grupos sobre disciplina positiva pois me sinto péssima batendo nele. É, já me descontrolei e bati nele, meu marido também.
Não tenho orgulho disso, nem acho que seja necessário mas simplesmente não soube mais o que fazer. Algumas pessoas que me aconselharam nesses grupos me deram a sugestão de - durante essas explosões de "raiva" - distraí-lo com alguma outra coisa. Comecei a testar essa técnica e tem dado certo. Quero ler mais sobre disciplina positiva, educar meu filho sem agredi-lo física e psicológicamente. E às vezes parece que estou falando uma besteira tão grande, pra algumas pessoas que insistem em incentivar os "tapinhas corretivos". Mas enfim...
Passamos as comemorações de final de ano com os familiares e o Pietro não fez questão nenhuma de comer carne. Ainda bem que nesse ponto nossos parentes têm sido muito bacanas para respeitar nossa opção pelo Vegetarianismo e todos fizeram pelo menos algum prato sem carne para nos servir :D
Temos várias metas para esse novo ano que se inicia, e para cumpri-las precisamos de saúde, compreensão e amor. Sem essas 3 coisas básicas não conseguimos dar um passo sequer. Então, vamos ver como será o ano letivo na creche do Pietro com a nova professora, a reta final da minha graduação, e que venham os desafios de 2014!
Bom ano a tod@s!

12 de dezembro de 2013

Depois da pneumonia

Nessas duas últimas semanas passamos momentos bem tensos em relação a saúde do Pietro.
Aliás, esse ano foi cheio de gripes e viroses que ele pegou na creche, e pra encerrar, na semana passada teve um princípio de pneumonia.
Achei que era só mais uma dessas gripes com catarro, e quando parecia que ele finalmente estava se curando, apareceu uma febre de 39.5 com dor no peito.
Fizemos a radiografia no pronto-socorro e o pediatra de plantão diagnosticou a pneumonia.
Fiquei indignada porque não o deixo na friagem, no sereno. Nem tinha dado sorvete pra ele, e olha que o calor estava insuportável! Enfim, não teve jeito. Foi a primeira vez que ele teve que tomar antibiótico, além do expectorante.
Hoje fomos na consulta com o pediatra e de acordo com o médico, os pulmões estão limpos, sem chiados. O Pietro não perdeu peso, está ativo e se alimentando normalmente. Assim que começou o tratamento já apresentou melhoras.
Conversei com o pediatra sobre a transição do Pietro para o vegetarianismo, e ele falou para oferecermos muitas "folhas verdes" como brócolis, couve, etc por causa da absorção do ferro. Disse que a carne é uma grande fonte de ferro, mas que pode ser substituída tranquilamente por folhas verdes. Também seria desnecessário fazermos quaisquer exames de sangue agora, então faremos daqui uns 6 meses se for o caso. Mas não viu nenhum problema. Aliás, o que mais gosto nesse pediatra é justamente o fato dele não ficar receitando um milhão de remédios e exames desnecessários. Mesmo a radiografia não foi necessário refazermos, pois ele examinou o Pietro e mais radiação não seria legal.
Nessa idade - 4 anos - as crianças têm um ritmo de crescimento menos acelerado do que quando eram bebês, e o Pietro com 15,900kg e 1m5cm está dentro do considerado normal. Aliás, a altura está um pouco acima, no padrão de 5 anos.
Enfim, passamos por mais um susto e esse foi o ano pra se criar imunidade, com certeza.


8 de dezembro de 2013

O mais novo Vegetariano

Como já comentei por aqui, meu marido e eu nos tornamos vegetarianos pela razão de amarmos animais. Tanto ele quanto eu já tínhamos "ensaiado" essa transição há tempos atrás mas foi no final de 2011 que finalmente concretizamos essa mudança nas nossas vidas. Porém, nunca impus essa atitude ao Pietro. Gostaria que a coisa fosse gradual pra ele, sem pressão, como foi pra gente.
Desde então parei de cozinhar carnes em casa, e fomos aprimorando nossa alimentação vegetariana. Como meu marido gosta de cozinhar, ele mesmo vai descobrindo novas receitas.
Quando o Pietro pergunta por quê a gente não come carne, eu sempre explico com jeitinho que a gente não come mais bichinho morto, porque a gente prefere que eles vivam felizes. Nunca precisei mostrar fotos chocantes, vídeos e nem quero. Acho que vale muito mais educar, explicar do que chocar a criança. Além disso ele geralmente participa das manifestações junto comigo a favor da causa animal.
Apesar de não proibir o Pietro de comer carne, nunca mais fizemos em casa, então ele comia na creche e na casa de parentes. Comia, porque há quase um mês ele decidiu não comer mais carne.
Outro dia ele chegou em casa com fome, devorando a pipoca que eu tinha estourado pra ele. Perguntei se ele não tinha comido na escola, e disse que não. Porque só tinha ravióli de carne e ele não queria comer carne. Achei que fosse uma coisa de momento, então não liguei muito e só falei pra ele que se quisesse poderia comer já que nunca o proibimos.
Dias depois, chegando da escola, perguntei o que tinha comido na escola e ele respondeu que tinha sido pão com manteiga. "E só tinha isso pra comer, filho?" - perguntei.
"Não, mamãe. Tinha pão com carne, mas falei que sou vegetariano e fizeram pão com manteiga pra mim."
A partir daí percebi que a coisa era séria, e apesar de estar explodindo de orgulho por dentro, procurei não fazer muito alarde para ele não se sentir pressionado. Depois que o vi rejeitando uma bolachinha de presunto na casa da minha mãe, pude concluir que realmente o Pietro virou vegetariano. E assim tem sido desde então.
Não sei se vai durar muito, se vai ser pro resto da vida ou não. Mas me sinto feliz por estar ensinando através de exemplo, e semeando uma mudança que para nossos irmãos animais faz muita diferença sim.
Aliás, não só para eles, mas em termos de qualidade de vida com alimentação um pouco mais saudável, acho que todos temos a ganhar.

Deixo aqui alguns links interessantes sobre crianças e vegetarianismo :)

Primeira escola dos EUA a adotar cardápio 100% vegetariano comemora rendimento dos alunos

Brasileirinho de 3 anos se recusa a comer animais e vira fenômeno mundial
 
Nutrição para Crianças Vegetarianas - Parte 1
 
Médica pediatra fala sobre maternidade vegana