4 de setembro de 2015

Leites Vegetais: Fáceis, práticos e nutritivos.

Comentei lá na página do blog que vou postando algumas receitas e dicas simples Veganas para ajudar outras famílias com sugestões de cardápio, e também para aquelas que têm crianças com APLV (Alergia à Proteína do Leite de Vaca).
Mas por quê receitas Veganas?
Ora, quem acompanha o blog ou me conhece, sabe que aqui em casa somos Vegetarianos, e eu sou a única a aderir ao Veganismo há cerca de 1 ano e meio. Meu marido e o Pietro são ovolacto-vegetarianos, ou seja, consomem derivados do leite de vaca e ovos.
Sendo assim, e como a maioria das refeições que a gente prepara em casa são Veganas (sem carnes, leite e ovos), resolvi compartilhar um pouco dessa experiência.
Participo de vários grupos sobre alimentação infantil no Facebook, inclusive aqueles com bebês e crianças que possuem alergias alimentares. Percebo que a maioria das pessoas se descabela quando descobre algum tipo de alergia alimentar nas crianças, e realmente não é nada fácil ler as letrinhas minúsculas dos rótulos para identificar os ingredientes de que cada um é composto.
Mas, a intenção é mostrar que dá sim para viver (e bem) sem derivados do leite animal.

Sempre fui defensora e incentivadora do aleitamento materno, pois pude amamentar meu filho até os 2 anos e meio e sei da importância e dos benefícios tanto pra mim quanto para ele.
Sei que não é fácil, inclusive contei aqui no blog sobre todas as dificuldades que tivemos que superar para chegarmos nesses mais de 2 anos de amamentação. Por isso acho importante dizer que a amamentação é um processo, um trabalho em conjunto, onde a mãe precisa receber apoio e informação para que aconteça com sucesso.
Portanto, tanto a Organização Mundial de Saúde quanto o Ministério da Saúde ressaltam a importância do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, e depois continuado até 2 anos ou mais. Ou seja, nada de chás, sucos, água, leites que não sejam o materno até os 6 meses do bebê.
A partir dos 6 meses é feita a introdução alimentar, onde se oferece outros alimentos à criança.
No caso da mãe não conseguir amamentar (nós sabemos que isso acontece com frequência, infelizmente), o bebê precisará de fórmula específica até os 6 meses.
Eu, particularmente, não recomendaria algum outro substituto ao leite materno que não seja a fórmula, nessa idade. Por questões nutricionais, mesmo.
Se existe alguma fórmula láctea Vegana no mercado brasileiro, eu não conheço. Mesmo no caso das feitas com soja, todas as marcas testam em animais portanto não podem ser consideradas Veganas.
Além disso, a soja é altamente alergênica nos primeiros meses de vida.
No caso da não-amamentação, eu daria alguma fórmula recomendada pelo pediatra até os 6 meses, e depois introduziria os leites vegetais feitos em casa. Em casos de APLV, existem as fórmulas de leite hidrolisado.
Já conheci casos de bebês que não foram amamentados e que consumiram leites vegetais com menos de 6 meses, mas eu tenho minhas dúvidas...
Enfim, reuni aqui algumas receitas de leites vegetais tanto para crianças que já saíram do aleitamento exclusivo (ou fórmula) quanto para mães que amamentam bebês com APLV e também - claro - para outras famílias adeptas ao Vegetarianismo / Veganismo.
Para mais referências sobre a ligação entre Aleitamento Materno e Veganismo, leia o post Aleitamento materno e Veganismo: Fazendo a conexão

LEITE DE AVEIA
Coloque 150 ml de aveia em flocos de molho em 1 litro de água, por cerca de 20 minutos.
Em seguida, bata no liquidificador.

Guarde em jarra de vidro esterilizada ou pote de vidro, bem fechado, na geladeira.
Para bebês, pode fazer cozido, como um mingau ralo.
Coloque 250ml de água para cada 3 colheres de aveia, e leve ao fogo, com uma pitada de sal.
Para dar mais sabor, coloque raspas de laranja, bata com uma fruta doce, acrescente baunilha em favas ou cacau, alfarroba…
Evite alimentos crus para bebês pequenos, pelo risco de contaminação. A menos que a família seja crudívora, e saiba lidar com esse tipo de alimentação adequadamente.

LEITE DE GERGELIM ou LINHAÇA
2 xícaras de água
4 colheres de sopa de sementes de gergelim

Deixe as sementes de molho por cerca de 3 a 4 horas. Bata no liquidificador, depois coe.
Esse tipo de leite é melhor para uso em receitas como de pães, bolos, etc.
Não é aconselhável a ingestão de gergelim ou linhaça em quantidades maiores que 1 colher de café ao dia para crianças muito pequenas.
Essas sementes devem ser sempre hidratadas ou germinadas, e oferecidas sem a casca.
O gergelim é alergênico, portanto não deve ser oferecido aos bebês e crianças menores de 1 ano, á menos que comprovado que não há risco para a saúde.

LEITE DE CASTANHAS com AVEIA
1/2 litro de água fervente
3 castanhas do Pará
2 colheres de sopa de flocos de aveia
1 pitada de sal

Deixe de molho por cerca de 1 hora, depois bata tudo no liquidificador.Coe. Pronto.
Ideal para uso em receitas de bolos, bolinhos, tortas, etc.
As castanhas e nozes possuem potencial alergênico, e elementos tóxicos se ingeridos em quantidade superior á recomendada ao dia.
O consumo de frutas oleaginosas deve ser extremamente moderado para crianças menores.

LEITE DE ARROZ
1 xícara de arroz cru lavado (prefira arroz moti, arbóreo ou integral)
4 xícaras de água, 1 pitada de sal marinho
Deixar de molho por cerca de 4 horas.

Coloque o arroz para cozinhar em fogo baixo, até que fique cozido e empapado. Não deixe a água secar. O caldo deve estar com os níveis sempre acima dos grãos de arroz, mesmo depois de cozido.
Deixe esfriar. Coloque a água do cozido com auxilio de uma concha, e algumas colheres do arroz já cozido, no liquidificador, com a própria água.
Para acrescentar cálcio á receita, coloque 2 castanhas de molho em água fervente, por 4 horas, e bata junto com o arroz, ou acrescente 1 colher de café de gergelim ou linhaça germinados ou hidratados, ou misture o arroz com  Quinoa, que é rica em cálcio.
Coe em coador de pano grande (de café ou similar).

LEITE DE COCO
Limpe 2 cocos médios.Retire a polpa. Pique e bata no processador ou iquidificador, com pouca água do próprio coco.
Transfira para um pano fino (tipo tule), ou uma peneira extrafina. Esprema para tirar todo o seu leite.
Ou faça dessa maneira:
Coloque o bagaço do coco em uma vasilha.
Misture com água. Deixe de molho por 30 minutos.
A seguir, despeje em um coador de pano e esprema bem.
Guarde em jarra de vidro esterilizada.

LEITE DE QUINOA
1/2 copo de grãos de quinoa lavada
2 xicaras de água filtrada

Coloque a quinoa de molho em água, em uma tigela de vidro.
Cubra com uma tampa ou filme plástico. Deixe na  geladeira durante a noite.
Na manhã seguinte, escorra a quinoa e passe em água limpa.
Coloque em uma panela, junte as 2 xícaras de água  e leve ao fogo até ferver.
Deixe amornar e bata no liquidificador, acrescentado água aos poucos, se necessário.
Coe utilizando coador de pano grande (de café).

LEITE DE AMÊNDOAS 
Coloque as amêndoas de molho (200g) em uma vasilha com cerca de dois dedos acima.
Deixe por cerca de 1 hora. Despreze a água.
Bata com água (1 litro).
Coe utilizando coador de pano grande (de café).

Meu leite de amêndoas com café, que tomo de manhã :-)
Leites vegetais caseiros são muito fáceis de fazer, e bem mais baratos do que os industrializados. Além de serem bem mais saudáveis.
Veja mais receitas e informações sobre nutrientes dos leites vegetais:
http://www.cantinhovegetariano.com.br/2007/05/leites-vegetais.html

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