23 de fevereiro de 2014

Mães #xatiadas


Semana passada andou circulando um texto pela net, sobre uma suposta "perfeição" das mães que fazem parte de grupos no Facebook. A própria autora editou o texto, mais tarde, colocando observações para se explicar devido as críticas que deve ter recebido. Mas pra mim, o conteúdo é todo baseado num quadro de frustração e que poderia ser revertido, ao invés dela apenas tentar se conformar com coisas que não pôde fazer.
Cita que as mães perfeitas do Facebook tiveram parto natural, amamentam até dois anos ou mais, têm paciência inesgotável, nunca reclamam de cansaço, abdicam de suas carreiras para criar os filhos, têm sempre dois filhos e então, consequentemente aumentam a culpa (?) que as mães imperfeitas sentem.
Desde 2009, quando descobri a gravidez, frequento vários desses grupos e na verdade faço uma seleção do que acho mais adequado, assim como tudo na vida. Se acho que um grupo não agregará em nada, simplesmente saio dele. E como sempre comento aqui, a bagagem de informações importantes que obtive nesses anos é muito mais importante pra mim, do que qualquer picuinha que já tenha visto.
Não vou ficar justificando aqui cada um dos tópicos que essa pessoa citou como sendo perfeição, porque já escrevi e ainda escrevo muito sobre eles. A questão é que depende muito de como se interpreta a informação que está sendo transmitida em qualquer lugar, não só nos grupos do Facebook. E infelizmente algumas tomam como uma afronta ao que elas mesmas julgam terem feito erroneamente, terem falhado.
O que vejo nos grupos do Facebook que eu participo, são mulheres compartilhando experiências, procurando esclarecimento de dúvidas,e o mais importante: informações baseadas em evidências científicas. Nos dias de hoje, com o avanço da ciência e tecnologia, não há mais "desculpas" para a falta de informação. Daí em diante o que cada uma vai fazer com isso, é algo pessoal.
Recomendo esse texto do Vila Mamífera, que explica de maneira clara e resumida a tal Síndrome de Menos Mãe: Algumas Considerações Psicológicas

Pra finalizar, gostaria de deixar claro mais uma vez que cabe a nós termos senso crítico ao participar de qualquer grupo, seja na internet ou na relação com outras pessoas na vida. Isso é algo básico e fundamental.
Vamos imaginar que há um tempo atrás você estava passando por uma rua, e sem prestar atenção, caiu num buraco e se machucou. Tempos depois você terá que passar com seu filho pelo mesmo lugar. Você deixará que ele caia no mesmo buraco, ou vai procurar um caminho mais seguro?

5 de fevereiro de 2014

Ano novo, professora nova - primeiro dia de aula.

Hoje foi o primeiro dia de aula do Pietro e um novo ano letivo se inicia.
Confesso que fiquei tensa, devido ao sofrimento que foi ano passado até ele se adaptar à rotina da escola. Mas hoje foi bem mais tranquilo.
Chegamos na escola e então ele começou a ver algumas crianças chorando. Foi nessa hora que a insegurança começou a aparecer.
Nos encontramos com a professora do ano passado, que o apresentou à nova professora e então fomos conversando com ele, até que ele entrou na classe.
Quando fui buscá-lo, a professora me disse que ele ficou bem e até a ajudou com algumas tarefas.
Sabe, no fundo eu entendo perfeitamente que meu filho se sinta seguro com a gente, na casa dele. Não espero outra coisa justamente por entender que nós somos o porto-seguro dele. Mas também fico feliz em vê-lo desbravando novos horizontes, aprendendo coisas novas e se relacionando com os coleguinhas.
Com o coração apertado de mãe, mas vamos em frente!
Pietro e a bexiga que ganhou da professora nova :-)

30 de janeiro de 2014

Coisas sobre cesareana que ninguém te conta - mas eu sim!

Mais de quatro anos se passaram e fico me lembrando de tudo, até porque ainda tem coisas acontecendo em mim. Cesárea, cesareana, cesariana eletiva...
Eu tive medo da dor do parto, mas não tinha idéia de que meu filho poderia nascer prematuro, ou que ia sentir dor com a sonda, a anestesia, os pontos depois...Não digo que me arrependo porque foi o que eu escolhi na época, e procuro não me arrepender das minhas escolhas mesmo que elas não tenham sido as melhores e mais corretas. Mas tiro lições sobre o ocorrido e procuro aplicar esse conhecimento depois.
Enfim...
Sou mãe, mas nunca senti contrações. Isso é bom? Ruim? Frustrante talvez.
Pietro nasceu com 36 semanas e 5 dias, ou seja, até 37 semanas o bebê é considerado prematuro. O que o salvou de ter que ficar na UTI neonatal foi o peso que estava consideravelmente bom. (ufa número 1!)
Cheguei no hospital sem contrações, sem dores nem nada e me internei. Depois deitei numa maca fria, uma sala pequena e tomei a anestesia nas costas. A pior injeção que já tomei na vida! Assim que o anestesista começou a aplicá-la, comecei a sentir minhas pernas formigarem e me mandaram deitar imediatamente. Apesar de algumas mulheres me contarem que sentiram puxões, beliscões e sei lá mais o que, não senti NADA. (ufa número 2!)
MAS... Não sei o que aconteceu na hora em que a enfermeira foi colocar a sonda, porque mesmo anestesiada eu senti uma ardência na bexiga, e fiquei com essa sensação mesmo depois que tiraram a sonda. Ardia muito pra urinar, como se estivesse com infecção urinária... Depois de uns dias passou.
Tiraram o Pietro de mim, fizeram os procedimentos e deram os pontos. Minha preocupação era ouvir ele chorando, pra ter certeza de que estava bem. (ufa número 3!)
Fomos pra sala de pós-cirúrgico e o Pietro ficou chupando a mãozinha feito desesperado, ao meu lado, no bercinho. Queria amamentá-lo mas a enfermeira disse que minha anestesia teria que passar primeiro, ou que pelo menos eu conseguisse mexer os pés. A sensação deve ser a mesma de uma pessoa paraplégica, terrível! Depois de 40 minutos consegui mexer os dedos do pé, então pedi pra me ajudarem a amamentar e o Pietro e a pega dele foi perfeita, já saiu sugando (UFÃO número 4!)
As enfermeiras apertavam meu peito e saía (o que para elas era )muito pouco colostro, então começaram a querer dar suplemento pro Pietro, pois além disso a cada medida de glicemia ela baixava mais. Quase morri, porque queria amamentá-lo, foi então que uma das enfermeiras me deu a dica preciosa de colocá-lo no peito, sugando, e só deixar as outras enfermeiras medirem a glicemia assim que ele tivesse mamado. E deu certo! A glicemia foi subindo, até normalizar.
Muito provávelmente se aquela moça não tivesse me dado a dica, eu teria acreditado que meu colostro não estava sustentando meu filho, e que seria melhor que ele tomasse complemento de leite artificial. Resultado? Meu organismo pararia de produzir colostro, o leite materno não desceria, e adeus amamentação (ufa número... Perdi as contas depois dessa!). A partir daí entrei em grupos como o GVA e passei a me informar sobre aleitamento materno e atuar como divulgadora dessas informações através do meu blog.
Bem, em relação aos pontos da cesareana, a cicatrização foi relativamente rápida. Em uma semana já estava caminhando bem e fazendo minhas coisas (que se resumiam em comer, beber muita água e ficar com o Pietro no colo com intervalo para um banho rs). Quase não dá pra ver a cicatriz que ficou, mas ali não crescem mais pêlos haha. A região em torno ficou super sensível, sinto como se fossem cócegas até agora, 4 anos depois. Meu organismo também ficou menos tolerante a gases, então de certa forma tem me ajudado a tomar menos refrigerante. Porém se tomo muito, tenho a sensação de que vou rasgar no meio. Sério, não é exagero. Às veses sinto umas pontadas, principalmente quando o clima muda.
Não adianta passar por uma cesárea ou qualquer via de parto, esperando que vai voltar a ser tudo como antes. Na verdade, nada mais é: nem o corpo e nem a mente. E a dor pode ser algo extremamente relativo, tudo precisa ser avaliado e levado em consideração.
Não sou como era ontem, nem serei a mesma em uma década. Mas sou feliz por ser eu mesma, e por ter me tornado mãe. Mãe do Pietro, meu mamífero vegetariano

Seres obedientes ou humanos pensantes?

Estive pensando sobre isso, depois de ouvir pais contando vantagens sobre como seus filhos são "quietinhos e obedientes'. E claro, traçando um paralelo com o comportamento do  meu filho pude refletir um pouco sobre essa questão. Afinal de contas, que tipo de "base" estamos construindo para esses futuros adultos desenvolverem suas personalidades, gostos, capacidade de escolha, senso crítico, etc? Por mais que não seja possível criar um modelo exato de acordo como nossos filhos deverão ser - e essa idéia me assusta, não gosto nem de pensar em clones - algumas pessoas insistem na idéia de que obedecer, ser passivo e permissivo seria o comportamento ideal na infância.
Será que quando pais exigem esse tipo de passividade dos filhos, estão enxergando-os como seres de direito?
Será que educar tem mesmo a ver com repreender? E repreender realmente ensina ou apenas corta um tipo de ação temporáriamente?
Muitas reflexões. Mas só porque sou um ser pensante, assim como meu filho tá? ;)