13 de novembro de 2013

Os Simpsons, Amamentação e Attachment Parenting.

Sou "Simpsonmaníaca" desde criança. Já assisti a maioria dos episódios e ontem, um em especial me chamou a atenção.
O nome do episódio é "O dia em que a Terra ficou bacana" (The day the Earth stood cool) e na história Homer tenta ser um pai bacana, moderno e descontraído, imitando um homem que acabou de conhecer e virou seu vizinho.
Duas partes me chamaram a atenção: uma cena em que Marge fica constrangida por não amamentar em meio a um círculo de amigas que amamentam no peito. Ela acaba revelando que dos 3 filhos, a Lisa foi a unica que mamou no peito quando era bebê, até os 9 meses.
É claro que como um desenho que faz sátiras, as outras mães que amamentam ficam parecendo mais uma "seita" do que qualquer outra coisa rs.
O segundo ponto que achei mais interessante foi como Homer descreve a função dos pais. De acordo com ele, pais não são feitos para serem legais.
O episódio aborda básicamente as formas de criar filhos, satirizando tanto a Criação com Apego como as formas mais "tradicionais" de criação.
Quem conhece Os Simpsons sabe que não se deve levar tudo no sentido literal de como é exposto nos desenhos. Os criadores usam a sátira como principal forma de contestar ou simplesmente ironizar comportamentos da própria sociedade estado-unidense e de outros países também.
Senso-crítico e bom-humor são necessários pra não se acabar perdendo a diversão. - E a reflexão ;)
Dá pra assistir o episódio online aqui. Boa diversão!


3 de outubro de 2013

Maternagem ativa - parto e amamentação

Como mãe, tenho me envolvido (lógicamente) com assuntos ligados à maternidade e que são discutidos em grupos nas redes sociais. Através disso, tenho tido contato com mulheres de várias partes do Brasil e algumas informações são alarmantes.
A primeira delas é sobre a questão das vias de parto. Eu, por uma escolha mal-informada, decidi que faria uma cesariana, não encontrando restrições da parte da minha obstetra. Além do mais, como o Brasil é recordista em cesareanas no mundo, não haveria de encontrar mesmo.
Ao mesmo tempo, vejo um número muito grande de mulheres que desejam o parto normal e têm suas expectativas destruídas pelos motivos mais supérfluos possíveis. Ou então chegam a parir, mas sofrem inúmeras intervenções que podem ser consideradas como violência obstétrica!
Onde está nosso direito de ter um acompanhamento saudável e também um parto assim?

Então, para sermos respeitadas e recebermos um atendimento humanizado precisamos pagar, sendo que já estamos pagando nossos impostos (ou vocês acham que o SUS é realmente "de graça")?
Não vou me aprofundar mais nessa questão agora porque primeiramente não me considero (ainda) uma ativista pela humanização do parto. Sou apenas uma mulher que "se tocou" do perigo a que expus meu filho e que tem procurado estar mais informada. Por isso vou colocar aqui um link com as REAIS indicações para se fazer uma cesareana, além da vontade da mulher, sempre consciente dos riscos também para o bebê - riscos de uma cirurgia de grande porte!
 Outra questão alarmante - e nessa me considero uma ativista sim - é a amamentação.
O aleitamento materno é natural (como o parto normal deveria ser), é de graça, é a melhor fonte nutricional e de anticorpos para o desenvolvimento saudável da criança, MAS... Novamente a falta de informação ATÉ dos profissionais de pediatria acaba com o sonho de muitas mulheres. Por isso precisa de divulgação e incentivo.
A medicina moderna a cada dia divulga pesquisas comprovando a eficácia do aleitamento materno, mas mesmo assim tem gente que ainda acha que colostro, rachaduras nos seios, choro do bebê, estética, e mais um monte de coisas sem comprovação científica são motivos para o desmame precoce.
Em nosso país, 40% dos bebês mamam exclusivamente até os 6 meses. A Organização Mundial de Saúde recomenda amamentação exclusiva até os 6 meses, e continuada até os 2 anos ou mais. Porém, a média de amamentação no Brasil é de 51 dias.
Procuro sempre compartilhar aqui e no meu perfil do Facebook as informações acerca dos benefícios da amamentação, então não vou me extender muito nesse post mas vou deixar aqui alguns links importantes:

Contra-indicações do Aleitamento Materno - Manual Unicef
Contra-indicações temporárias:
Existem certas situações em que as mães não devem amamentar os seus bebés, até essas mesmas situações estarem resolvidas; por exemplo, mães com algumas doenças infecciosas como a varicela,
herpes com lesões mamárias, tuberculose não tratada ou ainda quando tenham de efectuar uma medicação imprescindível. Durante este período de tempo, os bebés devem ser alimentados com leite artificial por copo ou colher, e a produção de leite materno deverá ser estimulada.

Contra-indicações definitivas:
As contra-indicações definitivas do aleitamento materno não são muito frequentes, mas existem.
Trata-se de mães com doenças graves, crónicas ou debilitantes, mães infectadas pelo vírus da
imunodeficiência humana (VIH), mães que precisem de tomar medicamentos que são nocivos para os bebés e, ainda, bebés com doenças metabólicas raras como a fenilcetonúria e a galactosemia.



Empoderar-se significa munir-se de informação suficiente para exigir nossos direitos e lutar por melhores condições.

Só assim poderemos fazer a diferença na vida de nossos filhos, e na de outras famílias também.
Ser mãe/ pai ativos é atuar para que hajam melhoras em todos os aspectos.
Agir para criarmos seres humanos mais conscientes e responsáveis, mais amorosos e solidários.

4 de setembro de 2013

Já se passaram 4 anos! :)

Why do birds suddenly appear
Everytime you are near?
Just like me, they long to be
Close to you

Why do stars fall down from the sky
Everytime you walk by?
Just like me, they long to be,
Close to you

On the day that you were born
The angels got together
And decided to create a dream come true
So they sprinkled moondust in your hair
And golden starlight in your eyes of blue

That is why all the girls in town
Follow you, all around
Just like me, they long to be
Close to you

On the day that you were born
The angels got together
They decided to create a dream come true
So they sprinkled moondust in your hair
Of gold and starlight in your eyes of blue

That is why all the girls in town
Follow you, all around
Just like me, they long to be
Close to you

Just like me, they long to be
Close to you
(Close to you - The Carpenters)



25 de agosto de 2013

Quer ser mãe? Informe-se!

Se me pedissem pra dar um conselho para as mulheres que vão ser mães, eu diria: informem-se.
Também poderia dizer que seu sono nunca mais será o mesmo - pura verdade - mas isso também tem a ver com informação.
Fazemos coisas, criamos expectativas e tomamos decisões muitas vezes baseadas em mitos, conselhos alheios e naquela velha justificativa de que " fulana fazia assim e os filhos dela sobreviveram"...
Eu mesma não tenho a mesma cabeça de quando engravidei. Não tinha ideia sobre muitas coisas importantes, tinha muito medo. Talvez porque não achava que seria mãe algum dia (nunca sonhei com isso). Achei que seria a "louca dos gatos"! Mas se pudesse voltar no tempo, teria me informado mais, com certeza.
Teria me informado mais sobre parto, sobre amamentação...
E então fui aprendendo algumas coisas "na marra", nas dificuldades que foram aparecendo - e ainda aparecem. Mas descobri que a tecnologia pode ajudar e muito quando se trata de informação.
É claro que nem toda informação é boa e verdadeira. E é aí que entra o tal instinto materno. Ele é aquela vozinha lá no fundo que diz: "Será mesmo que preciso fazer isso? Não acho que vai ser bom pro meu filho...".
Daí você descobre que existem vários estudos comprovando que o melhor para mães e bebês é simplesmente o mais natural possível. Legal não?
É importante entender que a maternidade não tem uma fórmula pronta e padrão, que serve para todas as mulheres.
Você precisa se armar de informação, muita paciência (respirar fundo tá valendo muito!) e acreditar em si mesma. Essa confiança vai se abalar várias vezes, você vai se sentir perdida... E essa vai ser a hora de respirar fundo e ouvir a tal "vozinha" lá no fundo, falando de novo dentro de você. Usar os sentidos para entender toda essa transformação. E a vida é feita de transformações, de ciclos e aprendizado, o que a torna mais interessante ainda.

4 de agosto de 2013

Semana Mundial do Aleitamento Materno 2013 e o meu relato

Começou hoje, dia 1/08/2013, em 170 países, a Semana Mundial do Aleitamento Materno.
No Brasil, o Ministério da Saúde lançou uma campanha para incentivar o aleitamento até os 2 anos de idade, e o envolvimento de toda a família. E o tema desse ano é "aconselhamento".
Mas qual a importância disso?
O leite materno salva vidas, pois é insubstituível em nutrientes para os bebês. E além de alimento, também é aconchego. 
O tema desse ano da SMAM tem tudo a ver com minha experiência de mãe mamífera. Se não fossem os conselhos que recebi do Grupo Virtual de Amamentação (quando ainda era no Orkut) e minha intuição de mãe, aliada ao apoio do meu marido, não teria tido sucesso no maior investimento na saúde do meu filho: a amamentação.
Meu filho nasceu de uma cesárea eletiva, e assim como sobre muitas outras coisas, não tinha informação alguma sobre amamentação. 
No final da gravidez comecei a notar colostro vazando dos meus seios. Acordava com a camisola um pouco molhada, mas nem imaginava como seria amamentar e ainda mais com peitos tão pequenos rsrs.
Logo após o nascimento, colocaram o Pietro ao meu lado na sala de pós-operatório, e comecei a entrar em desespero ao vê-lo sugando as mãozinhas, como se estivesse com fome.
A enfermeira me disse que assim que a anestesia começasse a passar, e quando eu conseguisse mexer minhas pernas, poderia então amamentá-lo.
Pra quem não sabe, a sensação da anestesia da cesareana é como se você tivesse ficado paraplégica. Bem perturbadora. E esses minutos pareciam durar séculos, até que finalmente consegui mexer o dedão do pé e avisei a enfermeira, pois queria amamentar.
Vieram duas enfermeiras me ajudar a colocar o Pietro no peito. Uma apertou bastante meu seio pra ver se saía colostro (aff como doeu) e a outra o colocou na posição. E assim, ele saiu sugando.
Confesso que foi a sensação mais estranha que já tive na vida, pelo menos até hoje. Mas com o tempo fui me acostumando.
Não tive problemas com rachaduras, só um pouco de sensibilidade na pele, afinal de contas meu organismo estava se adaptando.
No hospital fiquei com o Pietro no colo praticamente o tempo todo, porque as enfermeiras começaram a medir a glicemia dele e disseram que estava baixa. Se não aumentasse, teríamos que passar mais um dia no hospital. Desesperada, fiquei com ele no peito quase que as 72 horas inteiras.
Chegando em casa, sem descansar e muito menos dormir, continuei com ele no colo. Ainda bem que tinha meu marido pra me ajudar, e bem que ele tentou fazer o Pietro dormir várias vezes para eu poder descansar, mas o Pietro só pegava no sono quando estava no meu peito.
Depois de alguns dias quase caindo desmaiada de sono durante a madrugada, resolvi amamentar deitada. Santa cama compartilhada!
Me contaram várias "histórias de terror" sobre os perigos da cama compartilhada, mas meu marido e eu sempre tomamos muito cuidado. Além disso, logo que o Pietro completou 4 meses, tive que voltar a trabalhar. Portanto ia tirando minhas dúvidas e trocando experiências com outras mães do grupo no Orkut e com minha amiga Carol, que teve a filha alguns meses antes do Pietro nascer.
Nunca tivemos problemas em relação ao crescimento dele. Assim que saiu da maternidade ganhou peso rápido, apesar de ter nascido bem miúdinho. Em alguns momentos tivemos um pouco de insegurança pra saber se ele estava dentro da curva de crescimento normal, mas era pura insegurança de pais de primeira viagem.
O único "problema" maior era que ele tinha muita necessidade de ficar no meu colo. Hoje eu entendo muito melhor, mas quando você acabou de ter um filho e está cheia de incertezas misturadas ao cansaço e falta de informação útil, pode acabar cedendo e fazer coisas que não queria realmente fazer.  Por exemplo, eu não queria dar chupeta pro Pietro. Principalmente porque o uso da chupeta não trouxe coisas positivas pra mim. Mas acabamos achando que seria uma solução para a necessidade de sucção dele, e oferecemos. A sorte é que ele não gostou da chupeta, e a cuspiu.
Também chegamos a oferecer leite artificial por recomendação de "terceiros" (aquele papo de que talvez o leite materno não estivesse sustentando) e nessa época eu já estava participando do GVA, e já tinha uma noção de que aquilo poderia prejudicar a amamentação. E mais uma vez, o Pietro (mesmo tão novinho, recém-chegado ao mundo) já sabia o que queria: a mamãe.
Até hoje, com quase quatro anos, o Pietro não gosta de leite de vaca. Nunca pegou chupeta.
Exigiu muito colo sim, muito peito e aconchego. Tive que aprender a deixar a casa para arrumar depois, meu marido aprendeu a cozinhar. E eu também aprendi a confiar mais nos meus instintos e deixar conselhos de lado (mesmo de pessoas que se dizem muito experientes).
Meu filho é uma criança saudável, que nunca teve nenhuma infecção de qualquer tipo. É um menino amoroso, que se sente seguro comigo e com o pai. E é muito esperto.
Pietro mamou até os 2 anos e 3 meses, e posso dizer que valeu muito a pena.
Se eu puder dar um conselho para as mães que querem amamentar, digo que não é fácil como nos contos de fada. Precisa ter muita paciência e insistir bastante. Mas vale MUITO a pena.
E posso dizer com certeza que não existe leite fraco, peito pequeno também não é obstáculo, e dá pra amamentar sim depois de uma cesárea eletiva.
A cada dia surge uma novidade, mas a amamentação com certeza foi um grande investimento na saúde da pessoa mais importante para mim.