Tem gente que bebe, mas nem por isso tem cirrose.
E tem criança que usa chupeta e nem por isso tem dentes tortos. Não é verdade? É.
Mas quando a gente sabe que existe um risco grande de ter um prejuízo a longo prazo, procura evitá-lo.
Lá em meio à década de 80, quando nasci, ainda podia-se dizer que faltavam informações mais precisas sobre criação de filhos, e era tudo meio que baseado em "costumes" de família.
As crianças nasciam, chupavam chupeta, usavam mamadeira, andador, etc.
De lá pra cá, com o aprofundamento nas pesquisas científicas e a tecnologia proporcionando maior troca dessas informações, muitos "costumes" caíram por terra. Ou ao menos deveriam.
Eu resolvi escrever esse texto exatamente do ponto de vista de alguém que usou chupeta e mamadeira por quase oito anos.
Dentes tortos, má-respiração, alergias, postura ruim, mordida-cruzada...
Esses são alguns dos problemas que comecei a ter na adolescência e que luto pra superar até hoje, chegando nos trinta. Não só eu, mas meu irmão também.
Depois que a criança vicia, vai ficando cada vez mais difícil de tirar. Não me lembro muito bem como foram as tentativas dos meus pais de nos tirar as chupetas e as mamadeiras. Mas me lembro bem como foi a última vez. Meu pai quebrou as mamadeiras e jogou tudo no lixo. Eu e meu irmão choramos bastante. Daí pra frente foram surgindo os problemas.
Já ouvi falar de gente que usou chupeta e mamadeira durante muito tempo e não teve nada. O que essas pessoas podem não saber, é que não é apenas a dentição que é prejudicada.
Depois de ler esse texto bem completo no blog Cientista que virou mãe, descobri até o motivo da minha postura ser ruim (e do meu irmão também), além da rinite alérgica, etc:
Chupeta - o que toda mãe (e pai) deveria saber antes de oferecer uma para seu bebê. Por Andreia Stankiewicz
Mas e aí? Então você nunca ofereceu chupeta pro Pietro? Como você fazia pra acalmá-lo?
Antes do Pietro nascer, a gente ganhou uma chupeta ortodôntica.
Me vendo caindo pelos cantos, morta de cansaço com o Pietro no colo, meu marido até tentou oferecer a "bendita" pra ele.
A cena foi patética e até engraçada, porque ele colocava a chupeta na boquinha, e o Pietro cuspia com tanta força, que ela pulava! - Lógicamente ele preferia a mamãe.
Foi assim algumas vezes, até sugeriram da gente colocar Funchicórea na chupeta, mas como ele sempre foi esperto, não aceitou um substituto aos peitinhos da mamãe haha... UFA!
Como eu também não quis que ele usasse chupeta nem mamadeira, investi na amamentação, na paciência e no colo.
Porque se ele tivesse pêgo a chupeta, muito provavelmente não teria mamado no peito até depois dos 2 anos e eu estaria sofrendo para tirar esse vício dele, pois sei na pele o que ele representa e quais consequências traz.
Esse ano pretendo colocar novamente aparelhos ortodônticos, já que minha dentição ainda não foi corrigida...
E como sofri na adolescência...
Não é fácil persistir na amamentação quando parece que todos aconselham o contrário.
Principalmente com um bebê que chora bastante, que demanda muita atenção.
E você está sozinha na maior parte do dia, não dorme a noite. É mãe de primeira viagem, com toda a pressão das outras pessoas para que tudo saia "perfeito".
Não, não é fácil MESMO.
Só que essa fase de choros, passa.
E que fique a saúde, sempre! Valeu muito a pena me descabelar e servir de "chupeta-humana. Mesmo porque, ela e todos os bicos artificiais só foram inventados para imitarem o seio da mãe.
Imitações que tentam aprimorar, mas nunca vão subtituir o contato pele a pele entre mãe e bebê.