26 de novembro de 2012

Sobre porque sou contra bater


Quando saiu o Projeto de Lei 7672/10 (conhecido como Lei Anti-Palmada) em 2011, presenciei pessoas totalmente desinformadas sobre o assunto achando que estariam sendo privadas de "educarem" seus filhos. Um ano depois ainda vejo postagens sobre o assunto, com pessoas que dizem sentir "orgulho" por terem apanhado e então terem um bom caráter.
Fico pensando se o que permeia isso tudo é a hipocrisia, o sadismo ou a falta de bom-senso (ou tudo junto).
Primeiro, porque a tal lei não proíbe que os pais dêem uma palmada nos filhos. Não vai aparecer um policial na sua casa assim que você tascar um sopapo na criança. A lei tem a intenção de ser aplicada em casos de denúncia sobre abuso e violência infantil.
E então, o quê seria considerado como violência contra a criança?
É isso que mexe com certas pessoas. Definir a violência, ainda que moral ( e tão agressiva quanto) parece complicado para pessoas que cresceram acreditando que a palmatória educa. Ou ajoelhar no milho. Ou cintadas, chineladas, varas e palmadas.
"Graças à umas boas palmadas sempre fui educado e me tornei uma pessoa direita". Será que é isso mesmo? Ou você só está reproduzindo automáticamente um comportamento que te IMPUSERAM?
Pergunte para um adulto, quais as melhores lembranças que ele tem da infância. DUVIDO que ele dirá: "Sinto saudades de quando apanhava de cinta."
Por favor, não sejamos hipócritas, só porque agora somos nós quem estamos com a responsabilidade de educar!

Um levantamento compilando resultados de pesquisas sobre o assunto feitas nos últimos 20 anos, publicado em fevereiro no Canadian Medical Association Journal, mostrou de forma categórica que o castigo físico deve ser evitado.
“Praticamente sem exceção, esses estudos indicam que as punições físicas estão associadas a níveis mais altos de agressão contra os pais, irmãos, colegas e esposas”, escreveram os autores da revisão, os médicos Joan Durrant e Ron Ensom. O conjunto de pesquisas, que entrevistou no total 36 mil pessoas, demonstra ainda que o “bater para educar” está associado a problemas mentais como depressão, ansiedade, abuso de álcool e outras drogas. Fonte: Pais e Filhos. Além dessa pesquisa existem inúmeras outras comprovando que violência não educa.

E eu? Eu apanhei bastante, até mesmo depois de grande. Devo isso à incompatibilidade de personalidades (minha mãe e eu somos muito diferentes) e ao descontrole emocional do qual ela sofria. Não a culpo por ter agido instintivamente, mas também não tenho orgulho e não acredito que isso tenha feito de mim uma pessoa mehor.
Me recordo sim dos momentos em que meus pais conversavam com a gente (meu irmão mais novo também), das brincadeiras, dos passeios... E principalmente da postura deles em relação a vida.
Casaram-se cedo, minha mãe já estava grávida de mim e teve que enfrentar altas barras. Meu pai, com 20 anos na época, já trabalhava pra sustentar a gente. E eles nunca roubaram, nunca trapacearam... E o pouco que têm hoje (muito pouco mesmo) foi conseguido às custas de muito esforço e exemplo de bom caráter. É disso que me lembro e que quero me lembrar para ensinar ao Pietro.
Tanto meu marido quanto eu nos sentimos mal só de pensar em bater. Por isso que dia após dia nos esforçamos mais para sermos muito mais um exemplo para ele, do que para impor algum comportamento com violência.
Essa "tradição" da violência tem que acabar. Precisamos, como pais, nos esforçar para sermos gerações cada vez melhores de pais educadores.

Palmada não educa. O que verdadeiramente educa é o bom exemplo movido por amor.

25 de novembro de 2012

"Respostinha bem-humorada" - Cama compartilhada.


Casar e ter filhos não transforma as pessoas...

Se elas  não quiserem se transformar.
Estive pensando sobre essa coisa de como casamento e/ou filhos pode (ou não) alterar o comportamento, idéias e modo de viver das pessoas.
Já ouvi várias vezes a frase: "Depois que a gente vira mãe, vira outra pessoa" e pude observar que: a)isso não acontece com todas as mulheres que têm filhos, e b)nem com todos os homens que viram pai.
Conheço pessoas, homens e mulheres, que continuam em ritmo de baladas, festas, etc. mesmo depois de colocarem crianças no mundo. Como se aquilo fosse um mero detalhe e nada mudou.
Também conheço pessoas que, depois de terem filhos, passaram a abrir os olhos para as coisas que envolvem o assunto, e mergulharam de cabeça nessa "aventura louca" (porém responsável) de educar um novo ser-humano para esse mundo mais louco ainda rs.
Não estou querendo julgar ninguém porque não sou expert em nada, apenas gostaria de deixar registrada essa minha observação em torno do assunto.
Na verdade tudo depende de como a pessoa vê as mudanças na vida. E se ela realmente as vê como mudanças. (E que sejam pra melhor!)

5 de novembro de 2012

E finalmente: o desfralde!

Adeus fraldas, depois de 3 anos!
Não foi fácil mas não quis colocar pressão na cabeça do Pietro, que apesar de bem novo já entende muita coisa sim! Mais do que a gente imagina.
Mas convencer a criança de fazer suas necessidades em um penico ou no vaso sanitário pode ser um desafio. É algo novo, que sai da rotina e do "conforto" de quem já está acostumado desde que nasceu.
Ouvi várias mães relatando casos em que meninos demoraram mais tempo para deixarem de usar fraldas do que meninas(?).Confesso que não sei se é verdade, mas meu filho relutou bastante.
O que eu fiz foi conversar bastante com ele, e fui notando alguns sinais de que ele estava incomodado com a fralda suja. Peguei essa "deixa" e falei pra ele: "Vamos colocar cuequinha então, fralda é chato!"
Às vezes ele topava de boa, mas na maioria das vezes não queria. Comecei a só colocar fralda nele para dormir.
Acho que o tempo quente que tem feito últimamente também ajudou, assim ia mostrando pra ele como é chato ficar com fralda no calor.
No começo ele fez xixi e cocô várias vezes na cueca. Teve até um dia que ele foi com a minha mãe à um bazar e fez xixi no chão enquanto estava lá!
Agora ele não gosta muito de usar o penico, então tem usado um assento pra crianças que a gente coloca no próprio vaso sanitário. E tem feito muito menos xixi nas calças, já consegue avisar antes quando está com vontade e corre pro banheiro!
Minha maior preocupação sempre foi de não querer gerar muita ansiedade nele, de fazer as coisas de uma forma brusca (apesar de tantos pitacos dizendo o contrário). Por mais que falem que não existe problemas em aplicar certos métodos repentinos com crianças, ainda tenho minhas dúvidas, vendo tanto adulto ansioso e precisando tomar purgante pra usar o banheiro...