24 de abril de 2013

Sobre blogs, Orkut, Facebook e a "maternagem".

Hoje aconteceu algo muito legal, comigo. Fui reconhecida por uma moça que lê meu blog! :D
Às vezes tenho a impressão de que estou escrevendo pra mim mesma e que ninguém lê, mas não é verdade.
Criei esse blog em Janeiro de 2009, assim que soube que estava grávida, pra contar sobre a minha gestação, sobre minha nova vida de mãe e também pra compartilhar informações envolvendo a maternagem.
Não é nada fácil nem tranquilo ser responsável pela vida de um novo ser humano. E até pouco tempo atrás a troca de informações era feita no boca a boca, nos conselhos das pessoas mais velhas, numa pediatria mais baseada em teorias.
E então me vi com um recém-nascido no colo, ouvindo todo tipo de conselho, e a "recomendação" que mais me marcou foi a do primeiro pediatra em que levei meu filho: a de deixar meu filho chorando no berço e só pegá-lo no colo de 3 em 3 horas(!)
A partir daí comecei a literalmente entrar em parafuso, porque isso não era uma atitude, um comportamento que eu faria naturalmente. E esse pediatra é muito conhecido, tem muitos pacientes e é profissional há anos!
Comecei a trocar idéias com outras mães na internet, a procurar evidências, a questionar. E conheci outras mães que pensam como eu, e profissionais da área de saúde, pediatras também. E tenho descoberto tantas coisas, que fizeram com que minha visão sobre ser mãe se tornasse algo mais ativo do que simplesmente repetir costumes.
Uma maternidade mais consciente.
Se engana quem acha que ser mãe é estagnar, é parar. Ao contrário, é um novo estilo de vida começando. Mãe e filh@ descobrindo o mundo.
Tenho aqui no blog, links para alguns dos grupos que me ajudaram - e ainda ajudam - MUITO quando tenho dúvidas. E olha que não são poucas!
Grupos do Orkut que migraram para o Facebook, como: Soluções para noites sem choro, Grupo Virtual de Amamentação, Pediatria Radical (tenho o livro que é uma compilação do próprio grupo no Orkut) e recentemente me tornei fã do blog Cientista que virou mãe e outras páginas no Facebook que procuro sempre postar os links aqui.
Quando falo de maternagem ativa, consciente, me refiro a ouvir e sentir o que meu filho precisa, seguir meus instintos e procurar estar consciente do que estou fazendo. Para que nada do que eu faça por ele se torne mera repetição sem sentido.

P.S.: Sobre a "recomendação" do tal pediatra: não deixo nem meus bichinhos chorando, muito menos minha própria cria ;)

Escola sem choro

Parece que o Pietro está se acostumando a rotina na escola. Finalmente!!!
Meu coração fica apertado toda vez que vejo aquela carinha triste. Mas nós conversamos MUITO com ele, sempre falando a verdade. E ele tem entrado tranquilamente para a sala de aula: dá tchau e vai. Parece um milagre, porque só começou a acontecer isso nos últimos dias.
A professora me contou que ele tem interagido muito mais com os coleguinhas, e até tem feito um pouco de bagunça.
Sempre procurei explicar pra ele que a mamãe e o papai precisam trabalhar. Que na escola ele vai aprender muitas coisas interessantes e vai conhecer outras crianças da idade dele.
Parece que finalmente ele está entendendo isso. Fico muito feliz, porque quero vê-lo desenvolvendo suas habilidades, a convivência social...
Estou feliz em ver meu filhote crescendo tão esperto :)

4 de março de 2013

E então, todos viram "experts" em como educar O SEU filho

Quer saber sobre filhos? Ou melhor: quer opinar sobre a criação? Tenha filhos.
Não existem receitas nem regras imutáveis que todos os pais ou filhos tenham que seguir.
Alguns métodos dos chamados "experts" no assunto podem até atrapalhar o desenvolvimento da criança. E sabe por quê? Porque cada um é um indivíduo único, com suas características. Tenho observado isso muito de perto com o tipo de educação que meus pais proporcionaram para mim e para o meu irmão, e agora como agem sendo avós.
Repare que a maneira como educaram você é completamente diferente da maneira como agem com o "netinho." Ouço minha mãe cair em contradição quando diz que "fez o que o pediatra mandou" e como gostaria de ter feito e não fez.
Ouvi de uma senhora, uma vez, que tinha criado a filha mais velha práticamente o tempo todo dentro de um cercadinho (chiqueirinho). E que já com a filha mais nova, ela tinha resolvido que ia ser diferente. Então ela colocou a mais nova no sling, e enquanto trabalhava, a filha ficava juntinho, sentindo o cheiro dela e se sentindo protegida. O resultado veio com o passar dos anos, e a filha mais velha tem muito mais problemas (físicos e psicológicos) que a caçula.
Veja bem, isso não sou eu que estou dizendo. Foi um relato de uma mãe de moças mais velhas do que eu.
O que quero dizer, é que quando você tem um filho, vão aparecer experts de todos os lugares. Pessoas que realmente estudaram comportamento infantil na teoria e tiveram notas excelentes (mas que não têm filhos); aqueles que têm filhos e se baseiam em todos esses experts (deixando de lado os próprios instintos com medo de parecerem bobos), os que não têm filhos mas adoram repetir a frase "Quando tiver o meu, vou fazer assim ou assado" e cospem pra cima como se nunca fosse cair na própria testa... E quer saber? Quem tem que decidir o que é certo e errado, bom ou ruim são os pais. E ponto.
Pior do que você deixar de fazer algo que foi denominado mais "correto", é sentir o remorso de não poder voltar no tempo para fazer diferente.
Crianças crescem tão rápido! E essa frase não é um simples jargão, é a pura realidade.
Gosto tanto de dormir pertinho do meu filho... Sentir o cheirinho dele, olhar pra carinha dele enquanto dorme...
Essas coisas ninguém vai poder me trazer de volta quando ele decidir ter o próprio quartinho. Quando ele crescer e tomar conta da própria vida.
Não há expert no mundo que traga isso de volta. E eu, pessoalmente, nunca ouvi falar de alguém que virou bandido por ser muito amado, por ter muito carinho e atenção dos pais.
Talvez quando há muitos presentes materiais pra compensar a ausência dos pais, aí sim, pode haver um desvio de caráter. Mas esse é outro caso bem diferente.
"Quem você acha que tem mais chance de se tornar um pequeno tirano ou uma criança com sérios problemas emocionais: quem sempre teve atenção, presença e amor ou quem sempre foi tratado com autoritarismo, negação, ausência e descaso?
Posso citar dezenas de artigos de psicologia para comprovar que a resposta é o último caso.
Quem aqui já ouviu alguém dizer, na idade adulta, que é inseguro, triste, melancólico ou revoltado porque a mãe ou o pai estiveram sempre presentes, porque foram empáticos com ele e entenderam suas solicitações, porque estiveram disponíveis e não foram violentos?
Alguém?
Eu nunca.
Os principais problemas da juventude vem do excesso de amor ou da falta?
Da presença ou da ausência?
Do amparo ou da violência?
Da compreensão ou de se deixar chorar sem consolo?
Achar que uma criança ficará mal acostumada porque mama na mãe até mais de 2 anos, porque dorme próximo dos pais, porque não foi cedo à escola, significa dizer que fazer exatamente o oposto é criar pessoas bem acostumadas.
Desculpe-me, mas as evidências estão TODAS contra essas crenças
." (Cientista que virou mãe - Criação com apego: verdades e mentiras).

Ler, informar-se é SEMPRE bom. Complementa, enriquece o intelecto do ser humano.
Porém, existe algo mais profundo lá dentro de cada mãe e cada pai, que orienta muito melhor de acordo com o ser único que foi colocado nesse mundo.


"Você conhece seu(a) filho(a) melhor do que qualquer outra pessoa no planeta. Não deixe que um "expert" te force a fazer algo que seja totalmente contra seus instintos."- Elizabeth Pantley

Pietro e o "balanço" do primeiro mês na creche municipal.

A primeira semana foi cruel. O Pietro só chorava, não desgrudava da professora (nem pra ela ir ao banheiro) e nem comia nada na escola.
Depois veio o carnaval, e ele ficou a semana inteirinha sem aulas, na casa da minha mãe. Ou seja, na semana seguinte teve mais choradeira.
Porém nos últimos dias ele não tem chorado (QUE ALÍVIO!). A professora contou que ele tem interagido mais com as outras crianças e até tem comido a merenda escolar.
Fico com o coração apertado, observando tudo e avaliando se está sendo positivo ou não. Mas pelo que parece ele está começando a gostar de ir pra escola.
Fomos à primeira reunião de pais, e a professora nos contou que é psicopedagoga, e que vai trabalhar com eles a coordenação motora, etc.
Espero que as coisas caminhem mais tranquilamente pro desenvolvimento positivo do meu filhote. Ele precisa ter contato com outras crianças da idade dele, precisa aprender coisas novas... Mas estou bem mais aliviada do que no começo.
E vamos acompanhando de perto :)

13 de fevereiro de 2013

Diane 35, mortes e a troca do anticoncepcional.


Já contei aqui que usei o anticoncepcional Diane 35 desde os meus 15 anos até o momento em que decidi engravidar, em 2008. Ou seja, usei o Diane por quase 10 anos consecutivos, e em alguns momentos sem fazer a pausa de 7 dias (onde ocorre a menstruação).
Também cheguei a tomar durante o finalzinho do período de amamentação, pois a minha ex-ginecologista não me deu nenhum tipo de orientaçào em relação a esse anticoncepcional combinado com hormônio e a amamentação. Minha "sorte" foi que isso aconteceu por pouco tempo, e ha tempo de receber esclarecimentos. Afinal de contas, meu leite nunca secou, então achei que não teria problemas.... Aff!
O Pietro desmamou, e de acordo com meu último ultrassom, não haviam os tais policísticos. Então a ginecologista (continuo me consultando com a mesma que me alertou sobre os hormônios e amamentação) recomendou que eu trocasse o anticoncepcional, porque o Diane 35 me desencadeava as benditas crises de Migrânea.
Pra quem não sabe como são essas crises, vou simplificar: perco a visão, partes do meu corpo ficam formigando e a dor que vem em seguida é a mesma de alguém enfiando um machado bem no meio do crânio. Pois é, e depois de todos esses anos é que a ficha caiu e percebi que era o Diane 35 que ajudava a desencadear essas crises.
Voltei a tomar o Cerazette, que seria um anticoncepcional perfeito pra mim, (apesar da minha pele voltar a ficar oleosa, e tal) pois não tinha nenhuma dor de cabeça. Maaaas como nada é perfeito, comecei a ter uns escapes de sangramento. Foi daí que resolvi seguir a indicação de uma amiga, confirmando com a ginecologista, e comecei a tomar o Allestra 20.
Ainda estou na segunda cartela do Allestra, e tenho me sentido bem apesar de perceber que saíram umas espinhas, mas o quê é um tratamento de pele comparado a uma enxaqueca não é mesmo?
Depois de tudo isso me deparo com a notícia das mortes de mulheres na França que usavam o Diane 35. Trombose. Vi que o anticoncepcional é usado no tratamento da acne, mas eu achava que era por causa da Síndrome dos Ovários Policísticos que tenho.
O quê são umas espinhas perto de uma trombose, não é mesmo? Fiquei pasma.
Enfim, não tenho conhecimento técnico pra opinar sobre a melhor pílula, e isso deve ser feito pelo(a) ginecologista. Em todas as bulas de anticoncepcionais há o aviso de que pode haver trombose como efeito colateral.
Com informação e acompanhamento de um profissional, no mais é contar com a sorte e aprender a "interpretar" certos sinais do corpo.
Se a gente não se sente bem, não tem por que insistir numa certa pílula, tem que buscar alternativas até encontrar uma que seja melhor pro próprio organismo.

Achei esse link com algumas dicas, mas vale ressaltar que o acompanhamento com o(a) ginecologista é fundamental, justamente pra não acontecer coisas como que aconteceu comigo no final da amamentação ou até mesmo o que aconteceu com essas mulheres que chegaram a óbito:

Se você sofre com dor de cabeça
Sentir o incômodo no período de adaptação, correspondente aos três primeiros meses, pode ser considerado normal. Se após esse tempo as dores permanecerem, é aconselhável trocar de pílula. Contudo, caso você já sofra de dores fortes e constantes ou tenha diagnóstico de enxaqueca, nenhum contraceptivo oral reverterá esse quadro.
> Mais indicadas Pílulas sem estrôgenio, apenas com progesterona levonorgestrel ou noretisterona (Cerazette e Micronor).
> Por quê O estrogênio tem ação vasoconstritora, agravando a dor em quem já a tem.

Se você sofre com pele e cabelo oleosos
Comemore. Após três meses de uso, a maioria das pílulas melhora o aspecto da pele e do cabelo. Se você, porém, possui glândulas sebáceas superativas, que deixam sua pele brilhante feito prataria de madame, dois tipos de progesterona sintética poderão ajudá-la.
> Mais indicadas Pílulas com gestodeno (como Mirelle, Gynera, Femiane e Tâmisa 20), com drospirenona (Yaz, Elani Ciclo e Yasmin) ou, quando há quadro severo de acne, com ciproterona (Diane 35 e Selene).
> Por quê Possuem efeito antiandrogênico, que regula a oleosidade da pele e reduz o surgimento de cravos

Se você sofre com tensão pré-menstrual
Bem-vinda ao clube. Segundo um estudo do Centro de Pesquisa em Saúde Reprodutiva, da Unicamp, com 860 mulheres, 80% sofrem ou já sofreram com a maldita tensão pré-menstrual. Logo, nada mais conveniente do que utilizar a pílula para combater esse mal (seu namorado e seus colegas de trabalho agradecem).
> Mais indicadas Pílulas com drospirenona (Yaz, Elani Ciclo e Yasmin) ou anticoncepcionais de uso prolongado, que podem ser usados sem pausa para a menstruação (Cerazette, Nortrel e Micronor).
> Por quê Possuem leve efeito diurético, evitando inchaço e dores nas mamas. Também reduzem o nervosismo, a irritação e a melancolia típicos da TPM.

Se você sofre com retenção de líquido
Você não enfiou o pé na jaca no fim de semana. Mesmo assim, sem motivo aparente, aquele jeans skinny não fecha durante a semana. Efeito da retenção hídrica, que se agrava principalmente na TPM e aumenta o peso na balança sem significar que você engordou. Trata-se apenas de um depósito de água que precisa ser drenado. Alguns anticoncepcionais auxiliam nessa missão.
> Mais indicadas Pílulas com drospirenona (Yaz, Elani Ciclo e Yasmin).
> Por quê Bloqueiam os receptores do corpo que estimulam a reabsorção de água.

Se você sofre com varizes e vasinhos
Suas pernas denunciam que você tem tendência ao problema? Ou sua mãe evita usar saias por causa disso? Nesses casos, o melhor seria optar por uma pílula apenas à base de uma progesterona sintética que comprovadamente interfira o mínimo possível no sistema vascular.
> Mais indicadas Pílulas com levonorgestrel (Cerazette, Kelly e Micronor).
> Por quê O estrogênio sintético aumenta o risco de trombose em mulheres com tendência.

Se você sofre com baixa libido
Questão controversa. Alguns médicos juram que a pílula não interfere diretamente na libido e que, por estarem livres do risco de engravidar, as mulheres até passariam a curtir o ato sexual com mais tranquilidade. Contudo, nós sentimos na pele como a grande maioria dos medicamentos promove, sim, uma queda no fogo. E muitos estudos comprovam isso. Os hormônios sintéticos aumentam a quantidade de uma proteína do organismo, chamada SHBG, que tem como função se unir à testosterona livre no sangue. Ao se ligar às proteínas, esse hormônio masculino (que faz você pensar em sexo tanto quanto um homem) tem seu nível diminuído. E o mesmo acontece com sua vontade de sexo. Além disso, as pílulas anticoncepcionais mantêm os níveis hormonais estáveis durante todo o ciclo, já que inibem a ovulação. Se antes você tinha picos de testosterona na fase pré-ovulatória, com a pílula tudo permanece sempre no mesmo patamar: o do marasmo. Conselho dos médicos: trocar de medicamento
>Mais indicadas Pílulas com clormadinona (Belara).
> Por quê Ela é composta de um tipo de progesterona que aumenta bem pouco os níveis da proteína SHBG no corpo.

Se você sofre com síndrome do ovário policístico (meu caso, porém não estou fazendo tratamento no momento)
Os sintomas são chatos e visíveis, como acne, oleosidade excessiva da pele, irregularidade menstrual e presença de pelos grossos em locais onde geralmente a mulher não tem, como costas, glúteos e laterais do rosto. A pílula muitas vezes é indicada como tratamento, independentemente da contracepção.
> Mais indicadas Anticoncepcionais com ciproterona (Diane 35 e Selene).
> Por quê Atenua a ação do hormônio androgênico no corpo, responsável pela regulação da oleosidade, da produção de pelos grossos e da queda de cabelo.




Nota da Bayer sobre o Diane 35 e as mortes: http://www.bayerpharma.com.br/pt/esclarecimento-diane-35.php?gclid=CM6fz_j8s7UCFQuynQodBU8A5g